A ESQUERDA se incomoda com REFORMAS de MILEI, mesmo com mudanças positivas

Todos nós sabíamos desde o começo que as reformas seriam duras, mas iriam funcionar. Porém, a esquerda, se opondo a tudo que funciona, como sempre, vai contra as medidas certas mais uma vez.

Os protestos recentes contra a administração de Javier Milei podem impressionar à primeira vista, já que a maior parte da população argentina escolheu esse novo líder político libertário. Nossos hermanos não aguentavam mais ver seu país naquela situação de miséria devido ao Peronismo.
Porém, não é dessa forma que a esquerda política e seus militantes enxergam, e isso tem um motivo bem específico, que remonta ao crescimento das políticas intervencionistas no país desde o século passado.

Durante as primeiras décadas do século XX, a Argentina era uma das economias mais ricas do mundo, impulsionada principalmente pela exportação de produtos agrícolas, como carne e grãos, para os mercados internacionais. O país também recebeu grandes investimentos estrangeiros, especialmente de países europeus, o que contribuiu para o crescimento econômico. Havia um mercado mais livre, um certo respeito pela propriedade privada, a máquina pública era menor e seus gastos também. Isso permitiu a criação de uma economia com um dos maiores PIBs per capita do mundo, a níveis não muito distantes dos americanos. Muitos europeus almejavam morar na Argentina para construir uma nova vida, ainda mais quando a Europa sucumbiu à Primeira Guerra Mundial.

Apesar de a crise de 1929 ter afetado a Argentina, assim como qualquer país que fazia comércio internacional, o país voltou a se recuperar ao longo dos anos 30. A intervenção estatal existia, mas não era nada se comparado ao nível de distorção econômica causada pelo que seria com o socialista do Juan Domingo Perón a partir de 1946, como veremos mais adiante.

Perón teve algumas similaridades com o Lula por ter sido apoiado pelo movimento sindical, apesar de não crescer nele, começou a desenvolver sua própria teoria política como Secretário do Trabalho e Segurança Social durante a presidência de Ramón Castillo, de 1943 a 1944. Ele iniciou o processo de criação de reformas que viriam dar a ele popularidade o suficiente entre o povo argentino para ser bem visto, mas que não passavam de puro populismo.

Após um golpe dos militares em 4 de junho de 1943, Perón perdeu seu cargo, causando uma crise no governo. Líderes de esquerda pressionaram o novo governo exigindo a liberação de Perón da prisão.

Aproveitando-se deste momento caótico, Domingos Perón discursou a milhares de pessoas via rádio e também de forma presencial, defendendo eleições livres e democráticas, e elevando de forma significativa a sua popularidade.

Não iremos entrar muito em detalhes devido ao fato de o Peronismo se assemelhar muito ao Trabalhismo, assim como as políticas de Getúlio Vargas. Nosso ex-presidente fascista, como o populista argentino, implementou políticas protecionistas para proteger a indústria nacional, políticas de bem-estar social e outras políticas assistencialistas. Gradativamente, entre trancos e barrancos, o estado argentino ficou cada vez mais inflado com essas políticas.

Assim como no Brasil, isso não passou despercebido no cenário econômico. A Argentina, que antes era uma das economias mais desenvolvidas, se tornou um país atrasado. O estado gastava mais do que conseguia arrecadar devido à falta de disciplina fiscal, o que levava à impressão de dinheiro, inflação e calotes na dívida como resultado. E para não deixar de mencionar, o país perde a credibilidade entre os investidores no mercado.

O povo argentino sentiu por décadas as mazelas do Peronismo, que mostrou seu pior lado com o Sr. Alberto Fernández e seu Ministro da Economia gastador Sérgio Massa. Com Fernandez, a inflação argentina chegou a níveis recordes, chegando próximo aos níveis venezuelanos, que está em uma situação muito pior, mas isso se explica devido ao grau profundo de socialismo instaurando graças a Chaves e Maduro.

Com este contexto, deve ter ficado claro que, para manter um sistema político por tanto tempo, se criou, assim como no Brasil, uma elite seleta de intelectuais, estudantes de esquerda, mídia tradicional e corporativistas. Todos religiosamente alinhados ao mesmo propósito: implementar o socialismo. Para eles, todos os dissidentes e pensadores independentes devem ser ridicularizados e excluídos do debate público, afinal, é o único jeito de sustentar ideias fracassadas, torná-las um discurso hegemônico.

Porém, em uma das maiores contradições marxistas, com a subida de Javier Milei ao pódio do cenário político em cenas que marcaram a história do mundo, a mentalidade da classe dominante já não era mais a mentalidade do povo.

