Movidos pela necessidade de transcender a paternidade, angústias e desafios de proteger os futuros filhos são temas corriqueiros. Por isso, eis aqui uma conversa sobre o assunto.
Mulheres chinesas afetadas pela política do filho único, ainda resistem aos incentivos de natalidade do governo, que visa reverter a crise demográfica na China. A política, que vigorou de 1980 a 2015, causou sérias consequências para muitas famílias, com filhos registrados sob parentes para evitar punições. Apesar da revogação das restrições, muitas mulheres estão desiludidas e relutam em ter filhos devido aos traumas e às dificuldades enfrentadas durante sua infância. Ter filhos virou um tabu atualmente, não apenas na Ásia, que possui as menores taxas de natalidade do mundo, mas aqui no Brasil também. A dor mais premente das pessoas é sobre como criar os filhos em um mundo como o de hoje? Como fazer para se tornarem bons adultos sendo que o mundo está cada vez pior?
Este é um tema existencial profundo, por isso, antes de mergulharmos nas abstrações, precisamos lembrar que em todas as gerações, todos os pais compartilham a mesma preocupação: como oferecer qualidade de vida mínima e orientações corretas aos seus filhos? E sim, me refiro àqueles que cumprem o básico, cuidar e oferecer dignidade a sua prole. Algo simples que, atualmente, parece extraordinário. Se olharmos para as demais gerações, vemos que as dificuldades diferiam das atuais. Até alguns séculos atrás, o simples desejo de ser mãe era um ato de heroísmo e sacrifício, cheio de riscos e sem sofisticação. Hoje, essa realidade parece absurda para quem teme ver seu corpo marcado pela gestação e a amamentação.
As prioridades mudaram. É comum ver pais mergulhados em entretenimento, obcecados com vaidades ou buscando conforto financeiro, mas esquecendo que os filhos poderiam ser a prioridade. O conceito de família está bagunçado, mas apenas o ato de optar por filhos em vez de um pet já representa um avanço significativo. Se voltarmos no tempo, encontramos nossos avós e bisavós em um contexto no qual ter famílias cheias de crianças era algo comum, uma visão engraçada comparada ao individualismo moderno. A maternidade e a paternidade se tornaram decisões estratégicas, movidas por medos, vaidades e estilos de vida distantes do instinto de “gerar e cuidar”. Por que, raios, com tantas facilidades modernas, tão poucas pessoas querem ter filhos? Será que ficaram mais hedonistas, focados no “eu-livre-e-sem-preocupações”, ou simplesmente perderam o senso financeiro para criar uma criança? Porque, convenhamos, medo de ser pai não vem apenas do instinto. Há muito cálculo financeiro envolvido.
Analisemos o cenário econômico: criar um filho é um altíssimo investimento que fazemos. Antigamente, nossos avós trabalhavam com coisas que hoje seriam consideradas subempregos, e mesmo assim conseguiam criar seis ou sete filhos. Hoje, pai e mãe têm que estar empregados, muitas vezes dividindo a casa com os próprios avós, para conseguir fechar as contas do mês. A carga tributária não ajuda. Em 1970, no Brasil a carga tributária era de “apenas” 16%; hoje, esse número oficial gira em torno de 33%, mas sabemos que é bem mais do que isso. E o mais irônico? A tecnologia, que deveria aumentar a capacidade de gerar riqueza, só serviu para aumentar a complexidade de tudo. É como se o governo pegasse seu salário, transformasse em papel picado e te entregasse de volta com um “obrigado por tentar”. Isso que nem entramos no quesito consumismo irracional. A época na qual crianças se divertiam com bolinhas de gude é bem diferente de hoje, que possuem tablets e TVs passando “Galinha Pintadinha” em looping, enquanto tomam leite que não é leite a um custo de quase treze reais o litro.
Por isso, ter filhos atualmente, é um convite para transformar a vida em um cálculo financeiro quase insustentável. As pessoas estão trabalhando para pagar mais impostos, e têm menos tempo para criar filhos e muito menos dinheiro para bancar essa responsabilidade. O desafio financeiro parece maior agora do que era antigamente, mas a verdade é que nossos avós e pais encararam esses desafios sem aporrinhação. Eles atravessaram guerras, privação, pestes e até mesmo situações extremas, mas não deixavam os problemas do mundo interferirem na criação de seus filhos. Entretanto, atualmente, as pessoas não pensam assim, nos EUA, a taxa de natalidade está em 1,65 filhos por mulher. Na Europa, 1,5. No Brasil, 2,1. Os números mostram que a civilização se tornou medrosa, menos disposta a enfrentar os desafios da procriação. A pandemia só acelerou isso: incertezas econômicas, estresse mental, mudanças nos sistemas de saúde e aquela sensação de que o futuro está prestes a virar um apocalipse econômico.
