De vilões acumuladores de riquezas, a motores de inovação e crescimento econômico, ao contrário do que alguns possam acreditar, a concentração de riqueza em suas mãos não empobrece os demais, mas impulsiona avanços tecnológicos.
Bilionários devem existir em grande número, e quanto mais, melhor. No entanto, essa afirmação pode não ser bem recebida por aqueles que têm uma visão econômica baseada na ideia de que a riqueza é um jogo de soma zero, ou seja, para uma pessoa enriquecer, outra necessariamente deve empobrecer. Essa crença, muitas vezes associada a visões socialistas, ignora a complexidade da economia moderna e o papel fundamental que a geração de riqueza desempenha na melhoria da vida de todos, especialmente em uma sociedade capitalista.
Nós, libertários, compreendemos que a criação de bilionários é um indicador de uma economia saudável e próspera. Quanto mais bilionários houver, maior será a quantidade de milionários e pessoas ricas no geral, o que é benéfico para a totalidade da sociedade. O crescimento do número de bilionários reflete uma população que está enriquecendo, o que, em última análise, leva a uma melhoria geral nas condições de vida. Além disso, a presença de bilionários em um país é um sinal positivo de que essa nação oferece as condições necessárias para a inovação, o empreendedorismo e o crescimento econômico.
Não planejamos explorar em profundidade os impactos de um país possuir ou não muitos bilionários, mas é importante mencionar que já discutimos, em outros vídeos, o resultado do deslocamento de milionários ao redor do mundo. Essas migrações podem ter efeitas tanto de maneira positiva quanto negativa, dependendo de quem atrai esses indivíduos ricos e de quem os perde. Quando um país atrai bilionários, isso geralmente resulta em investimentos, criação de empregos e desenvolvimento tecnológico, beneficiando a população local. Por outro lado, a perda de bilionários pode significar a perda dos benefícios citados.
É importante lembrar que estamos discutindo aqui a questão dos bilionários, que operam em uma escala muito maior do que a dos milionários. Para ilustrar a magnitude dessa diferença, uma reportagem da BBC nos oferece uma perspectiva interessante: um bilhão é um número enorme, para dar uma ideia de escala, um milhão de segundos são 11 dias, mas um bilhão são 32 anos. Curiosamente o candidato Pablo Marçal realizou esta mesma comparação em seu primeiro debate para prefeito de São Paulo.
Quando discutimos a riqueza, é comum que os debates se concentrem na desigualdade social. Esses debates, muitas vezes, são baseados em cálculos que ignoram o contexto econômico abrangente. Por exemplo, o problema da desigualdade social no Brasil é frequentemente citada como uma crítica ao sistema econômico do país. É verdade que o Brasil é um país com altos níveis de desigualdade social, mas é crucial contextualizar esses dados. Em Mônaco, por exemplo, também existe desigualdade social, mas a grande diferença é que há muito menos pobreza. Isso nos leva à conclusão de que a desigualdade, por si só, não é um problema tão grave quanto a miséria.
A desigualdade social é uma característica inerente à condição humana. Somos seres diferentes, com capacidades e habilidades variadas, e, naturalmente, essas diferenças se refletem na capacidade de gerar riqueza. Assim como na teoria da evolução de Darwin, a qual algumas espécies estão mais adaptadas ao ambiente do que outras, algumas pessoas estão mais preparadas para criar riqueza de forma eficiente. Não devemos reprimir esses indivíduos por sua capacidade de gerar valor para a sociedade. Em vez disso, devemos focar nossos esforços em ajudar aqueles que não estão conseguindo se adaptar, para poderem evitar cair no estado de pobreza.
A miséria é o estado natural do ser humano. Desde o início da civilização, as pessoas têm buscado maneiras de sair desse estado e melhorar suas condições de vida. No entanto, como mencionado anteriormente, algumas pessoas têm mais habilidade do que outras para alcançar a riqueza. Um dos principais obstáculos que as pessoas enfrentam nesse caminho é o próprio estado, que, com suas leis e regulamentações coercitivas, muitas vezes inibe a livre iniciativa e dificulta o desenvolvimento econômico.
