EUA cobrarão R$82.000 para conceder VISTO de TURISMO

Trump pretende cobrar até 82 mil reais de caução para quem quiser visitar os Estados Unidos.

Os Estados Unidos acabaram de anunciar que vão cobrar até 82 mil reais por alguns tipos de visto de turismo e negócios. Isso mesmo, você ouviu certo. Para ter o privilégio de visitar a terra da liberdade, terá que deixar uma pequena fortuna como garantia de que vai voltar para o seu país. O programa piloto começa em duas semanas e vai durar 12 meses. A justificativa oficial é reprimir visitantes que ultrapassam o prazo de validade dos vistos. Os valores variam entre 27 mil, 55 mil e 82 mil reais, mas a expectativa é que a maioria tenha que pagar pelo menos 55 mil.

O interessante é que eles não divulgaram ainda quais países serão afetados. Só disseram que serão "estrangeiros de países identificados pelo governo dos EUA por suas altas taxas de permanência ilegal e onde as informações de triagem e verificação são consideradas deficientes". Traduzindo: países que eles consideram problemáticos. Essa não é a primeira vez que tentam fazer isso. Em 2020, o governo Trump já havia tentado implementar o mesmo programa, mas foi cancelado devido à pandemia. Na época, 24 países seriam afetados, incluindo lugares como Afeganistão, Angola, Burkina Faso e outros que provavelmente ninguém sabe onde ficam no mapa.

A medida faz parte da ordem executiva 14.159, assinada por Trump, que tem o nome pomposo de “Protegendo o Povo Americano Contra a Invasão”, porque aparentemente turistas e empresários que querem gastar dinheiro nos EUA são uma invasão que precisa ser combatida. O mais irônico é que isso acontece ao mesmo tempo em que Trump está vendendo os famosos “Gold Cards”, vistos de 30 milhões de reais que dão direito à cidadania americana para quem tem dinheiro suficiente. Ou seja, se for rico o suficiente, pode comprar a cidadania. Se for classe média querendo fazer turismo, tem que pagar caução como se fosse criminoso.

É a democracia americana em ação: liberdade para quem pode pagar, burocracia para o resto. E ainda por cima vendem isso como medida de segurança nacional, como se turista brasileiro fosse ameaça à estabilidade dos Estados Unidos. A nova política de cauções para vistos americanos representa muito mais do que uma simples medida migratória. É um exemplo perfeito de como governos usam a burocracia e taxas abusivas para controlar a movimentação de pessoas livres, criando barreiras artificiais que beneficiam somente os muito ricos e prejudicam a classe média trabalhadora.

Primeiro, vamos falar do impacto econômico direto. Uma caução de 82 mil reais não é um dinheiro que o turista perde, pois é teoricamente devolvido quando sai do país. Mas é um dinheiro que fica parado, sem render nada, por meses. Para uma família de classe média, imobilizar essa quantia pode significar cancelar planos de investimento, adiar a compra de um automóvel ou comprometer o orçamento familiar por muito tempo. Essa é uma medida de barreira de classe explícita. Quem tem 82 mil reais sobrando na conta não vai nem sentir o impacto. Quem ganha um salário médio simplesmente não consegue viajar. É uma forma de segregação econômica disfarçada de política de segurança. Os EUA estão literalmente dizendo que só querem turistas ricos. Além disso, há o efeito psicológico da humilhação. Imagina você, profissional qualificado, empresário ou acadêmico, tendo que provar que não é um risco de imigração ilegal mediante uma caução. É como se todo visitante fosse tratado como suspeito até provar o contrário. Isso destrói a dignidade das relações internacionais e trata pessoas livres como criminosos em potencial.

Além disso, a medida prejudica diretamente o turismo e os negócios americanos. Menos turistas brasileiros significa menos dinheiro circulando na economia americana. Hotéis, restaurantes, lojas, parques temáticos, todos perdem receita quando o governo cria barreiras artificiais para visitantes. É um tiro no próprio pé econômico. Adicionalmente, a medida expõe a hipocrisia total da política migratória americana. Ao mesmo tempo que cobram 82 mil reais de caução de turistas, vendem cidadania por 30 milhões para milionários. A mensagem é clara: se você for rico o suficiente, pode até virar americano. Se for classe média querendo fazer turismo, é tratado como ameaça. E não é só isso. Estudantes, pesquisadores e profissionais que querem fazer cursos ou participar de conferências nos EUA podem ser impedidos pela barreira financeira. Isso empobrece o intercâmbio acadêmico e científico, prejudicando o desenvolvimento de ambos países.

Por último, tem o efeito mais amplo na liberdade de movimento. Quando governos criam barreiras artificiais para pessoas se moverem livremente pelo mundo, isso fortalece a mentalidade estatista de que cidadãos são propriedade do estado e precisam de permissão para viajar. É um retrocesso civilizacional disfarçado de política de segurança.

