O uso crescente de painéis solares por pequenos empreendedores na Austrália os tem levado rumo à autonomia energética.
Nos últimos anos tem crescido vertiginosamente o uso de energia elétrica de fonte solar na Austrália, especialmente por pequenos usuários. Mais de um terço de todas as casas unifamiliares são equipadas com painéis solares no momento, e esta não é uma questão relacionada ao meio ambiente. Esta é uma questão de movimento libertário, quem é livre deseja mais autonomia própria. Sob a perspectiva anarcocapitalista, discutiremos como a revolução energética desafia as instituições estatais tradicionais e muda as regras do jogo de poder, devido a uma paisagem energética em rápida transformação.
Além de uma solução tida como ecológica, a energia solar nos telhados provou ser uma alternativa econômica. À medida a Austrália, um país altamente dependente de combustíveis fósseis, viu um aumento no número de residências adaptando painéis solares, essa tendência representa uma ruptura do antigo paradigma. No total, os painéis solares já instalados no país, têm a capacidade de produzir mais de 20 GW; e são uma fonte crucial de fonte de eletricidade, especialmente nos dias ensolarados da terra dos cangurus. No entanto, essa mesma iniciativa passou a ser um desafio para a rede elétrica estatal. A Australian Energy Market Operator enfrentou um aumento da demanda por nova infraestrutura quando muitas casas começaram a produzir energia em excesso durante os horários em que a demanda é baixa. Em setembro de 2024, o estado da Columbia emitiu um aviso alarmante sobre a baixa demanda de conforto, prevendo que a produção solar atingiria níveis tão altos que a estabilidade da rede estaria em perigo.
Para nós, a liberdade individual é a questão mais significativa. Por exemplo, a imposição de um sistema centralizado, como a rede elétrica, constitui uma forma de controle que deve ser desafiada. Frente a isso, atualmente, muitas casas estão gerando eletricidade por conta própria de maneira autônoma e às vezes desligadas da rede central, o que significa que essas famílias não precisam mais depender exclusivamente do estado ou de monopólios corporativos. Isso é uma afronta contra a filosofia de um estado amplamente controlador, especialmente quando a eletricidade é considerada um bem essencial para a vida moderna.
Dado que o estado procura proteger seu status quo de dominação, logo adere a um modelo centralizado, onde a produção e distribuição de eletricidade estão ligadas diretamente a ele. Assim, à medida que uma maior parte da população opta por instalar painéis solares, pode ser inevitável que os operadores do estado vejam isso como um ato de rebeldia. Como assim as pessoas não precisam mais de nossa energia? O controle da fonte de energia, no fundo, é o controle da própria vida. E tudo isso é importante demais para ficar sob responsabilidade de políticos e burocratas ligados ao estado.
Uma das premissas básicas da escola austríaca de economia é a praxiologia, ou seja, a compreensão de que a soma das ações individuais agindo em um livre mercado, é a melhor organização social possível, além de ser também a mais ética. Na verdade, o livre mercado faz parte da natureza humana.
Ao descentralizar a produção de energia, tornando cada pequeno telhado residencial em uma usina geradora, a Austrália se beneficia não apenas de uma concorrência saudável entre os fornecedores de energia, como também entre os próprios consumidores. Com a opção de vender o excesso de energia produzida de volta à grade, os cidadãos são não apenas consumidores mas também, ao mesmo tempo, produtores – um modelo conhecido como prosumidor. Esse é um exemplo clássico de como a liberdade econômica ajuda a impulsionar a inovação. Uma vez que as empresas precisam cumprir diversas demandas distintas do mercado para conservar e expandir a sua base de clientes, isso leva a um ciclo de inovação e eficiência, que contrasta fortemente com a habitual ineficiência inerente ao sistema regulador, ligado à burocracia estatal.
à medida que mais pessoas adotam energia solar na Austrália, os problemas associados à superoferta começam a surgir. Por exemplo, estão considerando opções de desligar os painéis solares quando a rede está saturada ou de aterrar a energia excedente para dissipá-la. Embora tais práticas sejam projetadas para proteger a integridade da rede elétrica, elas também suscitam questões importantes relacionadas à regulamentação e à intervenção governamental. Do ponto de uma visão libertária, a necessidade de tais ações demonstra a incapacidade do governo de controlar a economia. Mesmo que o governo faça o que acredita ser o melhor para a sociedade, raramente consegue monitorar o desenvolvimento das tecnologias e seus impactos nos mercados. Em vez de criar melhores condições, o governo cria simplesmente mais barreiras e complicações. Portanto, é aí que a energia solar não se torna apenas uma aquisição, mas também um desafio aos dogmas da burocracia.
