Enquanto você trabalha duro, o governo brasileiro já está calculando como arrancar mais da sua renda. Porque aparentemente 34% do PIB em impostos ainda não é o suficiente.
Um estudo divulgado em setembro de 2025 trouxe uma projeção que deveria assustar qualquer brasileiro que ainda acredita em economia de mercado. A carga tributária brasileira, hoje em torno de 34% do PIB, pode chegar a 42,8% até 2050, isso com os dados oficiais. Isto significa um aumento de 9,8 pontos percentuais em somente 25 anos. Para entender a gravidade disso, nenhum outro país no planeta deve registrar um crescimento tão expressivo. O Brasil será campeão mundial em tributação crescente. Pois é, nos tornamos os melhores em fazer as pessoas ficarem mais pobres legalmente. Os números já são preocupantes mesmo antes dessa projeção assustadora. Se você somar a carga tributária efetiva de 34% com os gastos tributários, também conhecidos como isenções e renúncias que os políticos adoram conceder a seus amigos, chegamos perto dos 40% do PIB.
Mas aqui vem o detalhe crucial que ninguém menciona com a devida clareza. O problema não são as isenções. Isenção é bom porque significa que pessoas e empresas ficam com mais do seu próprio dinheiro. O problema é que o estado segue crescendo como um cancro mesmo com isenções. O governo simplesmente não quer deixar de gastar. Ele quer tributar mais para sustentar sua máquina ineficiente enquanto distribui migalhas aos pobres para mantê-los dependentes e fiéis nas urnas.
Cada hora do seu dia útil representa uma fração significativa de imposto que vai para Brasília alimentar um aparato estatal que não funciona. Enquanto isso o dinheiro desaparece em uma máquina burocrática na qual ninguém sabe para onde vai, mas todo mundo sabe que não chega onde deveria chegar. O culpado principal por essa desgraça anunciada é o envelhecimento da população brasileira combinado com uma máquina estatal que não consegue gerenciar suas próprias despesas. Atualmente somente 10% dos brasileiros têm 65 anos ou mais.
(Sugestão de Pausa)
Mas em 25 anos, essa proporção pode alcançar um em cada quatro habitantes. Um em cada quatro. Quando mais pessoas estão na idade de receber aposentadoria, os gastos com previdência explodem como uma bomba nuclear fiscal. Quando mais gente envelhece, os gastos com saúde multiplicam exponencialmente. Mas aqui está o truque do governo. Em vez de admitir que criou um sistema insustentável e que precisa reduzi-lo, o estado simplesmente aumenta impostos. Aumenta mais um pouco aqui, aperta mais um pouco ali, e ninguém protesta porque o governo distribui as migalhas para os mais pobres dizendo que está ajudando.
A ironia deliciosa é que essa tragédia tributária anunciada não é culpa de fatores externos. É culpa pura e simples de decisões políticas tomadas por governos de todos os espectros ideológicos. Há décadas criando gastos obrigatórios, ampliando o estado, fazendo promessas de benefícios que ninguém consegue sustentar financeiramente. Agora estão aqui, em 2025, observando a conta chegar e percebendo que precisarão de muito mais imposto para pagar a festa que ninguém pediu para comemorar. E sabe qual é a pior parte? Eles vão aumentar impostos e depois dizer que é para proteger os mais pobres. Os gastos do governo federal já superam qualquer noção razoável de tamanho adequado. Ministérios com burocracias maciças, agências que duplicam funções, programas que se sobrepõem mutualmente. Enquanto isso, isenções tributárias dadas a setores específicos são demonizadas como se fossem o problema.
O Simples Nacional, aquele programa que supostamente ajuda pequenos negócios a crescer, existe porque pequenos empresários conseguiram uma concessão do estado. É uma vitória do livre mercado numa estrutura estatal opressiva. Eles reduziram seu fardo tributário e conseguiram sobreviver melhor. Mas aí o governo olha para isso e diz que está perdendo receita. Perdendo receita? Não está perdendo nada. Está deixando dinheiro nas mãos de quem o ganhou legalmente. O verdadeiro roubo é quando o governo pega seu dinheiro sem permissão.
E enquanto tudo isso acontece, o governo segue distribuindo migalhas aos pobres para mantê-los dependentes do estado. Programas assistencialistas que criam curral eleitoral, benefícios que fazem as pessoas votarem naquele político que promete mais migalhas. É um circo eleitoral no qual o pobre recebe alguns reais enquanto o governo arranca dezenas de reais em impostos. O jogo é simples. O governo arrecada 42% do seu trabalho, devolve 2% de volta como “ajuda social” em ano de eleição, e você fica grato. É redistribuição para baixo enquanto o grosso do dinheiro fica com a máquina estatal.
