Bitcoin, a nova moeda do Brasil

A Bitcoinização da economia já está se tornando uma realidade no Brasil.

Iniciativas de economias circulares em Bitcoin tem crescido em várias cidades ao redor do mundo. É realmente um fenômeno descentralizado de adoção e alcance local. Embora claro, haja casos de uso do Bitcoin como moeda oficial de países, como em El Salvador, Lugano na Suíça, na Ilha da Madeira, e outros lugares. Mas agora o Brasil está se destacando na adoção do Bitcoin, com vários projetos de economias circulares surgindo justamente por aqui.

Está cada vez mais evidente para a população o quanto que o dinheiro fiduciário é usado para empobrecer e controlar o povo. Sabe aquela notinha colorida que a gente guarda na carteira, ou aquele número mágico que você vê no aplicativo do seu banco? Pois é, a cada dia o dinheiro fiat brazuca se parece mais com dinheiro do banco imobiliário.

A cada dia que passa seu poder de compra vem sendo corroído pela impressão desenfreada de dinheiro, que normalmente vem associada a políticas econômicas catastróficas. E, por mais que isso esteja acontecendo em muitos países ao redor do mundo, no Brasil a situação é muito critica. Além do desastre econômico, o governo tem minado liberdades individuais e perseguido indivíduos pacíficos, meramente por se oporem ao sistema. E com a vinda do DREX, a CBDC brasileira, isso tende a piorar muito. Pois se tornará muito mais fácil para o governo confiscar e limitar o que você pode fazer com o seu próprio dinheiro. Assim, como também será muito mais fácil inflacionar a base monetária, pois nem será mais necessário imprimir dinheiro. Com o DREX, basta apertar um ícone no software do Banco Central e uau, a mágica acontece: mais dinheiro na mão das pessoas, um dinheiro que compra cada vez menos produtos e serviços.

É nesse cenário que entra o Bitcoin. Aliás, é justamente para resolver esse tipo de problema que o Bitcoin foi criado. Pois sua base monetária máxima é fixa em 21 milhões de unidades. Não há possibilidade de ninguém, nem nenhuma entidade inflaciona-lo. E, como o projeto é protegido por uma rede descentralizada de nodes, se o portador tiver o seu Bitcoin em uma carteira com suas próprias chaves, nenhum governo conseguirá confisca-los. Quem viveu na época do governo Collor lembra bem o pesadelo que foi o confisco da poupança. Isso sem contar a hiperinflação, de que os brasileiros já vinham sendo vítimas há vários anos.

Além disso, pode-se citar as propriedades sólidas de reserva de valor de longo prazo do Bitcoin. A rede é um sistema de pagamentos muito mais seguro, rápido e barato que o sistema bancário tradicional. Quem aí nunca sofreu com a enorme ineficiência do oligopólio bancário brasileiro, pagando uma fortuna pra ter um péssimo serviço burocratizado? No Bitcoin é possível fazer pequenas compras do dia a dia de forma prática, barata e com um ótimo grau de privacidade, graças ao uso de segunda camada, como a Lightning Network, que vem sendo cada vez mais usada para essas finalidades.

E o desenvolvimento está só no começo pessoal, Bitcoin é para o dinheiro, o que os aplicativos de mensagem são para as correspondências e o YouTube está sendo para a TV aberta.

Sabendo desses pontos, muitos entusiastas do Bitcoin e comerciantes estão se unindo para criar economias circulares em várias cidades no Brasil. Por exemplo, o projeto “Bitcoin é aqui”, em Rolante, uma pequena cidade de 21 mil habitantes situada na serra gaúcha a 90 km de Porto Alegre. O projeto começou no inicio de 2023 e em poucos meses, Rolante se tornou a cidade mais Bitcoinizada do mundo, de acordo com estatísticas do BTCMap.

Atualmente a cidade conta com mais de 200 comércios dos mais variados tipos que aceitam a moeda como forma de pagamento. Isso corresponde a 40% dos comércios na cidade. Com essa imensa variedade de comércios que aceitam a moeda digital, muitos lojistas gastam o Bitcoin que recebem em outro comércio que aceita. Isso faz com que uma boa parcela da economia local circule em Bitcoin, o que incentiva ainda mais a adoção do mesmo. Após adotar a moeda, o turismo na cidade tem crescido como nunca antes, o que ajuda ainda mais a economia local.

Infelizmente, assim como a maior parte das cidades no Rio Grande do Sul, Rolante também sofreu muito com as terríveis enchentes que o estado sofreu. Em resposta a isso, os organizadores do projeto abriram vários canais de doações de PIX e de Bitcoin. Sendo arrecadado 90 mil Reais em PIX e mais 110 mil Reais em Bitcoin, totalizando cerca de 200 mil Reais. Ou seja, a maior parte das doações foram feitas em Bitcoin. E é ai que entra a beleza da rede descentralizada, pois como a rede funciona como um sistema de pagamentos sem fronteiras, diversas doações vieram de fora do país. Agora pense na burocracia que seria fazer isso se fosse pelo sistema Fiat tradicional? Teria que fazer remessa internacional, pagar um monte de taxa, não fica disponível na hora etc.

