Fraguismo: a religião libertária

O primeiro libertário brasileiro a ficar famoso na internet é uma figura para lá de controversa e deixou um belo exemplo de como agir contra a tirania estatal. Sua luta pela liberdade influenciou seus seguidores, levando-os a criar uma religião.

Daniel Fraga é pioneiro e um verdadeiro ícone dentro do movimento libertário no Brasil. Esse mítico indivíduo, que cuspiu na cara do alto escalão do estado brasileiro e sambou na cara de juízes e burocratas, dispensa apresentação! Inúmeros vídeos de vários canais já trataram de seus feitos e de sua vida pública, que se tornou exposta na internet desde o início do YouTube até meados de 2015. Inclusive, seu canal continua ativo e seus vídeos ainda podem ser assistidos e compartilhados à vontade.

De maneira resumida, Daniel Fraga, entre os anos de 2011 e 2015, travou uma luta feroz contra a justiça brasileira, liderada por políticos de esquerda, que o perseguiram deliberadamente, tentando calar sua voz na internet. Além disso, aplicaram-lhe multas e o ameaçaram por coerção de diversas maneiras.

Diante da violência estatal, o que você faria? Baixaria a cabeça e minimizaria os danos? Protegeria aquilo que tem maior valor para você? Pouparia sua propriedade e sua família de perseguições vexatórias?

Não foi nada disso que fez o destemido Daniel Fraga. Ele dobrou a aposta, e seguindo as melhores recomendações de Ludwig von Mises, colocou cada vez mais empenho e esforço na sua luta contra os asseclas e operadores desse estado ilegítimo, violento, anti-humano e corrupto.

Mas o grande feito de Fraga foi ter, ao fim e ao cabo, simplesmente evaporado diante dos olhos desses mafiosos, deixando-lhes migalhas para serem roubadas via multa e dando a maior das bananas já vistas no período recente do Brasil. Ele mostrou o quão fraco é o estado moderno para aqueles que usam e entendem de Bitcoin, e o quão forte pode ser um indivíduo quando está disposto a lutar por seus ideais.

É claro que nessa batalha entre Davi e Golias, Daniel Fraga também perdeu! Perdeu a vida que tinha antes, perdeu a liberdade de transitar em território brasileiro, perdeu o contato com sua família e com sua comunidade onde vivia, e diversas outras benesses que poucas pessoas estão dispostas a arriscar. E é por isso mesmo que tanto admiramos esse grande homem.

Mas seria ele idolatrado como um deus ou uma espécie de figura mitológica por alguns dos libertários brasileiros? Não, de maneira alguma! A nascente religião libertária em terras tupiniquins o tem nos moldes de um mártir, mas nunca o colocando no lugar de um "Deus" propriamente dito. Apesar de Fraga não ser considerado um santo pelos Fraguistas e nem mesmo pode ser tido como um mártir, é imperativo o cuidado com o culto à imagem.

Assim, o Fraguismo, como é conhecido, desponta como uma religião libertária que se baseia no voluntarismo, no princípio da não-agressão e na lei natural humana, princípios que eram caros a Daniel Fraga.

E como o voluntarismo decorre do princípio da não-agressão, que por sua vez decorre da lei natural humana, então o que embasa a religião Fraguista, no fundo, é o reconhecimento de uma lei natural que se estende a todo ser humano. Portanto, fica claro que a religião Fraguista deseja se basear em leis universais.

A lei natural humana foi inicialmente discutida por Aristóteles e depois complementada por São Tomás de Aquino e se trata de uma série de princípios, ações e comportamentos que caracterizam o ser humano em sua essência.

Para Aristóteles, o reconhecimento e a integração de uma vida com a lei natural humana é um ótimo caminho a seguir, proporcionando sentido à própria vida, elevando o caráter do indivíduo e forjando sociedades fortes.

Para São Tomás de Aquino, uma boa maneira de compreender a si mesmo, compreender o mundo e a Deus, seria ordenando a vida segundo a lei natural humana, que por sua vez é uma dádiva do próprio Deus. Assim, a vida se ordena segundo as próprias leis de Deus e para ele retorna.

O conceito de lei natural humana é belíssimo e transcende o que podemos aqui lhes narrar. Assim, sugerimos que você busque conhecer melhor os princípios que regem essa magnânima formulação ética e moral, legado dos grandes gênios do ocidente.

Dessa maneira, o Fraguismo não se preocupa a priori com questões metafísicas. Essa nova religião libertária parece mesmo se preocupar em estabelecer bases comuns para a convivência pacífica de pessoas, e buscou na melhor filosofia uma chave para isso.

Desde Murray Rothbard, o pai do anarcocapitalismo, já é sabido que apenas o princípio da não-agressão seria insuficiente para ordenar uma sociedade libertária, ou qualquer outro tipo de sociedade - precisamos de um sistema ético sólido. Então, talvez, o Fraguismo aponte outra direção a ser observada, uma vez que a lei natural humana abarca vários aspectos da vida, tanto do ponto de vista individual, quanto sua ação na sociedade.

Assim, segundo os Fraguistas, todo tipo de ação ou acordo deve respeitar a propriedade individual das partes, sendo a primeira delas o corpo das pessoas envolvidas e todos outros pertences que obedeçam às leis de escassez. Incluindo também porções de terras, moeda corrente, metais ou pedras preciosas e absolutamente tudo que tenha um dono definido - nada disso é dado ou garantido pelo estado, nascemos com esse direito. Os Fraguistas também encorajam o uso de tecnologias como blockchain e DAO – Descentralized Autonomous Organization, dentre as quais desponta o Bitcoin.

