Lula arregou para Milei e Bolsonaro! Do que o petista tem medo?

Se o presidente não pode ir a um lugar com receio de que a maioria das pessoas não goste dele, isso significa que o sistema democrático falhou!

Nesta primeira semana de julho, o nosso Molusco de Nove Dedos tomou a decisão de cancelar sua visita a Santa Catarina. Ele desistiu da visita após descobrir que Javier Milei confirmou a presença no local para se encontrar com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Essa postura de Lula não é de hoje, pois o Molusco sempre foi extremamente medroso diante de confrontos políticos diretos.

A possível visita do presidente petista a Santa Catarina estava sendo comentada nos bastidores do Palácio do Planalto e entre políticos catarinenses do PT. A mídia local não perdeu tempo e já estava publicando matérias sobre a suposta vinda do presidente ao estado.

O deputado Eduardo Bolsonaro (do PL-SP), filho de Jair Bolsonaro, afirmou que o argentino teria um encontro com seu pai. Lula e Milei têm mantido uma relação tensa, com o ápice da tensão sendo os ataques do argentino chamando o presidente que foi preso por corrupção de "corrupto". Mas que audácia, não é mesmo?!

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) afirmou que "essa viagem nunca esteve na agenda oficial". Conforme a Secom, a programação semanal, que é divulgada regularmente, não mencionava a ida de Lula a Santa Catarina. Os porta vozes do governo federal ainda ressaltaram que a última agenda divulgada foi antes de qualquer confirmação sobre a presença de Javier Milei no estado.

Alguns podem chamá-lo de estrategista, mas nós do Visão Libertária iremos usar o termo "Arregão" para denotar de forma mais inteligível a postura do atual presidente. O episódio prova uma característica que muitos críticos, tanto da esquerda quanto da direita, apontam: a falta de coragem do presidente para encarar adversários de frente e o reconhecimento claro de que seu o apoio popular é limitado. Em eventos como esse, a ausência de Lula não passa despercebida e prova que até ele sabe que não deveria enfrentar figuras que estão do outro lado da guerra política e cultural.

Historicamente, Lula já demonstrou um comportamento evasivo em situações de debate e confronto. Na campanha presidencial de 2006, o Molusco enfrentou críticas por sua ausência em debates. Em várias ocasiões, ele evitou participar desses eventos, alegando estar “muito ocupado”. Essa postura gerou controvérsias e levantou questionamentos sobre a transparência e a responsabilidade dele como candidato.

Além disso, o PT utilizou o slogan “Deixa o homem trabalhar” como parte de sua campanha, enfatizando sua suposta dedicação ao cargo e minimizando a importância dos debates. Essa abordagem foi criticada por opositores e analistas políticos, que argumentaram que a participação em debates é fundamental para esclarecer propostas, discutir ideias e permitir que os eleitores tomem decisões informadas.

Na época, Lula enfrentava escândalos de corrupção, como o mensalão, que abalaram seu governo. O mensalão envolveu um esquema de pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio político. Apesar disso, Lula foi reeleito naquele ano. Vale ressaltar que, em 2009, ele afirmou que o mensalão foi uma “tentativa de golpe no governo” e a “maior armação já feita contra o governo”. Pode confiar, eu estava lá e é tudo verdade. Ninguém roubou dinheiro nenhum e foi tudo um plano da extrema-direita dos anos 2000.

O pai do Anarcocapitalismo, Murray Rothbard, frequentemente discutia sobre a natureza dos políticos e suas motivações, em seus escritos. Ele argumentava que políticos medrosos, que evitam confrontos diretos e debates públicos, demonstram uma falta de confiança em suas próprias ideias e uma preocupação maior com a preservação do poder do que com a transparência e a responsabilidade perante a população.

Para Rothbard, essa postura é característica de líderes que dependem da manipulação e do controle da narrativa para manter sua posição, ao invés de confiar na força de suas convicções e na capacidade de convencer os outros de suas propostas.

Ele considerava a recusa em debater ideias divergentes como um sinal de fraqueza e insegurança. Para ele, políticos que evitam o confronto de ideias demonstram desprezo pelo povo e pelo processo democrático. Em seu livro "Homem, Economia e Estado", Rothbard argumenta que o debate é essencial para o progresso social, pois permite que diferentes perspectivas sejam ouvidas e avaliadas. A fuga do debate, por outro lado, impede a livre troca de ideias e perpetua a ignorância.