Em Rolante, as várias doações, aliadas ao trabalho heroico de voluntários ajudou o povo que sofria com a calamidade. Além do próprio senso de união do povo Rolantense, salvou muitas vidas e muitos negócios que foram afetados de forma severa pela enchente. E por falar em heróis, o corpo de bombeiros de Rolante é uma organização privada e voluntária. E isso é outro fator que ajudou muito a cidade a se recuperar da crise. Essa é mais uma prova que serviços, principalmente os essenciais, são muito melhores quando feitos por entes privados e de maneira voluntária.

Mas os exemplos de economias circulares não param por ai. O Brasil tem mais de uma dezena de cidades com projetos de Bitcoinização de acordo com o BTCMap. Um deles é o projeto Praia Bitcoin em Jericoacoara no Ceará, inspirado no Bitcoin Beach de El Salvador. Uma das iniciativas desse projeto, além da Bitcoinização do comercio local, é ensinar crianças a usarem Bitcoin. Além do aprendizado, as crianças recebem um cartão de Bitcoin e podem comprar frutas na escola por apenas 10 satoshis. Essa iniciativa denominada “Fruits for 10 sats” também é aplicada pelo projeto Montanha Bitcoin na cidade de São Tomé das Letras, em Minas Gerais.

Esses projetos são de cidades pequenas, onde devido ao maior sendo de comunidade, acaba sendo mais fácil a Bitcoinização, mas cidades grandes também tem bons projetos. Como o Horizonte Bitcoin na cidade de Curitiba, no Paraná, que tem como objetivo divulgar o Bitcoin de forma divertida a partir de eventos com brincadeiras e atividades interativas. Além de fomentar o Networking entre os comerciantes e Bitcoinheiros da cidade, fortalecendo o senso de comunidade entre os mesmos. Também há o projeto da GoBTC que está criando comunidades de Bitcoinização em várias capitais como Porto Alegre, São Paulo e Brasília.

Dentre outros projetos no Brasil, ao todo o país já conta mais de 1100 pontos onde você pode usar seu Bitcoin diretamente como meio de troca corrente. É pessoal, a coisa está acontecendo!

Os benefícios das economias circulares não se resumem apenas as coisas boas que a rede Bitcoin oferece. De fato, como no exemplo de Rolante, a adoção do Bitcoin pelo comércio local pode fortalecer o turismo da cidade e consequentemente a economia. Também ajuda pessoas desbancarizadas, que não podem abrir conta em banco, seja por não terem documentos ou por não ter infraestrutura bancária na sua localidade. Isso sem falar em quem está sendo perseguido pelo estado e teve suas contas bancárias bloqueadas.

Além disso, conforme o Bitcoin vai sendo adotado, pelo próprio efeito manada, mais e mais pessoas passam a conhecer e adotar o Bitcoin. Isso, além de fazer o povão usufruir dos benefícios da moeda, ajuda a evitar golpes baseados em falta de conhecimento sobre o assunto.

Agora, nesse crescimento de economias circulares e comércios aceitando Bitcoin, é comum o Bitcoinheiro ficar num dilema entre gastar ou guardar seus Satoshinhos. Na verdade, todo mundo que faz HODL separa um dinheiro que vai para o DCA, e outra parte que vai para os gastos. Isso significa que se o local onde você faz compras, por exemplo um mercado, se o mesmo aceitar Bitcoin, você pode converter o dinheiro que já gastaria de qualquer forma pra Bitcoin e utilizá-lo nesse mercado, sem precisar gastar seu HODL, sem pagar taxa para o governo e sem botar sua pegada digital.

Fazendo isso você estará ajudando não só o empreendedor e o comércio local como um todo. Como também a construir um mundo mais livre para você e as pessoas que você ama.

Esses exemplos de economias circulares só reforçam a ideia de que estamos naturalmente nos encaminhando para o Ancapistão. O estado está perdendo seu poder pela sua própria ineficiência conforme o povo vai naturalmente adotando caminhos paralelos mais eficientes. A Bitcoinização da economia é só um exemplo disso, a tendência é que esse fenômeno avance para outras áreas, como a adoção de mecanismos privados de justiça e registros públicos descentralizados. Também aplicativos descentralizados de transporte podem substituir os Correios, assim como sistemas de fretamento podem substituir o transporte publico. Redes Mesh, protocolos descentralizados de VPN, o próprio protocolo Nostr, e várias outras tecnologias que vão permitindo uma internet cada vez mais livre, irrastreável e incensurável.

São as iniciativas chamadas de DAO - descentralized autonomous organization. Tudo isso é tão disruptivo para o mundo quanto a descoberta e o uso da eletricidade foi no século XIX. Estamos vivendo uma era de revoluções tecnológicas sem precedentes. E o estado é simplesmente lerdo demais para alcançá-las.

E como essa é uma questão de paradigma, na qual o paradigma anterior vem sendo substituído por um novo, veja agora o vídeo: "Bitcoin: o novo paradigma financeiro", o link segue na descrição.

Referências:

Bitcoin: o novo paradigma financeiro
https://www.youtube.com/watch?v=Hdoup7jb0ow

https://btcmap.org/communities/leaderboard
https://www.youtube.com/watch?v=eHvZuOyoN0k&t
https://x.com/bitcoineaqui/status/1790723580923159006
https://www.youtube.com/watch?v=uphIfJTb2QQ