Mas antes que acusem o Fraguismo de ser uma religião imanente, como o Marxismo, é necessário também explicar que seus adeptos acreditam em um Deus criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Se trata de um Deus que ordenou o mundo da forma como o tentamos compreender hoje, ainda que seja como tateando as paredes de uma caverna e vendo como sombras passando diante de nossos olhos.

Toda essa compreensão do ser humano e da metafísica que nos envolve é um raciocínio realmente complexo, desafiador da lógica e da inteligência humana. É sempre uma satisfação poder tratar de temas que envolvam questões tão basilares de nossa existência e tão belas a ponto de sequer haver palavras para expressá-las.

E, justamente pela natureza complexa da metafísica e dela desafiar a compreensão humana, o Fraguismo se abstêm de buscar uma origem para a criação, não se preocupando em explicar de onde viemos e para onde vamos. Portanto, o Fraguismo deseja apenas nos reconectar às leis naturais humanas, cujo vetor econômico refere-se ao respeito da propriedade, derivadas pela ética argumentativa e pelo princípio da não-agressão, como a melhor forma de resolução de conflitos. Se quiser saber mais sobre a ética argumentativa procure ler a obra 'Democracia, o Deus que falhou' do filósofo e economista alemão Hans Hermann Hoppe.


Mas se esses são os princípios, como tudo isso começou?
Bem, começou com o sonho de um jovem baiano de Salvador chamado Luiz Felipe Sampaio. Após ter adquirido grande experiência no mercado financeiro trabalhando inclusive na Europa e na Ásia, ele voltou ao Brasil e esse sofrido guerreiro se via diante de um conflito: continuar trabalhando dentro do paradigma atual, ganhar dinheiro, mas alimentar o monstro estatal, ou simplesmente abandonar todo o lixo do legacy e partir para novos horizontes? Pois bem, ele embarcou numa jornada que nenhum homem jamais foi e aqui estamos falando dele.

Ao longo do tempo, o Fraguismo foi reunindo pessoas e somando ideias, coisa que continua até hoje e pelo visto continuará pela frente, dado o caráter descentralizado da instituição religiosa.

Entre as iniciativas que se agregaram e expandiram com o Fraguismo podem ser contadas a Caneta ANCAP e o famoso Anarcópolis, uma conferência entre libertários de diferentes partes do país.

Aliás, aconteceu um feito histórico no evento Anarcópolis: os libertários fizeram uma trégua e pararam de brigar, pensando em alternativas para o melhor viver de todos. Já podem contar esse como o primeiro milagre realizado pelos Fraguistas! E tem mais: realizar um evento anarcocapitalista em Florianópolis, cujo nome homenageia um dos maiores tiranos que já passaram por aqui, é realmente como botar o dedo na ferida do Leviatã. Lindo de ver!


Essa igreja dos libertários funciona com base em uma organização aristocrática. Não há planejamento central e toda a decisão é tomada em assembleias virtuais, nas quais cada um dos possuidores dos tokens de governança votam para decidir os rumos do Fraguismo. Essa organização opera mais ou menos como uma empresa de capital aberto. Na nossa sociedade, empresas de capital aberto estão sujeitas à infiltração por parte de wokes e shareholders, que em coalizão com entes governamentais coercitivos, têm deturpado a finalidade de inúmeras organizações. E nisso também, o ocorrido com o Instituto Mises Brasil é um bom exemplo com o qual devemos aprender.

Hoje, a igreja Fraguista já está bem organizada e consolidada e conta com centenas de participantes Brasil afora, dentro de uma hierarquia que vai desde membros ouvintes, até diretores responsáveis pelas ações e líderes que organizam equipes. E, para galgar postos na hierarquia da instituição, o interessado deve cumprir metas, sendo a principal delas participar de cursos de formação continuada, lendo as principais obras do libertarianismo e da Escola Austríaca de Economia. Isso tudo fortalece a instituição e a protege de pessoas que não compartilham dos mesmos princípios, impedindo invasores.

Se desejam viver de acordo com suas escolhas, se trabalham para extinguir a coerção, se buscam trocas voluntárias, se estão de acordo com a natureza humana, se propiciam a livre associação e respeitam contratos, então tem o nosso respeito!

E, para responder sobre a questão do título deste artigo... De maneira geral, toda igreja hoje funciona de maneira voluntária. Você adere à fé se assim desejar e mesmo aderindo, a qualquer momento pode deixá-la. Para nós, aqui no Brasil, isso é bem verdade e nem pensamos muito sobre o assunto, mas as pessoas que vivem sob teocracias sofrem sob um dos tipos mais cruéis de ditadura! Então, no Brasil, gozamos de liberdade religiosa, ao menos por enquanto, mas o Fraguismo não é só liberdade religiosa: é vida, propriedade e liberdade.

Por fim, deixamos uma bela mensagem do brilhante economista da Escola Austríaca e principal representante do pensamento liberal do século XX, Ludwig von Mises: "Não ceda ao mal, mas continue cada vez mais corajosamente contra ele".

Parabéns a todos que chegaram até aqui, vocês têm interesse genuíno na causa libertária e valorizam um mundo mais justo e pacífico! Para continuar neste assunto, assista agora ao vídeo: “EX CONDENADO GENOÍNO revela PLANO do PT para sufocar IGREJAS”, o link segue na descrição.

Referências:

EX CONDENADO GENOÍNO revela PLANO do PT para sufocar IGREJAS
https://www.youtube.com/watch?v=hLhBoUinBE4

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Daniel Fraga
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Anarcopolis - Florianópolis
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