Isso apenas mostra que a nossa civilização se tornou uma geração de covardes. As pessoas resolveram desistir do compromisso básico de transcender, ou seja, deixar a espécie continuar. Nossos antepassados enfrentaram guerras, pragas, invasões mongóis, gripe espanhola e até a peste negra. E o que nós fizemos? Decidimos peidamos na farofa chorando devido ao preço da Netflix, crise econômica e pânico mental. No fim, o resultado é claro: ser pai hoje dá mais trabalho do que carregar um contrato de financiamento imobiliário. Será que estamos mesmo preparados para criar um futuro para nós ou, simplesmente, preferimos aproveitar os bons drinks no happy hour?
Mas além do risco financeiro e das incertezas do mundo, é importante lembrar que mesmo com todos esses pesares não estamos em circunstâncias piores do que antes. A questão é que hoje é muito mais caro tentar oferecer uma vida minimamente confortável para um filho que sequer nasceu. O problema não está apenas no custo, mas nas mudanças culturais que afastaram as pessoas do desejo de procriar. Mas, por que diabos essa tradição de famílias grandes foi se perdendo ao longo dos anos? A resposta é complexa, cheia de variáveis e com ramificações profundas, mas fica aqui a reflexão: você, pai ou mãe, que pretende ou já está criando seus filhos com amor e dignidade, está preparado para garantir que não sejam sequestrados ideologicamente ao longo do caminho? O desafio agora é esse: criar uma geração crítica, com identidade sólida, longe dos absurdos que a sociedade atual tenta impor como verdade.
Primeiro de tudo, crie seus filhos para serem fortes. Não pense que bastam apenas os levar para a escola e encher a barriguinha. Isso é fácil demais, é rotina. Talvez o maior desafio seja olhar para si e refletir sobre o que está errado com você. Parece papo de autoajuda, mas é real: talvez tenha vivido uma vida inteira negligenciando sua própria saúde, ou talvez esteve em dissonância cognitiva para entender a realidade das coisas. Cultura é o que cultiva diariamente, as ações que perduram no longo prazo. Portanto, seja um exemplo para seu filho. Foque em ser alguém que representa valores reais, não apenas palavras vazias. Precisamos cuidar da saúde dos pequenos, e acredite, nunca foi tão fácil acessar informações sobre isso. Antes de sair tomando decisões às cegas, consuma vídeos educativos sobre alimentação e práticas saudáveis. Use o YouTube, Instagram e TikTok para consumir informação relevante, ao invés de reclamar das redes sociais. O próprio algoritmo vai te entregar conteúdos melhores se começar a usá-lo corretamente.
Você descobrirá coisas básicas como evitar alimentos industrializados, óleo vegetal e margarina. O conhecimento vai te educar gradativamente, e esse processo o ajudará e também ao seu filho. Alimentos ancestrais, com alto valor nutricional, podem combater a obesidade, uma doença cruel e frequentemente influenciada por campanhas ideológicas, especialmente as da militância de esquerda ou do feminismo. Que tal ser um papai ou mamãe no shape? Acredite, seu filho vai olhar isso com bons olhos. Seu exemplo gera impulso positivo, especialmente durante a adolescência, quando influências externas podem ser fatais. Blindar nossos filhos do lixo cultural também é fundamental. Mas antes de ser aquele pai ou mãe repressivo e invasivo, relembrando que não podem consumir “porcaria”, pare e pense: você também foi criança. Talvez tenha escutado “Na Boquinha da Garrafa” ou “Todas Vezes Que Chego em Casa a Barata da Vizinha Tá na Minha Cama” sem a menor ideia do que as músicas realmente significavam. Você entendia a sensualidade das danças, os gestos, as batidas. E nem por isso se tornou um ser humano obcecado por acasalamentos ou coisas do tipo.