Apesar de tudo isso, a energia solar ainda tem muito potencial positivo. Neste período de destaque das preocupações ambientais, a transição para a energia solar é uma solução que respeita a autonomia individual. O problema da geração intermitente, uma das críticas à energia solar, pode pelo menos ser reduzido por tecnologias emergentes, como baterias de armazenamento de energia e pelo sistema de gestão da demanda. Isso por sua vez torna a rede elétrica mais flexível e sustentável. Contudo, tal transição não deve ser discutida apenas como uma questão ambiental. Pelo contrário, isso também é uma oportunidade de reimaginar a forma como a sociedade lida com a energia. Em vez de depender do governo para arbitrar as regras e regulamentações, os cidadãos podem ser incentivados a encontrar soluções que satisfaçam às suas necessidades de uma maneira independente e criativa. A energia solar promove tamanha autonomia que agora os cidadãos podem tomar seus telhados para minerar bitcoin. Fica a dica!
O aumento do uso de energia solar pode ser lidado como um fator para um novo paradigma econômico. O que está ocorrendo na Austrália não é uma simples transição energética: é uma mudança de paradigma econômico. As pessoas estão se tornando mais autossuficientes e, portanto, mais resilientes e inovadoras. Elas estão criando novas maneiras de colaborar e competir em um mercado em constante evolução. Com a oportunidade de administrar sua própria geração de energia, os indivíduos estão cada vez mais aderindo às cooperativas para maximizar a eficiência e reduzir os custos. O modelo comunitário é de fato liberado, apesar da narrativa estatista que muitas vezes o cerca, e ele reivindica os princípios de liberdade de associação. Esse é o recurso da inovação, significativamente mais ágil do que simplesmente implementações políticas abstratas, que têm resultados incertos e demorados. Em vez de esperar por políticas públicas, que muitas vezes não chegam, as soluções são logo encontradas em nível local.
A revolução solar deverá ser alcançada com o apoio também das pequenas empresas, para que sejam feitas as inovações necessárias. O setor privado é muito mais flexível e adaptável a mudanças do que a burocracia estatal engessada. Outra maneira possível de mitigar os problemas de intermitência associados à natureza solar da energia, é a evolução de novas tecnologias de armazenamento de energia, como baterias de lítio ou outro material. Além disso, o apoio a pequenas empresas e startups de energia promove agilidade e aumenta o desafio ao monopólio estatal. Em um ambiente verdadeiramente livre, as inovações são incentivadas e as tradições obsoletas são questionadas. Isso comprova ainda mais a crença de que a liberdade econômica é benéfica não apenas para o indivíduo, mas também para a sociedade como um todo.
O futuro australiano da energia solar parece realmente brilhante e talvez o seja para nós aqui também! Com mais e mais residências adotando tecnologias de energia sustentável, a questão não é mais "se", mas "como" essa revolução energética pode ser gerenciada de forma mais eficiente. E veja como essa transição tem sido descentralizada, onde as pessoas podem livremente ter voz e controle sobre sua geração de energia elétrica. Além de energizar suas casas, os australianos têm a oportunidade de energizar suas comunidades por meio da colaboração e do compartilhamento de conhecimento. A criação de redes de energia locais e clubes de energia poderia resolver a distribuição e incentivaria práticas sustentáveis que beneficiam a todos. E veja como o mesmo raciocínio já se aplica a diversos outros aspectos da vida moderna. Até armas o pessoal já está produzindo de maneira descentralizada.
Em um mundo onde a energia se tornou uma necessidade vital, a liberdade energética pode ser vista como uma parte do direito individual, mesmo porque as instalações são propriedade privada. O direito dos indivíduos de controlar suas fontes de energia e produzir de forma independente deve ser ferozmente defendido frente à intervenção estatal. Esse conceito se encaixa perfeitamente com os postulados da escola austríaca de economia, que valoriza a autonomia e a propriedade individual. Em última análise, a revolução solar na Austrália é mais do que uma mudança na maneira como a energia é gerada e consumida. É um movimento sólido para uma utopia, onde a liberdade individual e a inovação se entrelaçam. Onde o estado não é o provedor de soluções, mas possivelmente um obstáculo que precisa ser contornado.
Neste sentido, à medida que a eletrificação solar descentralizada avança na Austrália, a verdadeira consideração e a questão a ser levantada não é como administrar a produção de energia solar, mas como a liberdade da energia deve ser mantida. A verdadeira inovação e a verdadeira eficiência ocorrem quando o indivíduo ilumina a escuridão com suas ideias.
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