Felizmente, o debate sobre a legitimidade de grandes fortunas está ganhando cada vez mais espaço, não apenas na internet, mas também nos meios de comunicação tradicionais. Uma reportagem do Jornal da Band, por exemplo, revisitou a experiência europeia de tributação dos super ricos e como essa política não resultou no aumento esperado de arrecadação. Esse exemplo nos mostra que a simples imposição de impostos mais altos sobre os ricos não é a solução para os problemas econômicos e sociais.
É importante parar de demonizar aqueles que alcançam altos níveis de riqueza. Se uma pessoa chegou a esse ponto, é provável ter resolvido algum problema ou atendido a uma necessidade da sociedade no processo. Pense nos exemplos de cantores ou jogadores de esportes, que oferecem entretenimento para milhões de pessoas, ou de empreendedores que criam produtos revolucionários, como carros elétricos ou a internet por satélite de baixa latência. Essas inovações não apenas transformam nossas vidas, mas também criam empregos, impulsionam o crescimento econômico e contribuem para o bem-estar geral da sociedade.
A possibilidade de obter grandes fortunas serve como um poderoso incentivo para a criação e a inovação, gerando benefícios que se estendem a milhões de pessoas. O economista americano Michael Strain defende a necessidade de termos mais bilionários, não menos. Ele menciona o ganhador do Prêmio Nobel William Nordhaus, que descobriu que apenas cerca de 2% dos retornos da inovação tecnológica vão para os fundadores e inventores, enquanto o restante beneficia a sociedade toda. Isso significa que a maioria do valor gerado pela inovação é compartilhada entre a população, e não concentrada nas mãos de poucos.
Strain descreve os bilionários como em sua maioria, inovadores que se fizeram sozinhos e transformaram nossa maneira de viver. Ele destaca exemplos como Bill Gates e Steve Ballmer, que revolucionaram a computação pessoal; o lendário investidor Warren Buffett; Jeff Bezos, que transformou o varejo; e Elon Musk, que está mudando a indústria automotiva e o comércio espacial. Esses indivíduos não são o resultado de erros de política de distribuição de renda, como alguns críticos podem sugerir. Pelo contrário, suas realizações são provas de que o sistema capitalista permite que aqueles que oferecem valor significativo à sociedade sejam recompensados de acordo.
Além disso, muitos bilionários destinam grandes quantias de suas fortunas para causas filantrópicas. Bill Gates e Warren Buffett, por exemplo, criaram o The Giving Pledge — um compromisso de doar mais da metade de suas fortunas pessoais durante suas vidas. O rapper e magnata dos negócios Jay-Z, que também é bilionário, não aderiu a essa promessa formalmente, mas defende uma filosofia semelhante: não posso ajudar os pobres se eu mesmo for pobre. Então, enriqueci e retribuí. Para mim, isso é um benefício mútuo.
Em conclusão, é crucial reconhecer o papel dos bilionários como motores de inovação e progresso. Em vez de demonizá-los, devemos entender que, ao atingirem grandes fortunas, essas pessoas muitas vezes resolveram problemas ou atenderam a necessidades da sociedade, seja via entretenimento, avanços tecnológicos, ou inovações que transformaram nossas vidas. A presença de bilionários não é um sinal de um sistema falho, mas de um ambiente onde a criatividade, o empreendedorismo e a capacidade de atender demandas são recompensados. A riqueza que eles acumulam, longe de ser apenas para si, beneficia a sociedade em geral, através de inovações que melhoram nossa qualidade de vida e através de suas contribuições filantrópicas.
Portanto, devemos celebrar a existência de bilionários como indicadores de uma sociedade na qual o sucesso individual pode, e frequentemente o faz, gerar benefícios coletivos. É vital abandonar a visão de que a riqueza extrema é um mal a ser combatido e, em vez disso, reconhecer os valores positivos que ela pode trazer para toda a sociedade.
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cml277wlwr1o
https://www.youtube.com/watch?v=OBNm5t8M2NM