Ora, ora, ora... Justo ele reclamando de PARCIALIDADE de um Juiz? Quem diria, não?
Vamos começar pela conclusão:
Quando um Juiz tendencioso aponta a tendenciosidade de outro Juiz, torna-se um ato minimamente controverso com sua conduta, pra não dizer altamente hipócrita.
Como todos sabemos, o juiz do Supremo Tribunal Federal, Vossa Excelência e deus-sol de terras tupiniquins Alexandre de Moraes, não tem sido reconhecido como um Juiz imparcial e ponderado, sendo este reconhecimento e esta opinião difundida até mesmo dentre aqueles que lhe são simpatizantes e apoiadores. Mas, claro: Tudo em nome da defesa da soberania e do Estado Democrático de Direito.
Vale lembrar que o Estado Democrático de Direito é definido como aquele que se sustenta na preservação da justiça, garantindo julgamento justo e imparcial, assegurando às partes o contraditório, a ampla defesa e o direito ao juiz natural. Tais condições não vem sendo observadas, sobretudo pela 1ª Turma do STF, no julgamento dos atos ocorridos em Brasília em 08 de Janeiro de 2023, no qual Alexandre de Moraes foi o relator e, por que não dizer, condutor.
Curioso também como Alexandre de Moraes, ao passar dos anos, saiu de um posicionamento político mais localizado à centro esquerda (PSDB, na época), e passou para o lado de uma extrema esquerda radical (equivalente ao PSOL, PCdoB e afins de hoje em dia), e não só pelos seus atos controversos e atropelos ao arrepio da Constituição, mas também por estes posicionamentos atuais, em que tenta distrair a opinião pública, jogando o foco de seu nome em coisas mais banais, como futebol.
A exemplo do que muito foi e ainda é feito por Lula, que em toda oportunidade que pode, correlaciona situações políticas à analogias absurdas com o mundo futebolístico, Alexandre de Moraes agora também se evade do foco das repercussões negativas de suas ações de Ministro, se imiscuindo aos assuntos mais mundanos como o futebol, na esperança de encontrar empatia a si junto a opinião popular.
(Sugestão de Pausa)
Em 30 de Julho de 2025, logo após sofrer as sanções americanas através da sua inclusão na "Global Magnitsky Act" (Lei Magnitsky), tentou transparecer normalidade e despreocupação, indo naquela mesma noite até a "NeoQuímica Arena", Estádio do Corinthians, para assistir ao jogo do seu time de coração. No entanto, seu posicionamento de tranquilidade durou muito pouco, visto que foi confrontado pelos torcedores de seu próprio time e, acuado, mostrou o dedo do meio para a torcida. Tal ato foi flagrado por repórter fotográfico de grande veículo de imprensa, e após a foto viralizar em todos os meios de comunicação do Brasil e do Mundo, sua cabeça foi pedida ao seu empregador, o qual a entregou de bandeja, com medo de perseguições - tristemente já habituais na realidade jurídica brasileira.
Em rápido parênteses, vale aqui destacar que a chamada "Grande Mídia" igualmente ignora fatos trazidos à baila por Eduardo Tagliaferro, na publicação de mensagens intituladas de "Vaza Toga". O medo de retaliações por parte do STF tem coibido a imprensa de realizar ampla e difundida cobertura das aberrações ocorridas no período eleitoral de 2022. Sob a ótica libertária, embora pareça uma realidade ainda distante, fato é que a chamada "justiça privada" coibiria, ao menos em partes, tal perseguição estatal, permitindo mais liberdade e imparcialidade à imprensa.
Voltando ao tema central, e retomando os exemplos futebolísticos usados pelos poderosos como subterfúgio e distrações da opinião pública, também podemos destacar que, na recepção da posse do novo Presidente do STF, Ministro Edson Facchin, Alexandre de Moraes recepcionou o Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, propositalmente com um frase pensada para difusão pela mídia: "E o Yuri Alberto, hein?" - referindo-se ao pênalti perdido displicentemente pelo atacante corintiano, contra o Flamengo, no jogo da noite anterior.
Numa rápida pesquisa, podemos ainda destacar outras ações do mesmo tipo:
Em 11 de Setembro de 2025, durante Julgamento no STF que condenou Jair Bolsonaro (e outros) pelos atos ocorridos no dia 08 de janeiro de 2022, Moraes comentou que quase perdeu parte do jogo do Corinthians, por causa da demora no voto do Ministro Fux - numa tentativa clara de constranger Fux, e desviar o foco da atenção pública em relação a técnica jurídica proferida no voto do referido Ministro;
Em 09 de Outubro de 2024, durante o julgamento de caso envolvendo a CBF no STF, o Ministro Gilmar Mendes fez uma piada sobre o Corinthians. Moraes, corintiano, rebateu a provocação, em tom de brincadeira destoante com a seriedade e imparcialidade esperada na conduta dos togados;
Ainda em 2024, em outro julgamento do STF, o qual envolvia a aplicação de uma dívida do Corinthians por contribuição previdenciária, Moraes usou a expressão “glorioso Corinthians”. Houve também uma troca de brincadeiras com o ministro Flávio Dino sobre a situação financeira do clube.