(Sugestão de Pausa)
Em 2025, o governo aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras para compensar deficiências orçamentárias em outros setores. A arrecadação do IOF em julho desse ano bateu recorde, chegando a 8,45 bilhões de reais, com crescimento de 42,5% comparado ao mesmo mês do ano anterior. O governo precisa de dinheiro agora, então taxa operações financeiras mais pesadamente porque é mais fácil que fazer cortes de despesa no seu aparato inchado. A consequência dessa decisão é simples. Você quer fazer um empréstimo? Paga mais imposto. Você quer investir? Paga muito mais imposto. Enquanto isso, os asseclas do governo recebem subsídios, contratos privilegiados e isenções seletivas.
O que é interessante notar é que nenhum partido vai resolver isso realmente. Nem a esquerda, que ama o estado grande e cada vez mais intervencionista. Nem a direita que finge ser contra impostos, mas não tem coragem política de fazer uma revolução previdenciária de verdade. Ninguém quer ser o vilão que corta gastos em ano eleitoral. Ninguém quer admitir que o governo cresceu demais, que a máquina é ineficiente, que precisamos de muito menos governo e muito mais liberdade individual. É muito mais fácil mexer em alíquotas, criar novos impostos e encontrar novas formas criativas de arrecadação enquanto mantém os currais eleitorais alimentados com migalhas.
A reforma tributária em curso até 2028 supostamente colocaria um teto de 2% do PIB para gastos tributários federais a partir de 2027. Supostamente. Porque nem projeto de lei formal foi apresentado ainda ao Congresso. É somente uma sugestão no ar, uma promessa vaga, um problema para resolver depois quando ninguém estiver prestando atenção. Enquanto isso, a máquina tributária brasileira continua crescendo, se expandindo e consumindo uma fatia cada vez maior da economia real enquanto políticos prometem cortes que nunca vêm. O que poucos mencionam com a devida clareza é que quando alcançamos esse patamar absurdo de tributação, a economia inteira fica prejudicada estruturalmente. Pessoas param de investir porque sabem que metade do seu ganho vai virar imposto. Empresários deixam o país porque conseguem mais liberdade e menos tributação em outro lugar. A base tributária inteira reduz, forçando o governo a aumentar alíquotas ainda mais em um ciclo perverso que ninguém consegue escapar. É uma espiral descendente que leva à estagnação econômica enquanto a máquina estatal segue tentando se alimentar.
Há um detalhe importante que explica muito sobre como o poder está sendo centralizado. Segundo dados da Receita Federal do Brasil, os tributos federais cresceram 1,53% do PIB só em 2024. Os estados cresceram 0,49%. Os municípios nem chegam a 0,08%. Tudo converge para Brasília, tudo é concentrado nas mãos do governo federal. Mais centralização significa menos prestação de contas, menos eficiência, menos competição entre jurisdições e mais facilidade para corporativismo político entre executivo e legislativo. O governo federal quer ter todo o dinheiro e depois distribui as migalhas como bem entende.
(Sugestão de Pausa)
O futuro que nos espera é bem claro. Você vai trabalhar somente para pagar impostos diretos e indiretos. Seus filhos nascerão em um país onde a tributação é uma violação escorchante. O aparato estatal será ainda mais inchado, mais ineficiente, mais corrupto. Os pobres vão continuar recebendo migalhas em forma de benefícios assistencialistas enquanto votam nos políticos que prometem uns trocados. É um ciclo vicioso que não termina.
A história econômica internacional demonstra claramente que países com carga tributária acima de 40% do PIB tendem a sofrer com estagnação econômica, fuga de investimentos e criatividade. O Brasil já está perto desse patamar perigoso. Daqui a 25 anos, se a projeção se confirmar, teremos construído uma máquina de pobreza legalizada que ninguém conseguirá reverter porque será muito tarde.
O governo vai ter sugado tanto da economia que não restará dinamismo suficiente. A solução óbvia que ninguém quer discutir é simples. Precisamos de um estado menor. Muito menor. Se possível, nenhum estado! Despesa reduzida ou zero, máquina estatal enxugada até ficar seca e esturricada, burocracia eliminada como os norte coreanos eliminam seus discidentes. Precisamos deixar que as pessoas fiquem com seu próprio dinheiro e façam o que bem entendem com ele.
A vida nunca foi e nunca ficará tão cara quanto vai ficar. Porque enquanto acreditar que tudo isso é para o seu bem e para o bem da sociedade, o governo segue fazendo o que melhor sabe fazer. Aumentando impostos, criando despesas que ninguém pediu e consolidando poder sobre sua vida. Bem-vindo à República Brasileira de 2050, onde você é somente uma máquina de arrecadação andando por aí.
https://www.scielo.br/j/inter/a/ttZkLzk7qdnmxZjQL7Yq8Qp/?lang=pt
https://www.cnnbrasil.com.br/economia/cnn-money/alta-do-iof-impulsiona-arrecadacao-do-imposto-em-334-em-setembro
https://www.gazetadopovo.com.br/economia/carga-tributaria-brasil-aumento-2050
https://www.contabeis.com.br/noticias/73033/brasil-pode-ter-maior-alta-tributaria-no-mundo-ate-2050