O Dia de Ação de Graças: Celebrando a Abundância e a Liberdade Econômica

Nos Estados Unidos, a liquidez está limitada devido ao feriado de Ação de Graças, enquanto no Brasil, as atenções se voltam para a reação negativa diante o déficit primário previsto para 2023.

O Dia de Ação de Graças, conhecido como Thanksgiving em inglês, é mais do que apenas um feriado marcado por banquetes fartos e encontros familiares. É uma celebração profundamente enraizada na história dos Estados Unidos, remontando ao século XVII, quando os Peregrinos, colonizadores europeus, compartilharam uma refeição festiva com os nativos americanos em agradecimento por colheitas bem-sucedidas. Essa tradição, que posteriormente se estendeu ao Canadá e outras partes do mundo, simboliza união, gratidão e, surpreendentemente, uma lição libertária valiosa.

A lenda da refeição compartilhada em Plymouth, Massachusetts, em 1621, tornou-se emblemática dessa data. No entanto, é importante notar que a autenticidade dos eventos e detalhes históricos é tema de debate entre os historiadores. A narrativa pode ter sido romantizada, mas o espírito de agradecimento e colaboração perdura e com certeza faz parte da tradição capitalista americana.

A história real dos Peregrinos vai além da simples celebração da primeira colheita abundante. Enfrentando escassez crônica de alimentos durante três anos, eles descobriram que o problema não era causado por fatores climáticos ou falta de conhecimento agrícola, mas sim pelos incentivos econômicos equivocados. Um sistema de propriedade comunal, no qual alimentos eram distribuídos com base na "igualdade" e "necessidade", levou à falta de motivação para produzir. A mudança para um sistema com maiores direitos de propriedade individual resolveu a escassez, permitindo que as famílias colhessem e consumissem seus próprios alimentos.

Essa lição econômica, embora historicamente associada aos Peregrinos, encontra eco em outras narrativas como a apresentada por Ayn Rand em "A Revolta de Atlas". O contraste entre o fracasso inicial da fábrica Motores Século XX, devido à ausência de direitos de propriedade e o sucesso após a implementação desses direitos destaca a importância da liberdade econômica.

Na obra de Rand, uma cena memorável de Ação de Graças desenrola-se na mansão de Hank Rearden, um industrial milionário e autodidata. Suas conquistas notáveis incluem a invenção de um metal revolucionário, resultado de uma década de esforço incansável, que se revela mais resistente, acessível e durável que o aço convencional. Durante o jantar festivo, Rearden compartilha a mesa com sua mãe, sua esposa Lillian e seu irmão Philip, os quais dependem inteiramente da fortuna e sucesso de Rearden. A cena ilustra de maneira marcante não apenas a prosperidade material alcançada pelo empresário mas também a complexidade das relações familiares e a dinâmica de dependência que permeia esse contexto.

Aqui está a descrição de Rand do ambiente:
O peru assado custou $30. O champanhe custou $25. A toalha de mesa de renda, uma teia de uvas e folhas de videira iridescentes à luz das velas, custou $2,000. O serviço de jantar, com um design artístico queimado em azul e ouro em uma porcelana branca translúcida, custou $2,500. Os talheres, que traziam as iniciais LR em coroas de louros do Império, custaram $3,000. Mas considerava-se não espiritual pensar em dinheiro e no que esse dinheiro representava.
Em conformidade com a tradição do Dia de Ação de Graças, a família de Rearden agradece pela abundância diante deles. No entanto, a única pessoa que ninguém da família dele agradece é a pessoa que tornou tudo isso possível. Foi o esforço produtivo do industrial que pagou por sua casa e pela generosa refeição. É o dinheiro dele, ganho por meio de produção e comércio honestos, que não apenas impede que todos eles morram de fome mas também proporciona luxos dos quais nem mesmo um mendigo sonharia. É a mente dele, a determinação e as inúmeras horas de sua vida dedicadas ao trabalho — do qual todas as suas vidas dependem — que ficam sem recompensa e sem reconhecimento.

Se o Dia de Ação de Graças é verdadeiramente um dia para agradecer pelos valores que possuímos, então vamos agradecer àqueles que são frequentemente esquecidos ou denunciados.
Estou falando dos empresários, dos industriais e dos engenheiros — os criadores em cada campo e profissão cujo pensamento, inovação e trabalho produzem a abundância tão crucial para melhorar nossas vidas. São esses produtores que devemos reconhecer e celebrar. O Dia de Ação de Graças é o feriado perfeito para isso.

Embora o Brasil não tenha a tradição de celebrar essa data tão especial da mesma forma que os americanos, podemos refletir sobre a importância do agradecimento em nossa própria cultura. A conexão com a Black Friday, muitas vezes vista como um evento comercial, pode ser uma oportunidade para reconhecer as mãos que contribuíram para a preparação das festividades.

No cenário caótico que envolve o Brasil, ao invés de celebrar conquistas e avanços, somos obrigados a testemunhar uma série de eventos desoladores. Em vez de momentos de alegria e união, nos deparamos com o anúncio de greve dos Correios, uma empresa estatal que apenas beneficia sindicalistas. Se sua paralisação se concretizasse, iria prejudicar inúmeras pessoas e empresas. Além disso, as redes sociais se viram ocupadas por um caso bizarro envolvendo sogro e genro, evidenciando a decadência dos valores e relações interpessoais.

