Cada vez mais, os meninos têm demonstrado um desempenho escolar inferior ao das meninas. O que mudou na educação para desfavorecer o gênero masculino?
O livro The War Against Boys (A Guerra Contra os Meninos), ainda sem tradução para o português, de Christina Hoff Sommers, trata de um importante problema da atualidade, mas infelizmente com pouco destaque na mídia. O livro se baseia em dados encontrados nos Estados Unidos, mas facilmente constatamos que o problema também acontece no Brasil.
Ela descreve como emergiram uma série de tendências anti-meninos na área da educação. Como o declínio do tempo de recreio, políticas de tolerância zero para punições, mitos sobre os "superpredadores" juvenis e campanhas equivocadas sobre escolas de gênero único. As escolas se tornaram cada vez mais centradas no sentimentalismo, aversão ao risco, zero competição e sedentarismo. Elas se moveram, e continuam se movendo, cada vez mais para longe do que os meninos precisam para seu desenvolvimento.
As meninas são mais imunes à mudança pedagógica, pois desenvolvem certas habilidades comportamentais mais cedo. Como, autocontrole, atenção, organização e capacidade de ficar sentadas quietas por longos períodos. Os meninos demoram mais, e às vezes nunca desenvolvem essas habilidades. Existem alguns meninos que conseguem desenvolver essas habilidades sociais, e estes são avaliados igualmente ou até melhor que as meninas. Mas é uma minoria.
Educadores passaram a patologizar o comportamento de milhões de meninos saudáveis. Esquecemos a simples verdade, de que energia, competitividade e contato físico de homens normais são responsáveis por muito o que está de correto no nosso mundo. Afinal, para combater os homens maus, nada melhor do que criar homens bons. Isso se faz com disciplina, respeito e condução à moralidade. E não suprimindo sinais de masculinidade. Ser um menino não deve ser considerado de forma alguma uma doença social.
Como resultado, as meninas superam os meninos em participação de sociedades de honra e jornais de escola. Recebem melhores notas e fazem mais deveres de casa. Elas também leem mais livros e superam os meninos em testes de habilidades artísticas ou musicais. As meninas se destacam em quase todas as medidas de sucesso escolar.
Na educação superior, a relação de diplomas por gênero virou de ponta a cabeça. Na década de 1960 os homens ganhavam 60% dos diplomas universitários e as mulheres, 40%. Em 1981 a quantidade se igualou, ficando em 50-50. Em 2021 voltamos aos números de 1960, mas desta vez invertidos: 40% homens e 60% mulheres. Tudo indica que a diferença vai continuar aumentando.
Há vários grupos feministas que fazem lobby com o governo e escolas para avançar suas políticas e agendas nefastas. Por exemplo, a National Women 's Law Center vem travando uma batalha de décadas contra a escola técnica Aviation High de Nova York, pois ela estaria cometendo o pecado de ter maioria masculina de alunos. O critério de seleção não leva gênero em consideração, e as poucas meninas que se dedicam a entrar na escola assumem posições de liderança e florescem de muitas formas. Elas sabem que gostar de motores de jatos não é comum entre as mulheres, mas se orgulham de serem diferentes. Isso, no entanto, não importa para o lobby feminista.
A crença feminista de que vivemos num patriarcado se tornou hegemônica atualmente. As diferenças salariais entre homens e mulheres seriam a prova de que um sexo oprime o outro - apesar daqueles que afirmam isso desconsiderarem vários dados que provam não haver privilégio masculino. Logo, para corrigir o comportamento masculino e transformar a realidade do mercado de trabalho na 'martelada', seria necessário repensar a educação escolar. Esse tipo de pensamento contaminou a educação, fazendo com que os meninos se sintam cada vez menos estimulados na escola.
Em 2009, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos analisou mais de 50 artigos científicos e concluiu que a diferença salarial entre homens e mulheres é inteiramente resultado de escolhas individuais. Possíveis discriminações não teriam nenhuma influência nas estatísticas. Mesmo as amplas evidências não foram capazes de frear a guerra contra a masculinidade, nos mostrando o poder que a ideologia woke (ou progressismo no bom português) e seu poderoso lobby tem no cenário político.
Aliás, em muitas cidades americanas, mulheres solteiras de 22 a 30 anos, sem filhos, atualmente ganham 8% a mais do que os seus colegas homens. E 18% dos homens continuam vivendo com os pais dos 25 aos 34 anos, enquanto para as mulheres, é apenas metade: cerca de 9%.
Alguns grupos feministas não conseguem negar os fatos de que as disparidades são frutos de escolhas e disposições naturais de cada gênero, mas pregam que a culpa é da repetição de estereótipos. Supostamente as meninas seriam marteladas com a ideia de irem para certas profissões que ganham menos, ou então que devem focar mais na família do que na vida profissional. Então, as escolhas das mulheres não seriam completamente livres, o sistema ‘patriarcal’ estaria impondo a eles um destino diferente. Mas para acreditar nisso, você precisaria assumir que a biologia não tem nenhuma relação com as escolhas das mulheres. Que o fato de a mulher ter a capacidade de gerar vidas não influencia suas aptidões e desejos. Se uma mulher escolhe desacelerar sua vida profissional para cuidar dos filhos, enquanto seu marido se dedica ao sustento do lar, seria ela uma oprimida? É de se espantar como o feminismo subestima completamente as mulheres, como se não fossem capazes de tomar boas decisões para si. Somente as ungidas líderes dos movimentos feministas sabem o que é melhor para todas as outras mulheres; que contradição!
