Rússia PUNIRÁ soldados que usarem CELULAR na GUERRA. Mas sem os conflitos, teríamos celulares?

Ah, a hipocrisia. Sem as guerras não teríamos celulares, mas agora os russos não podem utilizá-los no front. Calma, será que isso é verdade, mesmo?

A Rússia punirá soldados que usarem o celular durante a guerra com a Ucrânia. Segundo o departamento de defesa de Putin, a medida visa evitar que os dispositivos sejam utilizados para monitorar o posicionamento de tropas. A informação foi divulgada pelo TASS, agência nacional de notícias do país. Um projeto de lei elaborado pelo Comitê de Defesa Federal, diz que os celulares conectados à internet podem ajudar a identificar tropas russas, dando sua localização para forças fora do país. Se os soldados forem pegos usando seus celulares, poderão pegar até dez anos de prisão.

Segundo a CNN, tanto ucranianos quanto russos, se aproveitam dos dados de GPS para identificar os alvos. Extraindo informações a partir de metadados, fotos e mensagens, eles conseguem coordenar ataques precisos contra as tropas em terra. Isso mostra como a guerra utiliza-se da informação para auxiliar nas estratégias militares. Porém, muitos dirão que tanto o GPS, quanto o celular só foram criados devido às guerras. Que se não fossem os conflitos, nada disso seria possível.

Essa é mais uma daquelas afirmações que já vêm instaladas de fábrica em muitos professores de história já formados. É aquela ideia de que a guerra é um motor para o progresso humano. Uma das justificativas mais absurdas que os defensores do estado adoram repetir. Segundo essa visão deturpada, as guerras são responsáveis por avanços tecnológicos e sociais que, de outra forma, não teriam acontecido.

Uma das ideias preconizadas por estes ditos letrados de história do mundo é a do celular. Esses professores adoram repetir na sala de aula que a morte forçada de milhões de pessoas, lutando uma guerra inútil, causada pelos próprios políticos, trouxe um grande benefício tecnológico e industrial, no qual devemos nos curvar e calar nossas bocas, pois sem esse momento obscuro, quem faria o celular? Ou no caso, os primeiros aparelhos de comunicação a distância, os telefones, que obviamente já estavam sendo desenvolvidos décadas antes de qualquer político pensar em briguinhas. Essa tecnologia veria duas das maiores guerras que a humanidade já vivenciou, além da Guerra Fria. Mas, ignoraremos esse fato.

De fato, guerras impulsionam certas inovações, mas a que custo? Milhões de vidas perdidas, cidades destruídas, economias arrasadas. Tudo isso para que algumas poucas invenções possam emergir dos escombros. Se você acha que esse é um preço justo a se pagar, talvez precise reavaliar sua ética e, principalmente, sua moral.

A verdade é que a maioria das inovações que surgem durante os períodos de guerra poderia muito bem ter sido desenvolvida em tempos de paz, e muito antes se não fossem os impostos e monopólios forçados pelo governo. Este, que sempre tenta se colocar na frente de todos os problemas para ter uma desculpa para nos parasitar. Pelo contrário, em uma sociedade livre e em paz, a cooperação e a competição saudável entre indivíduos e empresas são mais do que suficientes para promover o progresso da tecnologia, e celulares hoje possivelmente seriam muito mais avançados do que são.

Analisemos o exemplo clássico do GPS, que muitos apontam como uma invenção surgida diretamente do esforço de guerra. É verdade que o GPS foi inicialmente desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos EUA. No entanto, sua verdadeira utilidade e inovação só foram percebidas e amplamente aplicadas em tempos de paz, quando empresas privadas e indivíduos começaram a explorar suas potencialidades. Imagine se os recursos e o talento utilizados para desenvolver o GPS durante a guerra fossem aplicados em projetos civis desde o início. Certamente, teríamos visto avanços ainda mais significativos e em um ritmo muito mais rápido.