Os jovens de hoje estão soltos no TikTok, vendo vídeos que parecem inofensivos, mas com músicas funk brasileiras como fundo. É aí que começa a semente da degradação cultural. Talvez esteja permitindo isso, ou simplesmente seja inerte diante disso, sem perceber o quanto é nocivo no longo prazo. Mas entenda: é inevitável se deparar com lixo cultural. O truque está em conviver com isso e apresentar o oposto a seus filhos. Você é adulto, você tem acesso à mente do seu filho, pode entrar ali e plantar sementes melhores. O processo de fazer com que seu filho te respeite sem ter medo de você leva tempo. Evite ser um pai chato, pedante e pretensioso. Seja a figura de referência, alguém que ofereça alternativas. Seu filho não precisa ficar obcecado com a música da Anitta ou com os sertanejos universitários que só falam de relacionamentos frustrados, bebedeiras e ostentação. Ofereça alternativas melhores: música erudita, o bom e velho rock 'N roll, e até mesmo o sertanejo raiz como Tião Carreiro e Pardinho. Algo que tenha valor e significado. Se fizer isso bem, seu filho vai preferir esses sons, porque terá sido uma referência real para ele, ao invés de um carrasco.
Preste atenção nas amizades de seus filhos, independente do sexo, em todas as fases da vida. Oriente-o para evitar amigos drogados, feministas, mimados e encrenqueiros. Se por alguma razão seu filho se tornar algo indesejável, não se precipite. Plante sementes de lucidez na mente dele com paciência, sempre o tratando como filho amado, por pior que seja algum comportamento. Entenda que ele é ou pode ser alvo de gente ruim. Respeite o tempo dele, trabalhe para que não tenha frustrações. É importante aproveitar finais de semana e feriados para estar presente em sua vida, controlar os horários em que ele sai de casa para ficar com amigos e ter muito cuidado ao permitir dormir fora de casa. Isso é básico e necessário.
Para ajudar seu filho a ter senso de responsabilidade e se tornar um libertário, transforme tudo em jogo. Preste atenção na idade e nas capacidades dele. Mostre que tudo tem um preço, tem um imposto, e que ele tem um orçamento. Dê um pouco de dinheiro toda semana, ensine-o a guardar, mostre que tem recompensas quando for bem na escola, quando fizer os serviços domésticos como lavar louça, arrumar o quarto ou lavar a roupa. Se ele quiser muito algo, ensine-o questões relacionadas à preferência temporal, como cobrar juros emprestando dinheiro para ele. Assim o preparará para a realidade e que escolhas têm consequências financeiras. Tudo com calma e simplicidade. Na escola, prepare-se. Aqueles professores de geografia e história tentarão fazer a cabeça deles. Gradualmente, explique que, no momento certo, ele aprenderá algo novo. É importante mostrar que às vezes temos que ser artistas e fingir que concordamos com certas ideias, porque isso faz parte da convivência social.
Mostre que às vezes você e seu cônjuge terão dissabores. Isso não significa que tudo é ruim; pelo contrário, o mundo já foi muito pior. Explicar isso de forma clara e simples vai prepará-los para os desafios da vida sem criar medos desnecessários. Assista filmes que ensinam lições importantes, jogue jogos que estimulem a perseverança e noções de ciências e escute músicas bem elaboradas. Faça-se presente no dia a dia sempre que possível, porque, no fim das contas, você decidiu ser pai ou mãe. O processo de ver seu filho crescer será, sem dúvida, recompensador. Outro meio essencial para o desenvolvimento do seu filho é através da religião. Embora a vida espiritual seja um obstáculo para muitos pais afastados da igreja, criar seu filho nesse meio traz benefícios valiosos. A religião oferece uma transmissão de valores morais e éticos, e é um ambiente ideal para os jovens adquirirem disciplina e aprendam a lidar com desafios emocionais. Algumas religiões formam grandes músicos, aprimoram capacidades discursivas e blindam os jovens de comportamentos indesejáveis, como inveja, violência e egoísmo. Aqui no canal VISÃO LIBERTÁRIA, há diversos vídeos sobre cristianismo e religião que podem ajudar a expandir esse entendimento e oferecer perspectivas relevantes para pais e filhos. Portanto, lembre-se que atualmente é difícil pensar em ter filhos, mas é recompensador poder transcender e ver um indivíduo se tornar um adulto melhor do que você um dia pensou em ser.
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