Segundo Karl Marx, a ideologia dos ditadores socialistas numa ditadura do proletariado é a mesma ideologia da população - não parece ser o caso da Venezuela ou de Cuba. Como os socialistas sempre estiveram no poder na Argentina, a vitória de Milei pôs à tona esta contradição, assim como a vitória de Jair Bolsonaro, nas eleições de 2018.

Já deu para notar que a realidade não importa para o marxista, quer ele seja ignorante ou esteja de má-fé. Apesar do presidente libertário ter vencido com voto popular, e ter anunciado o que faria antes da eleição e que seria um remédio amargo, a população mesmo assim o escolheu - já entenderam que as políticas socialistas não funcionam.

A reforma no aparato estatal e suas contas trouxe muitas mudanças positivas, como a redução rápida da inflação, até mais do que o esperado. Outros indicadores como reservas internacionais cresceram, e o país alcançou um superávit nominal, algo não alcançado em vários anos de governo Peronista.

Porém, como de costume, a esquerda, quando não ignora a realidade, chama seu oponente de fascista - afinal, esses militantes raivosos não têm embasamento intelectual para nada. A mídia tradicional afirma que 500 mil pessoas foram às ruas protestar contra as reformas adotadas por Milei, o que seria um número bastante expressivo.

Mas se de uma coisa sabemos, é que não podemos confiar em números e estatísticas prontas imediatamente após o evento, pois muitas dessas estatísticas podem ser infladas de acordo com interesses pessoais.

Segundo os dados oficiais do governo da Argentina, algo em torno de 150 mil manifestantes se reuniram contra as medidas reformistas do Presidente libertário. Muito menor que os números alarmistas, não?

Além disso, é importante notar a grave correlação entre as políticas de disciplina fiscal e a insatisfação da esquerda com tais medidas, que são necessárias para garantir a recuperação no longo prazo. Bolsonaro também fez diversos cortes necessários, além de reformas como a da previdência, e novamente a esquerda foi às ruas protestar.

A esquerda age com um pensamento infantil de curto prazo - eles só conseguem pensar em novos gastos públicos. Assim, políticas populistas são feitas, as coisas parecem melhorar, mas elas criam dívidas sem se preocupar com o amanhã. Mas como o tempo passa, esse amanhã logo chega, e alguém precisa pagar a conta. E esse alguém sempre será você, meu caro telespectador, os mesmos trabalhadores assalariados que a esquerda alega defender e representar.

A grande verdade, porém, é que a esquerda ainda não percebeu que está se tornando irrelevante. Ao contrário dos brasileiros, que elegeram Lula nas eleições de 2022, o povo argentino elegeu o Milei, que é um político antissistema. A eleição do libertário não se deu porque ele era mais um iluminado que iria trazer uma utopia, mas por ter conhecimento em economia e poder atuar com propriedade no assunto.

A Argentina é um país com história muito rica e diversa, mas seu legado foi manchado pelo período Peronista, que destruiu a economia, criou um novo paradigma de opressores e oprimidos com base em teorias socialistas para ossificar a economia. Assim, criou-se por lá uma rígida e ineficiente economia que dificulta mudanças e inovações.

O que antes era um paradigma entre 2019 a 2022, com o Brasil se beneficiando de um governo de direita e a Argentina sendo destruída por um estado socialista, agora se inverte. Nosso país tem um governo de esquerda que está novamente fracassando - e muito rápido -, e a Argentina com um governo de direita que está ajustando o setor econômico e surpreendendo a todos, inclusive os integrantes Fundo Monetário Internacional.

Ninguém nunca falou que seria fácil trazer sucesso e desenvolvimento a países com um nível de desordem econômica extrema; as mudanças levam tempo. Mas o que podemos dizer é que todo planejamento central fracassa, nem que isso leve décadas como foi na antiga União Soviética.

A tradição de ensinamento da Escola Austríaca de Economia ensina muito bem isso quando fala do problema do cálculo econômico. Como um sistema estatal não pode planejar a economia com perfeição devido à falta de informação atualizada sobre os preços dos bens, a tendência é que, quanto maior seja este estado interventor, maior a distorção econômica.

Vamos supor a economia como um meio de produção e troca de bens e serviços, em que pessoas escolhem trabalhar, produzir, comprar e vender, pois é a forma mais racional de viver.

A economia controlada pelo estado funciona em ciclos. Há ciclos de prosperidade e recessão, dependendo de contextos em que o país está inserido e do grau de intervencionismo do governo. Porém, o que o estado faz é criar distorções de proporções tão absurdas que seria melhor que nem intervisse, como no caso da Venezuela. Quando o estado controla tudo, porém, o resultado é um país como a Coreia do Norte - todo mundo na absoluta miséria lutando por mais um dia de vida.