Do ponto de vista libertário, a nova política de cauções para vistos americanos é um exemplo perfeito de como o estado usa a burocracia e taxas abusivas para controlar a vida de pessoas livres. É uma violação direta do princípio fundamental de que indivíduos devem ter o direito de se mover livremente pelo mundo, limitado somente pela propriedade privada, não por fronteiras artificiais criadas por governos. A liberdade de movimento é um direito natural básico. Se tem dinheiro para pagar sua viagem e não está invadindo propriedade privada de ninguém, deveria poder ir onde quiser. A ideia de que precisa de permissão governamental para cruzar uma linha imaginária no mapa é uma invenção estatista que não tem base moral alguma.

Os Estados Unidos foram fundados com base na ideia de que pessoas livres podem buscar oportunidades onde quiserem. A Estátua da Liberdade tem uma placa que diz “Dê-me seus cansados, seus pobres, suas massas amontoadas ansiando para respirar livremente”. Agora eles estão dizendo “Dê-me seus ricos, seus milionários, suas massas com 82 mil reais sobrando na conta”. A política de cauções revela a hipocrisia total do sistema estatal. Governos adoram falar sobre livre comércio e globalização quando isso convém a eles, mas na primeira oportunidade criam barreiras para impedir que pessoas comuns se beneficiem da economia global. É livre comércio para corporações, burocracia para indivíduos.

Numa sociedade verdadeiramente livre, não existiriam fronteiras estatais. Existiriam somente propriedades privadas, e cada proprietário decidiria quem pode ou não entrar em sua terra. Hotéis, empresas e indivíduos americanos poderiam escolher livremente com quem fazer negócios, sem interferência governamental. A solução libertária seria simples: abolir completamente o controle migratório estatal. Qualquer pessoa deveria poder entrar nos EUA, desde que não invada propriedade privada e não cometa crimes. Se alguém quiser ficar, que fique, caso consiga se sustentar sem depender de assistência governamental.

“Mas e a segurança nacional?”, vão perguntar os estatistas. A resposta é que segurança real vem da propriedade privada e da responsabilidade individual, não de burocracias governamentais. Proprietários de hotéis, empresas e residências têm muito mais incentivo para verificar quem está entrando em suas propriedades do que burocratas governamentais que não sofrem consequências pessoais por falhas de segurança. “Mas e o sistema de bem-estar social?”, vão insistir. A resposta é que o problema não são os imigrantes, mas o sistema de bem-estar social. Elimine os programas governamentais de assistência e só virão pessoas dispostas a trabalhar e se sustentar. O problema não é a imigração, é o estado assistencialista que atrai dependentes. 

Num livre mercado, a própria competição resolveria qualquer problema de “permanência ilegal”. Se alguém quisesse ficar nos EUA, teria que conseguir emprego e moradia no livre mercado. Quem não conseguisse se sustentar seria naturalmente forçado a sair, sem necessidade de deportação governamental. A ironia é que os EUA estão criando barreiras para pessoas que querem gastar dinheiro na economia americana. Turistas e empresários trazem capital, criam empregos e movimentam a economia. Impedir essas pessoas de entrar é literalmente jogar dinheiro fora devido a paranoia estatista. O mais absurdo é que essa política vai ser completamente ineficaz para o objetivo declarado. Quem realmente quer imigrar ilegalmente não vai solicitar visto de turista. Vai entrar pela fronteira terrestre ou de outras formas. As cauções só vão afetar pessoas honestas que querem fazer turismo ou negócios legais.

A verdadeira solução para qualquer problema migratório seria eliminar o estado assistencialista e deixar o livre mercado funcionar. Sem programas governamentais de assistência, só viriam pessoas dispostas a trabalhar. Sem regulamentações trabalhistas que impedem a contratação, haveria empregos para todos. Sem controle de fronteiras, não haveria mercado clandestino de imigração. Os libertários sempre defenderam fronteiras abertas, não por idealismo, mas por pragmatismo. Livres mercados funcionam melhor quando pessoas, bens e capital podem se mover livremente. Barreiras artificiais criadas por governos sempre geram ineficiências, corrupção e violação de direitos individuais. A política de cauções americanas é mais um exemplo de como o governo cria problemas para depois vender soluções. Primeiro criam um sistema migratório complexo e burocrático que gera problemas. Depois usam esses problemas para justificar mais controle e mais taxas. É um ciclo vicioso que só beneficia a burocracia estatal.

A verdadeira América dos sonhos, seria aquela onde qualquer pessoa livre poderia entrar, trabalhar e prosperar sem solicitar permissão para nenhum burocrata. Infelizmente, essa América está cada vez mais distante da realidade.

Referências:

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/08/04/eua-podem-exigir-caucao-de-us-15-mil-para-alguns-vistos-em-programa-piloto-diz-aviso.ghtml

https://unblock.federalregister.gov

https://travel.state.gov/content/travel/en/legal/visa-law0/visa-statistics.html

https://www.migrationpolicy.org