Os democratas estão apelando para a adjetivação negativa de Trump, como se isso fosse mudar alguma coisa. Será que eles não aprenderam nada vendo as repúblicas bananenses?
Na tarde do dia 23 deste mês, durante um evento na Pensilvânia, a atual vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, repetiu o velho discurso da esquerda populista contra os opositores de direita. Kamala disse no discurso que Donald Trump estava “cada vez mais desequilibrado e instável”, citando acusações feitas pelo ex-chefe de gabinete de Trump, John Kelly, em uma entrevista ao New York Times. Kelly falou de Trump como “alguém que certamente cai na definição geral de fascista”, afirmando que teria feito comentários durante seu governo de que “queria generais iguais aos de Hitler”, ressaltando o bigodinho alemão diversas vezes de maneira positiva. Além disso, teria dito que gostaria que seus militares mostrassem a mesma deferência que os generais do terceiro Reich mostraram ao ditador alemão durante a Segunda Guerra Mundial. Agora, afirmações tão fortes como essas deveriam ser fundamentadas com provas concretas, correto? Infelizmente, não foi isso que aconteceu.
Kamala ignorou várias perguntas sobre o antissemitismo nas universidades e continuou a afirmar que o homem laranja queria “poder sem controles”, e algumas horas depois em um debate da CNN sem a presença de Trump, um jornalista perguntou diretamente se ela acreditava que Trump era mesmo fascista. Obviamente, a resposta foi um contundente, sim. É claro que a campanha de Trump não deixaria isso passar batido, e após sair de um restaurante em Las Vegas, foi perguntado se ele havia dito que “Hitler também fez algumas coisas boas”, afirmando que nunca disse tal abominação. Na entrevista do dia seguinte, também respondeu aos comentários de Kelly, dizendo que não falava com ele há anos e o demitiu porque ele se mostrava um valentão, mas acabou se enfraquecendo, porque todos os valentões acabam sendo fracos. O ex-presidente, por meio de sua rede social “Truth Social” também respondeu que Kamala estava apenas ficando desesperada por sua campanha estar em frangalhos, afirmando que a mulher tinha uma “mente distorcida”.
É óbvio que com a eleição sendo em menos de 2 semanas e com os números crescendo a favor de Trump, mesmo com o empate técnico de antes, é natural que o lado que está perdendo adote medidas mais sujas e ataques diretos e pesados ao oponente. Tal como o Boulos vem fazendo em São Paulo tentando até puxar o voto do pessoal que votou no Marçal para ir contra o Ricardo Nunes. Inclusive, até se travestindo momentaneamente de conservador, sendo contra o aborto. Eleição é algo tão mágico que faz até comunista ir à igreja pedir voto de evangélico. Apesar de os militantes da esquerda e do partido democrata nos EUA já chamarem o Trump de fascista há mais de 8 anos, é bem mais raro ver isso acontecer publicamente pelos políticos de alto escalão por ser uma estratégia mais agressiva que pode muito bem afastar eleitores dos dois lados. O próprio Trump ressaltou que “eles só continuam tentando chamar de diversos nomes até encontrar algum que pegue”. Isso porque o desespero democrata para manter a presidência está tão evidente que o atual presidente, Joe Biden, afirmou há alguns dias que tinham que encontrar um jeito de prender Trump.
Sei que para nós brasileiros isso pode parecer apenas uma ameaça comum de um político dizendo que o adversário deveria ser preso, mas isso saiu da boca do presidente dos EUA. Este homem, que supostamente concorda com a democracia mais pura do que as repúblicas bananenses da América Latina, que prende pessoas por serem ameaças políticas a quem está no poder. Trump já fez acusações similares para Hillary Clinton em 2016 enquanto ainda era candidato, mas deixou essa ameaça de lado quando entrou na Casa Branca.