Por mais que alguns digam que o comportamento humano é pura construção social, a realidade mostra que meninos e meninas são intrinsecamente diferentes. Meninos, em geral, tendem a gostar de competição, atividades físicas e disputas de contato físico - correr riscos faz parte de suas vidas. Meninas tendem a gostar de brincadeiras de faz-de-conta e desenvolvimento afetivo, por isso muitas mulheres gostam de atuar em profissões como enfermeiras, dentistas e médicas. É claro que há pessoas que fogem do padrão, mas isso não rejeita o fato de que há um padrão.
É inegável que as brincadeiras são essenciais para o desenvolvimento humano e para a socialização das crianças, tanto dos meninos quanto das meninas. Mas com a demonização da masculinidade, os meninos cada vez mais são cerceados das suas brincadeiras naturais.
A competição vem sendo substituída pela colaboração total. Brincadeiras com vencedores e perdedores viram jogos onde todos sempre ganham. Alguns distritos escolares no Texas, Maryland, Nova York e Virginia baniram, limitaram ou desencorajaram o jogo de Queimado. "A qualquer momento que você joga um objeto em alguém, é criado um ambiente de retaliação e ressentimento", disse um professor em Massachusetts. Não é de se espantar que os meninos percam a motivação.
Fora que tudo o que possa soar minimamente violento passa a ser proibido, como bonecos de super-heróis, armas de brinquedo ou brincadeiras de luta. Ou seja, estão tentando proteger os meninos de suas próprias masculinidades.
O erro dos educadores é achar que brincadeiras que fantasiam situações de luta levem a violência real. É exatamente o contrário que ocorre. Os meninos com tendências violentas geralmente apresentam comportamento antissocial com os outros meninos. Não conseguem brincar de forma saudável, medindo forças e respeitando os limites do colega. Ou simplesmente não sabem perder. Desta forma, são evitados nas brincadeiras. Do contrário, se esses educadores progressistas estivessem corretos, todo amante de jogos de video-game que tem cenas violentas sairiam por aí cometendo todo tipo de atrocidade, o que não acontece na vida real.
A brincadeira é a base do aprendizado. Meninos que brincam de herói e vilão estão desenvolvendo habilidades de imaginação, conversação e apresentam melhoras na escrita. Uma pesquisa com 98 professores de crianças com 4 anos de idade mostrou que 48% dos professores interromperam atividades de dramatização dos meninos várias vezes por semana. Enquanto a das meninas foram cerca de 29%. Os professores foram entrevistados e foram ouvidas frases como: "Nós banimos bonecos de super-heróis na escola"; "Brincadeiras de disputa são muito perigosas. Brincar de casa, pescaria, médico e feirinha mantém a brincadeira dramática positiva."
O fato de os meninos ficarem livres no recreio gera receio nos professores, pois eles não controlam diretamente o que está sendo feito. Desde os anos 1970, as crianças perderam cerca de 12 horas por semana de tempo livre, incluindo um decréscimo de 50% em atividades externas não estruturadas. As meninas também se beneficiam do recreio, mas os meninos necessitam mais desse momento, já que eles tendem a brincar em grandes grupos e meninas tendem a criar mais relações íntimas. Na Philadelphia, escolas trocaram o recreio tradicional por "atividades de socialização", onde crianças fazem atividades estruturadas e cuidadosamente monitoradas.
A educação mudou muito. Antes, os professores mostravam exemplos de homens e mulheres com grandes feitos na sociedade, para servir como inspiração e modelo a ser seguido. O foco era em como cada um poderia contribuir para melhorar a vida de alguém. Agora, o foco é nos sentimentos de cada um. São feitas redações sobre autoanálise e como evitar a qualquer custo ferir os sentimentos do próximo. Além do inevitável tédio dos alunos, é fomentada a visão vitimista de mundo. Isso é literalmente uma tragédia que está apenas criando futuros adultos prepotentes e medíocres, que se sentem abalados por palavras e opiniões diferentes.
É verdade que a masculinidade sem moralidade e ética é perigosa e pode se tornar uma agressividade tóxica. No entanto, a masculinidade saudável, fundamentada em uma boa base moral, é benéfica para as mulheres, para os próprios homens e para a sociedade em geral. É imprescindível que os meninos tenham a liberdade de se desenvolverem e recebam as ferramentas necessárias para se tornarem homens sociais.
Enfim, deixamos aqui um aviso aos pais: estejam cientes do que está sendo ensinado a seus filhos nas escolas. Cada vez mais, políticos e burocratas oportunistas têm aproveitado o fato da educação básica regulamentada pelo MEC ser obrigatória para disseminar ideias perversas e distorcidas nas mentes dos pequenos. O sistema de ensino estatal sempre será influenciado pela ideologia dominante, e, infelizmente, a ideologia do momento é a cartilha woke, que tem corroído a mentalidade masculina e confundido cada vez mais os alunos sobre seu próprio gênero. A ideia desses políticos de esquerda é impedir que crianças e adolescentes tenham boas referências morais e não saibam mais distinguir o que é certo do que é errado, tornando-os submissos ao discurso politicamente correto e à ditadura woke. A solução? O Homeschooling e o acompanhamento de perto pelos pais ou responsáveis. A educação das crianças é responsabilidade da família e não do estado.
Deixamos como recomendação o vídeo: “O HOMESCHOOLING pode SALVAR nossa SOCIEDADE”, o link está na descrição.
Todas as informações foram retiradas do livro: https://www.amazon.com.br/Livros-Christina-Hoff-Sommers/s?rh=n%3A6740748011%2Cp_27%3AChristina+Hoff+Sommers