Os famosos economistas austríacos Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, argumentam que esses ciclos são causados principalmente por distorções no sistema de preços, especialmente na oferta monetária e nas taxas de juros, que são frequentemente manipuladas pelo governo por meio de políticas monetárias expansionistas.

Quando o governo infla a oferta monetária ou mantém as taxas de juros artificialmente baixas, isso distorce os sinais de mercado e incentiva investimentos excessivos em setores específicos da economia. Isso leva a um período de crescimento econômico artificial, conhecido como boom. No entanto, esse crescimento não é sustentável e eventualmente leva a uma correção, ou bust, quando os investimentos excessivos se revelam insustentáveis e os recursos precisam ser realocados. Essa é a causa das famosas crises que seu professor de história gosta de atribuir ao capitalismo malvadão!

Os libertários defendem uma linha diferente do pensamento intervencionista, pois acreditamos num modelo de sociedade na qual você não é agredido ou oprimido por uma entidade que não contribui em nada, além de roubar recursos.

Todas as invenções já criadas pelo ser humano, e todos os avanços vieram do trabalho de indivíduos que cooperaram de forma voluntária para conseguir mudar o mundo para melhor, e foram feitas pelo setor privado exclusivamente. Jamais que políticos e burocratas, arrogantes e ignorantes que são, conseguiriam criar negócios e projetos inovadores sentados em seus escritórios e desconectados da realidade - eles sequer pensam em como melhorar a vida alheia.

O capitalismo foi o sistema que mais reduziu a extrema pobreza no mundo. Nos anos 1800, por exemplo, a maioria da população mundial era pobre. Porém, agora, essa fatia é extremamente menor, e continua caindo, para o ódio dos esquerdistas que desejam ver todos pobres e dependentes do estado.

Se Marx estivesse correto e sua teoria fosse realmente científica, suas ideias já teriam ganhado força, pois sua tese era de que a sociedade fica mais pobre à medida que o capitalista enriquece, criando uma verdadeira revolução proletária. Mas isso nunca aconteceu, pois o filósofo desempregado alemão errou em suas ideias.

Porém, como todo profeta ou guru que vemos hoje, ele prometeu uma utopia que não existe. O capitalismo fez o oposto disto, deixando toda a sociedade mais rica, apesar de haver desigualdade, algo que é inerente à natureza humana e não pode ser mudado.

A riqueza não é um sinal de ganância ou egoísmo, mas representa que, quando você lucra em uma troca voluntária, está dando algo de valor à sociedade, fazendo a economia girar. O dinheiro sempre troca de mãos em algum momento, ou você acha que os ricos dos anos 1800 são todos os mesmos ricos dos dias de hoje? Felizmente, no capitalismo existe uma abertura para a ascensão social de todos, desde que a pessoa consiga trabalhar, ter oportunidades e boas ideias.


A mensagem libertária, ao contrário do socialismo, não é verdade por ser um dogma que não pode ser questionado, mas sim por trazer uma solução racional ao problema da humanidade: o problema da violência antiética do estado e de seus lacaios para fazer o mal.

Nessa sociedade proposta por nós, baseada em cooperação e contratos privados, ninguém te obriga a nada, mas você terá os melhores incentivos para querer ajudar os outros e solucionar problemas. A especialização em uma profissão é feita de acordo com sua preferência e capacidade inatas a você, e quem for excelente no que faz, será recompensado por isso.

Os socialistas podem estar gritando agora, mas como diz um velho ditado: velhos hábitos morrem gritando, e é assim também com as relações da sociedade.

Referências:

Protestos contra Milei:
https://www.infomoney.com.br/mundo/argentinos-marcham-contra-cortes-na-educacao-durante-maior-protesto-contra-milei/
https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2024-04/argentinos-marcham-contra-cortes-na-educacao-no-governo-milei

Vida política de Perón:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Juan_Domingo_Per%C3%B3n#Vida_pol%C3%ADtica

Prova dos protestos da esquerda durante governo Bolsonaro:
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/10/18/estudantes-da-universidade-federal-do-abc-fazem-ato-na-paulista-contra-cortes-do-governo-bolsonaro-em-educacao.ghtml

Prova de que o capitalismo reduziu de forma radical a pobreza e aumentou a riqueza da sociedade, tirando bilhões da miséria:
https://www.ecodebate.com.br/2017/11/27/reducao-da-extrema-pobreza-no-mundo-desde-1820-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/