A Crise da Democracia e a perda do poder

Muito se tem falado sobre a defesa da democracia e o estado democrático de direito, mas a tempos o sistema governamental brasileiro tem falhado nessa ideia e está longe de acabar. Mas como isso começou e onde vamos parar?

Geralmente quando ouvimos a palavra democracia lembramos de palavras como voto, liberdade, escolha e principalmente igualdade; mas será realmente só isso? Digo que não. A palavra democracia tem origem no grego demokratia que é composta por demos (que significa povo) e kratos (que significa poder) ou seja, poder do povo.

Isso nos leva a entender que o poder emana do povo mas, nos últimos tempos, a sociedade brasileira não tem aberto os olhos para a realidade, de que o poder que está em nossas mãos tem sido tirado e adulterado por governantes que se deturparam do caminho do direito, do bem comum e, agora, nossa democracia tem sido usada apenas como uma palavra para defenderem suas próprias opiniões, como um escape para não precisarem discutir sobre algo que não é só apenas política, mas a garantia do direito que estamos prestes a perder.

Assim como Aristóteles e Platão afirmavam, a democracia tem sido a máquina de manipulação de massas em favor do interesse próprio e não do bem comum. Então, como fugir dessa deturpação democrática que temos presenciado? Para explicar o fim, devemos entender o começo.

Para chegarmos ao ponto em que estamos precisamos olhar para dois grandes filósofos que tinham suas visões sobre uma boa e má política, Aristóteles e Platão. Na obra ‘A República’, Platão apresenta seis formas de governo.

Ele divide o sistema político de acordo com quantas pessoas possuem o poder. Se um indivíduo comanda visando o bem comum, existe uma monarquia. Por outro lado, se os cidadãos dessa cidade são oprimidos, temos uma tirania. Quando um pequeno grupo governa visando o bem geral, temos uma aristocracia. Mas se pensarem apenas em seus próprios interesses, existe uma oligarquia. A última divisão possível é quando muitas pessoas mandam; se os governantes tiverem em vista o bem comum, existe uma politeia, que depois da institucionalização no Império Romano, se tornou uma res publica (que se popularizou como República). Se, por outro lado, as autoridades pensarem apenas em seus próprios interesses privados, o governo existente é a democracia.

Platão condenava a democracia por ser um poder desmedido de muitos, pois a vontade da maioria pesa em cima de todos, em busca dos seus próprios interesses. Assim, por meio dessa manipulação, os governantes podem usar o estado para obter benefícios particulares, sem freios e sem amarras.
Por exemplo, Sócrates e Jesus foram mortos democraticamente, uma maioria simples votou para assassiná-los sem precisar apresentar motivos.

Por outro lado, Aristóteles não apresentava esta condenação em meio do sistema político, mas ressaltava que cada lado governamental teria um lado, seja pelo bem comum, seja pelo bem próprio.

O filósofo grego os distingue pela quantidade de governantes e pelo fim que eles se voltam, então o governo de um, poucos ou muitos, respectivamente na sua forma excepcional, a monarquia, a aristocracia e a república, ordenaram a sociedade e se voltarem ao bem comum.

O sistema degenerado se mostra em lado, ou seja, se em um lado está a monarquia, do outro está a tirania, se a aristocracia, do outro a oligarquia, se a república, então a demagogia, ou seja, a democracia. Ele sabia que cada ponto de vista não seria o mesmo, no entanto, se um lado se volta contra si próprio temos uma única certeza, a desordem daquilo que algum dia se definiu como política.

Levando em torno a base da luz teórica, vemos um estado que carece de ordem e progresso, já que o mesmo foi criado em torno de monarquia, tirania, aristocracia, oligarquia, e que hoje se chama república, mas defende uma democracia.

Platão defina as ordens políticas como um losango, na ponta de cima, estava o governo justo de um só, na ponta de baixo estava o governo injusto de um só; na segunda parte do losango estava a aristocracia, e embaixo estava a oligarquia; enquanto na base dos triângulos estava a democracia boa e a democracia ruim, de um lado a democracia era o pior governo dos bons, de outro era o melhor governo em questão dos demais.

Se observarmos o estado brasileiro nesse último século, a sociedade se enfraquece ao desconhecer aquilo que traz em questão o bem comum, e por essa fraqueza, permite que governantes manipulem um movimento que visa o bem geral do povo brasileiro, não a democracia, mas a república.

Veja este exemplo: o sistema eleitoral político, com relação aos deputados, funciona da seguinte maneira: quando um candidato apresenta uma quantidade absurda de votos ele não é imediatamente eleito, ele ganha cadeiras para o seu partido, e o partido escolhe quem estará ali nos próximos 4 anos de governo. Ou seja, há deputados que tiveram 100.000 votos e não entraram e deputados que tiveram 250 votos e estão na Câmara.

Agora me responda: quem é que representa o povo? O deputado que recebeu 100.000 votos ou o que recebeu 250?

Podemos perceber que há um sistema degenerado que se espalha como um enxame, trazendo não o direito em si, mas a alusão de um estado democrático que pensa no povo só porque oferece o que já é direito de todo ser humano, como está escrito no terceiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos:

“[...]Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.”

Observando isso, porque o estado brasileiro, que se coloca como laico e diversificado, obtém esse grande apoio midiático sobre vida, educação e segurança em cima de ganho político, se isso tem que ser garantido mesmo com uma governança esquerdista ou direitista?

Unicamente porque não é esquerda ou direita que define o modo de vida da sociedade brasileira, mas a nossa democracia tem se destruído por culpa de nós mesmos que escolhemos usar da nossa liberdade democracia para destruir aquilo que um dia foi bem visto, como Aristóteles disse: “O homem é, por natureza, um animal político.”

Diante do exposto percebemos que estamos caminhando a passos largos para a desordem e a indisciplina política devido a nossa maneira de tratar a república como uma peça de teatro que o ator principal ou a piada é o povo brasileiro e o público são os governantes que se divertem com nossa vida e nosso poder democrático.

Então, uma maneira de começar a mudar nossa visão geral é, simplesmente, a necessidade de informação pois uma arma que ninguém pode usurpar se chama conhecimento. A melhor arma para usar nesse mundo de desinformação que vivemos.

Assim, poderemos combater e reivindicar nosso direito a uma verdadeira revolução republicana pois: "Homens fortes geram tempos fáceis e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos geram tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes.”

Precisamos ser esses homens e mulheres fortes, para garantirmos nossa liberdade, independência e, acima de tudo, o direito de viver na livre escolha do ideal pensante de nossas mentes, visando um futuro de liberdade e seguridade do direito comum: a vida.

Por isso, é necessário propagar os ideais do libertarianismo, para que, cada vez mais, pessoas sejam libertadas da dicotomia ‘direita versus esquerda’ e, finalmente, percebam que o jogo será sempre ‘libertários versus autoritários’. O futuro é nosso, libertários, o estado está com os dias contados e tende a acabar por inanição. Cada vídeo deste e de outros canais libertários que você mostrar para seus parentes e amigos será um pequeno passo em direção ao Ancapistão.

Referências:

https://youtu.be/07kpUgz9aWI?si=ojAYjCTqBxJiOEq_

https://youtu.be/6TybT1ojD3A?si=hZhlpAMi-ENmig3_

https://youtu.be/qELk3Gcm0Gk?si=C_2DbpDby2Hprbhy

https://youtu.be/TdsQAhmvFbQ?si=o9-OVLx_AmZBGLFt

https://youtu.be/YIl85BA9KFg?si=ueUVli9ESEBI7iRZ