Ainda mais alarmante é o início de uma acirrada disputa de egos entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Senado, colocando em xeque a estabilidade institucional do país. Mas não se engane, pois independentemente do resultado dessa disputa, o que está em jogo não é a defesa da separação de poderes ou da Constituição brasileira, mas se trata de uma briga pelo poder. Desses políticos e burocratas, não devemos esperar nada.

Em vez de pensar em prosperidade e avanço, somos confrontados diariamente com notícias que ressaltam as divisões e desafios enfrentados pelas instituições, como se o interesse dessa elite fosse o mesmo do povo trabalhador. Isso sem mencionar as notícias de aumento de impostos e novas legislações anticapitalistas, que só visam dificultar nossa vida e tirar nossa riqueza.

Diante desse panorama sombrio, é difícil vislumbrar um futuro promissor. Como podemos nutrir esperanças de prosperidade quando somos inundados por tantas notícias desanimadoras?

O atual panorama político, no qual as dificuldades econômicas se entrelaçam com a instabilidade política, sugere que nos próximos anos iremos testemunhar um agravamento da crise. A preocupação com a segurança alimentar e a eficácia das políticas governamentais se torna ainda mais premente diante da nova dinâmica que se delineia. Assim, as boas ideias, as políticas econômicas que funcionam, precisam urgentemente ser levadas em consideração.

À medida que nos encontramos neste fim de ano turbulento de 2023, torna-se cada vez mais evidente que é tempo de abrir os olhos e posicionar-se diante das complexidades que permeiam nossa sociedade sob o governo Lula. Os desafios que se apresentam, marcados por uma avaliação negativa do governo e a persistência de crises, demandam uma postura ativa e crítica por parte da população.

A possibilidade de enfrentar a fome torna-se uma ameaça real e muitos de nós sentem-se como peregrinos desamparados diante das adversidades que se acumulam. Neste momento, a busca por soluções e a construção de um caminho para um futuro mais positivo parecem distantes, deixando-nos imersos em uma atmosfera de incerteza e desespero. Vemos empresas fechando as portas, famílias com problemas financeiros e o aumento da criminalidade e da corrupção; parece que não existe uma luz no fim desse túnel.

Em meio a reflexões sobre o Dia de Ação de Graças, a história dos Peregrinos e as intricadas tramas do universo fictício de "A Revolta de Atlas", emerge uma valiosa lição sobre a interseção entre gratidão, liberdade econômica e as complexidades da sociedade contemporânea.

Ao observarmos tanto as narrativas históricas quanto as ficcionais, somos lembrados da importância de reconhecer os produtores e inovadores cujo trabalho incansável molda o curso da prosperidade. São essas pessoas que mudam o mundo para melhor e estão por trás do nosso padrão de vida, que é muito mais confortável do que gerações passadas.

Contudo, ao nos voltarmos para a realidade, confrontamos um Brasil imerso em desafios políticos, sociais e econômicos, além dos problemas internacionais. A crise alimentar, as greves, os embates entre instituições e a sensação de desamparo refletem uma realidade que clama por ações assertivas e participação ativa. Afinal, será que falhamos como sociedade? No entanto, a conclusão não deve ser apenas de desespero, mas sim de um chamado à ação e à construção coletiva de soluções. Por isso, a troca de ideias, o ensino do empreendedorismo e de finanças e do uso do Bitcoin se fazem necessários para a construção desse novo Brasil mais próspero, formado por pessoas que almejam a liberdade.
O agradecimento, então, não deve ser apenas um gesto pontual, mas um compromisso contínuo a liberdade econômica, pois é ela que propicia nossa riqueza e progresso, como mostrado por Ayn Rand.

Que, em meio às adversidades, possamos encontrar inspiração na lição do Dia de Ação de Graças, não apenas para agradecer, mas para agir com determinação na construção de um futuro mais promissor. Que a gratidão se estenda não apenas à mesa festiva, mas a todos os dias em que reconhecemos e celebramos os esforços daqueles que contribuem para a prosperidade humana.
Por fim, deixamos aqui uma citação de Ayn Rand que diz respeito ao modelo de política pública predominante no nosso país:
“Quem reivindica o "direito" de "redistribuir" a riqueza produzida pelos outros, reivindica o "direito" de tratar os seres humanos como bens móveis.”

Referências:

https://www.empiricus.com.br/artigos/investimentos/eua-tem-liquidez-limitada-por-feriado-de-acao-de-gracas-e-brasil-deve-reagir-a-revisao-do-deficit-primario-de-2023-confira/
https://fee.org/articles/why-libertarians-should-give-thanks-especially-in-times-like-these/
https://www.lp.org/blogs-staff-the-pilgrims-real-thanksgiving-lesson/
https://objetivismo.com.br/artigo/nenhum-tributo-a-cesar-o-bem-e-o-mal-na-revolta-de-atlas/#_ftn59
https://newideal.aynrand.org/thanksgiving-the-producers-holiday/