Os defensores das guerras também costumam esquecer convenientemente que muitos dos avanços tecnológicos usados em conflitos armados são inicialmente financiados pelo próprio estado, com o dinheiro dos impostos. Ou seja, a inovação que surge da guerra é, na verdade, um subproduto da coerção estatal. Além disso, a guerra não é apenas uma questão de inovação tecnológica. O impacto psicológico e social das guerras é devastador. Sociedades são traumatizadas, gerações inteiras crescem sob a sombra do conflito, e o tecido social é irremediavelmente danificado. A guerra destrói famílias, comunidades e culturas. Esses danos não podem ser contabilizados em termos de “progresso” ou “avanço”. A guerra deixa cicatrizes profundas que demoram décadas, senão, séculos, para cicatrizar.

Os alemães, durante a Segunda Guerra Mundial, criaram armas grandiosas e inúteis como o canhão Gustav, a maior arma da guerra, e o tanque Maus, que era tão pesado que mal conseguia trafegar pelos campos de batalha sem atolar com suas 188 toneladas. E outros projetos ultra-ambiciosos e sem utilidade de políticos megalomaníacos, que felizmente nunca foram construídos, como o maior tanque de todos os tempos, o Ratte Landcruiser (Landkreuzer) P.1000, um tanque de mil toneladas com canhões de navios couraçados. Isso que é ambição! Criar um navio com rodas para atolar e afundar até o centro da Terra.

Ou, se você gosta dos filmes da Marvel, o porta-aviões voador Lockheed CL-1201, o maior projeto de avião nunca construído, que se utilizaria até de combustível nuclear para mover seus quatro motores, carregando caças e podendo voar durante meses. Imagine se estes projetistas vissem que o maior terror destas armas de guerra são drones e armas caseiras, como estamos vendo na guerra da Ucrânia, ou mais recentemente, com a polícia do RJ preocupada com traficantes começando a usar drones com armas.

E, aí, valeu a pena o seu dinheiro ter sido doado forçadamente para pagar um blindado, o famoso caveirão? Antes das guerras, as marcas de carro e aviões estavam focadas em melhorar seus veículos, mas com o início dos conflitos, muitas foram destruídas, outras como a Bugatti tiveram que esconder seus exemplares dos alemães, colocando carros em depósitos e paredes, outras como a Rolls Royce passaram a construir motores de avião para auxiliar os políticos a se divertirem. A guerra não apenas desviou recursos e talento, mas também forçou empresas a se adaptarem a demandas que não beneficiam diretamente os consumidores.

Mesmo que fosse bom, vamos ver de um ponto de vista utilitário, essa ideia de “bem maior”:

Imagine um mundo onde as guerras realmente fossem necessárias para o progresso. Isso significaria que os políticos, ao decidirem iniciar conflitos, estariam fazendo um grande favor à humanidade. Que benfeitores! Eles destroem, saqueiam e matam, tudo em nome do progresso. É preciso um nível extraordinário de ingenuidade, ou cinismo, para acreditar nisso. A verdade é que o estado não gera riqueza. Ele a redistribui à força, favorecendo frequentemente os amigos e aliados do governo. A violência estatal, disfarçada de resolução de conflitos, apenas serve para perpetuar o poder de quem está no comando, enquanto a população paga o preço em sangue e recursos.

Lembremos também das guerras econômicas. Sanções, embargos e tarifas são formas de agressão econômica que podem ser tão devastadoras quanto os conflitos armados. Essas medidas, muitas vezes justificadas como necessárias para a segurança nacional ou para punir governos estrangeiros, na verdade, prejudicam principalmente os cidadãos comuns. O impacto das sanções econômicas pode levar à fome, pobreza e desespero, criando um ciclo de miséria que é difícil de quebrar. Não há geração de riqueza, e mesmo que exista, parte dela foi parasitada e perdida.