(Sugestão de Pausa)
Diante disto, é interessante ver que no Brasil atual, os governantes e autoridades de maior poder e relevância ainda se valem da milenar arte do "Pão e Circo" do antigo Império Romano para continuar iludindo e distraindo a população.
Deixando o aspecto futebolístico de lado, nem é preciso relatar neste artigo todas as dúvidas jurídicas que podem ser facilmente suscitadas sobre a condução do Ministro Alexandre de Moraes, como relator do julgamento da 1ª Turma do STF, acerca do intitulado pela corte como "atos antidemocráticos de 08 de Janeiro", já demonstrando a construção de uma narrativa tendenciosa do Supremo em relação ao julgamento, que nem havia ainda iniciado.
Interessante notar que, nesse caso, Moraes foi vítima, acusador, relator e julgador do caso, quando obviamente o mesmo deveria ter se declarado suspeito, e nem atuar em nenhuma condição. Zanin (ex advogado de Lula) e Flavio Dino (que já moveu ações contra Bolsonaro), de igual forma, também deveriam ter se declarado suspeitos.
E tudo isso ocorreu na mais alta corte do judiciário brasileiro, para espanto de muitos, porém, com o silêncio sepulcral da chamada "grande mídia" nacional.
Diante de tais fatos, ainda que superficialmente relatados (haveria muito mais espaço para maior aprofundamento dos absurdos), torna-se minimamente curioso que o Ministro Alexandre de Moraes declare "FOMOS ROUBADOS!" ao referir-se a marcação de um pênalti por um juiz durante um jogo de futebol. Com qual propriedade pode acusar tal fato aquele que contribui para rasgar os preceitos constitucionais mais basilares?
E no fim das contas, o “FOMOS ROUBADOS!” de Moraes é quase poesia: um juiz do Supremo reclamando de roubo é tão contraditório quanto um açougueiro vegetariano. No estádio, ele se sente vítima da arbitragem; no tribunal, vira o árbitro que apita, marca, expulsa, revisa o próprio VAR e se tudo isso não resolver, ele diz que não é mais futebol, agora é basquete. É um espetáculo de incoerência digno do "Cirque du Soleil", mas com ingresso pago via impostos - o que, sob a ética libertária, nada mais é que um roubo institucionalizado.
O futebol, claro, é a válvula de escape perfeita. Enquanto a nação discute se o Yuri Alberto bateu mal o pênalti, ninguém repara que, no campo jurídico, o juiz escalou a si mesmo como atacante, zagueiro e juiz de linha. E quando a torcida protesta, o que ela ganha? Um belo dedo do meio, erguido com a mesma naturalidade de quem rasga a Constituição para embrulhar pastel na feira.
(Sugestão de Pausa)
O pior é que a cena não choca mais. No Brasil de 2025, escândalo é só até a próxima rodada. A grande mídia finge que não viu, a política agradece a cortina de fumaça, e a Justiça segue sambando na cara da imparcialidade. A toga virou uniforme de torcida organizada – e das mais violentas.
No fundo, o “fomos roubados” bradado pelo Ministro Alexandre de Moraes, ao referir-se ao futebol e ao seu time de coração, talvez tenha sido um ato falho causado pelo seu subconsciente, sendo provavelmente um momento de sinceridade involuntária do togado. Afinal, sim, fomos roubados, mesmo! Roubados da imparcialidade, da seriedade institucional e, principalmente, da chance de acreditar que ainda existe juiz que joga pela regra.
O problema é que aqui não tem súmula, não tem tribunal esportivo, não tem recurso para a FIFA. O juiz é o dono da bola, apita quando quer, e se não gostar do resultado… leva a bola embora. E a quem podemos recorrer, visto que o STF já é a última instância do judiciário brasileiro? E, se denunciamos para outros países, tal como Eduardo Bolsonaro levou ao conhecimento dos EUA tais absurdos, ainda há a pecha de jogar contra a nação, curiosamente.
E assim seguimos, entre gritos de arquibancada e votos de plenário, assistindo ao velho espetáculo romano de pão, circo e toga. O estádio lota, a Justiça esvazia, e quem perde é sempre a mesma torcida: a do povo brasileiro.
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2025/03/28/flavio-dino-e-alexandre-de-moraes-assistem-ao-titulo-do-corinthians-juntos-em-sp.htm
https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2024/10/09/gilmar-faz-piada-com-corinthians-em-julgamento-da-cbf-no-stf-moraes-rebate.htm
https://www.em.com.br/politica/2025/09/7247065-moraes-cita-corinthians-ao-brincar-sobre-voto-de-quase-13h-de-fux-no-stf.html