Uma das outras acusações de Kamala que vale a pena citar é a de que Trump adorava ditaduras. É bastante curiosa essa acusação vindo de uma mulher a qual o pai era marxista assumido, que defendeu uma ideologia que causou as mais sangrentas tiranias do mundo. Isso sem contar, é claro, o posicionamento da maior parte dos democratas contra o estado de Israel que acarretou vários casos de antissemitismo, principalmente nas universidades. É claro que também não podemos ignorar o perigoso posicionamento de Donald Trump com relação a Putin e a Rússia com o conflito na Ucrânia. A posição inicial do ex-presidente antes da guerra era de impedir a entrada da Ucrânia na OTAN para evitar que Putin tivesse justificativas para iniciar a tal “operação especial” no território ucraniano. Porém, agora, com a guerra em ativa há 2 anos, o homem laranja diz que cogita acabar com a guerra, mas não especifica sua estratégia para fazer isso acontecer.
Um acordo só é firmado e mantido com quem se confia e tem reputação, e é por isso que não se deve fazer concessões para ditadores. A Rússia já quebrou seu acordo nos anos 1990 de reconhecer a soberania ucraniana, Putin quebrou o tratado de 2013 fomentando as regiões separatistas na Ucrânia. A Segunda Guerra Mundial é a maior prova de que concessões não funcionam, já que a tentativa de apaziguamento da França e Grã-Bretanha com Hitler só fez o ditador ganhar mais poder a ponto de desafiar ambos os países.
Parece óbvio de que a intenção do partido democrata nessa reta final da campanha é de usar cartas mais pesadas contra o candidato republicano, tentando criar uma imagem de bicho-papão para o público, tal como fizeram aqui no Brasil com Bolsonaro, acusando-o de ser machista, homofóbico, genocida, racista, fascista e outras dezenas de adjetivos a mais. A estratégia para conseguir mais votos e superar o suposto empate com Trump não é aumentar a aprovação da Kamala ou trazer mais votos para ela, mas de aumentar a rejeição dos velhos democratas e dos republicanos moderados ao Trump.
Há vários políticos e eleitores democratas que não se identificam com a atual posição esquerdista do partido, e se assemelham muito mais ao que eram os democratas nos anos 1960. Para se ter uma ideia, o Robert Kennedy Jr., o político mais forte dos velhos democratas e que oficialmente está concorrendo à presidência, se retirou das eleições nos Swing States, anunciando o apoio ao Trump mesmo com a diferença partidária entre eles. Até grandes nomes que hoje apoiam os republicanos eram fortemente democratas no passado, como Elon Musk, e ironicamente o próprio Trump no final da década de 1980.
Querendo ou não, já se passaram quase oito anos desde que Donald Trump virou presidente dos Estados Unidos, e o termo “fascista” é bem mais conhecido devido à internet. O americano médio vivenciou seu governo e um posterior dos democratas, então não faz sentido para maioria acreditar que dessa vez Trump seria autoritário, diferente da última vez que esteve na cadeira da presidência. Com metade dos EUA a favor de Trump, acusá-lo de ser fascista não muda em nada a mentalidade das pessoas que estão na internet que rebateram esse argumento idiota várias vezes. Isso só deixa a imagem de que Kamala parece uma militante no Twitter e radicaliza ainda mais os ativistas do partido democrata, que já fomentou duas tentativas de assassinato contra o ex-presidente.
É exatamente por isso que muitos libertários deixaram de acompanhar qualquer notícia sobre política, focando apenas nas questões mais próximas de suas vidas. A cada dia, mais e mais pessoas aderem ao agorismo, objetivando retirar o máximo que podem do governo de suas vidas, do jeito que dá, do jeito que podem. Apesar de muitos acreditarem que isso é um erro, o fato é que essas pessoas agem como se o resultado, independende de qual for, fosse ruim, criando um sistema paralelo àquele projetado pelo estado, assim como o professor Olavo de Carvalho disse em suas lives.
Enfim, não adianta acusar os outros de serem fascistas quando tudo que se defende é o que foi dito por Mussolini: “Tudo no estado, nada contra o estado e nada fora do estado”.
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