É preciso reconhecer que o verdadeiro progresso humano vem da liberdade de indivíduos para criar, inovar e cooperar. Não precisamos de guerras para avançar; precisamos de liberdade e paz. O mito de que a violência estatal é um motor para o progresso deve ser desmantelado quanto antes, e a ideia de que o estado é necessário para a inovação precisa ser confrontada com vigor, aliás, já está sendo, você apenas não percebeu.

Além disso, em tempos de paz, os recursos desperdiçados em conflitos podem ser redirecionados para a educação, saúde e infraestrutura. Em uma sociedade verdadeiramente livre, esses investimentos levariam a um crescimento exponencial em qualidade de vida e bem-estar geral. A criatividade humana é ilimitada quando não é reprimida pela violência e coerção. A próxima vez que alguém lhe disser que a guerra é necessária para o progresso, pergunte-se quem realmente se beneficia dessa narrativa. Darei um spoiler: não são as pessoas comuns, e você não está incluído.

Além disso, o estado continua a justificar sua existência via guerras desnecessárias. Entre 2021 e 2023, o governo dos EUA conduziu operações de contraterrorismo em 78 países. Isso inclui combate terrestre em pelo menos nove países e ataques aéreos em pelo menos quatro. Pergunte-se: será que é mesmo necessário gastar seu dinheiro para combater em 78 países? Isso sem mencionar as operações que não são contabilizadas, como as realizadas pela CIA, e os programas de “operações psicológicas” em várias outras nações.

As guerras não apenas drenam recursos financeiros, mas também têm um custo humano devastador. As taxas de suicídio entre militares ativos e veteranos das guerras pós-11 de setembro atingiram novos picos. Pelo menos quatro vezes mais militares e veteranos pereceram por suicídio do que em combate. Desde 2021, mais de 30 mil suicídios foram registrados entre esses grupos, em comparação com pouco mais de 7 mil mortes em operações de guerra.

Em última análise, as guerras têm sido acompanhadas por violações de direitos humanos e liberdades civis, tanto nos EUA quanto no exterior. São necessárias para manter o estado e seus políticos no poder, despertando sentimentos de união e justificando o uso da força. Mas a verdadeira pergunta é: até quando vamos continuar aceitando essas justificativas falaciosas e permitindo que nossas vidas sejam controladas por aqueles que se beneficiam da guerra?

A verdade é clara: a paz e a liberdade são os verdadeiros motores do progresso humano. Não precisamos de guerras para avançar, precisamos de um mundo onde indivíduos possam criar e cooperar livremente, sem a interferência de um estado alimentado pela violência e coerção.

Prepare seu drone, impressora 3D e Bitcoins, pois, na prática, estas são as maiores armas do século XXI para a defesa pessoal contra governos malignos, e os melhores e mais rápidos generais a tomar decisão, é você mesmo. Afinal, a única hierarquia e burocracia que vai te atrapalhar são suas próprias ideias.

Referências:

https://www.tecmundo.com.br/seguranca/287425-combater-espionagem-russia-quer-punir-soldados-usam-celular-guerra-ucrania.htm
https://20-ghost.org/cars-and-ownership/history-of-each-pre-1940-models/
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Landkreuzer_P._1000_Ratte
https://en.m.wikipedia.org/wiki/Landkreuzer_P._1500_Monster
https://en.m.wikipedia.org/wiki/Lockheed_CL-1201
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60792976
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/gpssistema-posicionamento-global.htm
https://www.econlib.org/library/Topics/war.html
https://www.econlib.org/you-may-not-care-about-war/
https://www.epsjournal.org.uk/index.php/EPSJ/article/view/104/98
https://foundandexplained.com/2021/05/01/never-built-cl-1201/
https://nebula.tv/videos/mustard-the-largest-aircraft-never-built-the-lockheed-cl1201
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3181588
https://panzerworld.com/p-1000-ratte
https://www.slashgear.com/1410848/rolls-royce-merlin-engine-win-wwii/
https://veja.abril.com.br/coluna/balanco-social/guerra-as-drogas-nao-acaba-com-a-violencia-e-custa-caro-ao-brasil/mobile
https://watson.brown.edu/costsofwar/