Ele comenta: "Quando as ideias não são submetidas ao escrutínio do debate aberto, elas tendem a se tornar ossificadas e dogmáticas. Isso é especialmente verdade quando as ideias são apoiadas pelo poder do estado, que pode suprimir a dissidência e impor a conformidade."

No contexto atual, a decisão de Lula de não ir à Santa Catarina, onde se encontraria com figuras como Javier Milei e Jair Bolsonaro, pode ser vista como um reflexo das observações de Rothbard. Mas questão vai além e prova o que o autor libertário Hans Herman Hoppe já nos ensinou há décadas: "A Democracia é um deus que falhou".

O fato de Lula saber que não tem o apoio do povo nos prova que todo o sistema estatal de eleger líderes não passa de um grande equívoco social. Uma atrocidade socio cultural que ignora completamente todas as bases lógicas e racionais relacionadas a legitimidade da liderança atual.

Toda essa situação nos mostra que o povo de Santa Catarina não elegeu Lula como seu presidente. Se a região fosse de maioria petista, o atual presidente não teria o menor receio de estar lá mesmo com a presença de Milei e Bolsonaro. É por isso que Hoppe argumenta que a democracia, ao invés de ser um sistema de governo justo e eficiente, é inerentemente falha e tende a gerar diversos problemas.

Hans Hoppe argumenta que a democracia, ao ser baseada no governo da maioria, falha em considerar os direitos de propriedade individual e leva à tomada de decisões ineficientes e que desperdiçam recursos. Em um sistema democrático, a maioria pode votar para expropriar a minoria, violando seus direitos de propriedade e gerando distorções no mercado. Ele expõe a natureza parasitária do Estado democrático, que se alimenta de impostos compulsórios e os utiliza para financiar projetos e programas que nem sempre são alinhados com as preferências da população.

O economista alemão também observa uma tendência histórica no Ocidente de constante expansão do Estado sob regimes democráticos. Os políticos, buscando se manter no poder e atender a interesses específicos, tendem a aumentar o escopo da ação estatal, restringindo liberdades individuais e aumentando o controle sobre a economia. Esse sistema, cria incentivos perversos para a expansão do Estado, pois os políticos podem prometer benefícios a grupos específicos em troca de seu apoio, mesmo que esses benefícios sejam financiados por meio da coerção estatal imposta pela maioria.

Isso pode ser entendido como uma literal ditadura da maioria, onde as minorias vão precisar podar suas liberdades para se adequar ao sistema social vigente. Hoppe propõe alternativas para esse sistema ineficiente, como a Sociedade de Leis privadas, um sistema em que a propriedade privada e a livre associação voluntária seriam os pilares da organização social. Nesse sistema, empresas privadas forneceriam serviços de segurança e justiça, substituindo o leviatã estatal.

A ausência de Lula em Santa Catarina, estado onde ele não recebeu apoio significativo nas eleições, é um lembrete claro das falhas do sistema democrático atual. Muitos cidadãos da região sul do Brasil se sentem desamparados e sem representação adequada, pois suas vozes e escolhas políticas não estão de acordo com o governo do amor. Toda essa situação deixa evidente a falha fundamental do sistema democrático: a incapacidade de representar de forma justa e eficaz todos os segmentos da população.

Para superar essas deficiências, a melhor solução atualmente está no anarcocapitalismo e na adoção da sociedade de leis privadas. Em um sistema de leis privadas, a justiça e a governança seriam descentralizadas e baseadas em contratos voluntários, garantindo que as necessidades e desejos das comunidades locais sejam atendidos de maneira mais precisa e justa. Esse modelo não apenas promoveria uma representação mais fiel dos interesses dos cidadãos, mas também reduziria a concentração de poder e a manipulação política, oferecendo um caminho mais transparente e eficiente para a verdadeira liberdade. Isso só traria benefícios a todos os que respeitam a propriedade privada dos outros, promovendo justiça e reduzindo conflitos.

Referências:

https://rothbardbrasil.com/wp-content/uploads/arquivos/deus-que-falhou.pdf

https://rothbardbrasil.com/homem-economia-e-estado-com-poder-mercado/