O governo argentino dá um passo radical na diplomacia ao trocar sua chanceler por uma figura alinhada com princípios libertários. Mas o que realmente está em jogo por trás dessa decisão do presidente libertário?
Javier Milei, o presidente argentino conhecido por suas visões libertárias e aversão ao socialismo, surpreendeu o cenário internacional ao demitir Diana Mondino, ministra das Relações Exteriores. O libertário tomou essa drástica decisão após sua ministra votar a favor de Cuba na ONU, se posicionando contra o embargo dos EUA. Para Milei, a votação foi uma traição a sua visão anticomunista e uma afronta aos laços que pretende estreitar com nações ocidentais que são pró-liberdade política, em especial os Estados Unidos. Ao defender que o embargo visa responsabilizar o governo cubano pela contínua repressão e pela pobreza que assola o povo da ilha, Milei deixa claro sua política externa: um corte total com qualquer conivência com regimes autoritários. Não é que Milei seja contra o comércio internacional e contra relações com o povo cubano, mas ele sabe bem que não será positivo manter uma Argentina que defenda e financie aquela ditadura terrível que destruiu gerações durante décadas.
O presidente argentino vê no embargo um ato de coerência moral, um posicionamento firme contra a perpetuação de tiranias que oprimem inocentes. Não apenas isso, o voto a favor da resolução na ONU se apresentou para Milei como um desvio da identidade diplomática que ele deseja construir para a Argentina: uma nação que se alinha com a liberdade individual, os direitos humanos e o mercado livre, valores opostos aos dos regimes socialistas. Esse incidente também se relaciona com um segundo ponto que preocupa Milei: a questão das Ilhas Malvinas. Ele sabe que, para garantir apoio à reivindicação argentina das Malvinas, é necessário construir uma base de apoio internacional sólida – algo que ele acredita ser mais viável ao se alinhar com democracias liberais e rejeitar alianças com regimes totalitários, como o de Cuba.
Em resposta, Milei anunciou uma auditoria ideológica na Chancelaria, uma medida ousada e rara no mundo diplomático, mas coerente com a sua promessa de transformar o país. A ideia é simples: garantir que a política externa argentina não se torne um terreno fértil para agendas que, segundo ele, minam a liberdade individual e a autonomia econômica. Javier Milei defende que esse tipo de alinhamento, ainda que passasse despercebido no passado, será combatido a partir de agora, refletindo sua luta contra as influências socialistas e seu compromisso com um futuro libertário para a Argentina e para o Ocidente.
Essa postura pode ser vista por uns como uma guinada radical, mas para o presidente anarcocapitalista é uma questão de coerência em se opor a um lado que é indefensável. Alguém que defende a liberdade como princípio fundamental não pode, segundo ele, tolerar nenhum tipo de proximidade com regimes que negam essa mesma liberdade ao seu povo. Portanto, o objetivo principal é sabotar o governo cubano para não alimentá-lo com recursos que o ajudarão na perpetuação de seu regime escravista.
A visão de Javier Milei sobre liberdade e soberania nacional molda essa sua postura firme contra qualquer aliança com regimes que ele considera opressores. Para ele, governos como o cubano representam a antítese dos princípios que almeja para a Argentina, onde as liberdades individuais, o direito de propriedade, de manifestação, o empreendedorismo e o livre mercado são pilares inegociáveis. Ao demitir Mondino, ele transmite uma mensagem tanto para o cenário internacional quanto para o público argentino: a política externa será conduzida por valores que priorizam a liberdade e a dignidade humana acima de qualquer acordo ou consideração diplomática. Não haverá mais aliança com regimes criminosos enquanto Milei for presidente, por isso, o libertário argentino tem se oposto fortemente aos desmandos de Nicolás Maduro e tem protagonizado uma disputa política com o ditador venezuelano nos últimos meses.
O político libertário também tem como prioridade o fortalecimento da Argentina enquanto país independente, afastando-a de influências que ele considera prejudiciais, e aqui na América Latina, temos várias dessas influências. Ao exigir que seus diplomatas reflitam uma postura ideológica clara e comprometida com a liberdade, ele procura criar uma identidade nacional coesa que se afirme no cenário global como defensora da liberdade política, de expressão e dos direitos individuais. Essa escolha reflete o desejo de Javier Milei de construir uma Argentina forte e livre, que se oponha diretamente aos membros do Foro de São Paulo, que estão por trás dos regimes comunistas no ocidente, incluindo Cuba, Venezuela e toda a elite política brasileira de esquerda. Milei viu de perto a destruição que os comunistas conseguem causar na sua terra natal que, no século passado, chegou a ser um dos países mais prósperos do mundo, mas que se viu destruído pela constante inflação, aumento da dívida pública, corrupção e fechamento do mercado para o comércio internacional desde que a esquerda assumiu o poder.
Alguns libertários, veem essa posição como uma vitória ideológica num ambiente de guerra política, outros podem ser contra a postura de Milei por defenderem uma total ausência de políticas que restringem o comércio internacional. Sob a ótica austro libertária, a interferência estatal nas liberdades individuais é inaceitável, por isso, muitos libertários defendem que não haja controle econômico estatal, seja em âmbito nacional ou internacional. Mas a coisa é mais complexa do que parece no cenário político atual, sobretudo quando se precisa de apoio internacional de potências que são parceiros de negócios e compartilham de interesses parecidos, e quando se está cercado de ditadores comunistas. Os regimes autoritários usam esses recursos captados do comércio privado para financiar toda sua máquina de opressão contra pessoas inocentes. Engana-se quem pensa que o dinheiro que o governo cubano arrecada será destinado para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos da ilha, seja em serviços de saúde ou saneamento básico. Ou seja, financiar Cuba ou Venezuela direta ou indiretamente é ajudar uma máquina de opressão que prende, silencia e mata inocentes todos os dias.
Não podemos nos esquecer que governo de Cuba usava do programa Mais Médicos para receber dinheiro do governo brasileiro, financiando sua tirania contra os escravos da pequena ilha. Os médicos cubanos eram ameaçados, estavam sujeitos a contratos absurdos que os impedia de pedir asilo político e seus familiares eram feitos reféns pelo ditador de Cuba. Finalmente, ao distanciar a Argentina de países que violam a dignidade humana , Milei coloca em prática os valores morais e éticos defende, tratando a diplomacia como uma extensão de seus ideais. A auditoria ideológica que ele propôs não é, então, meramente um ato político, mas sim uma medida para assegurar que a política externa argentina esteja alinhada com os princípios de liberdade e autodeterminação – que ele vê como os fundamentos de uma sociedade próspera.
A nomeação de Gerardo Werthein como novo chanceler também é estratégica. Com um histórico de boas relações com os Estados Unidos, Werthein representa a continuidade dessa nova fase diplomática. Ele traz consigo um perfil de negociação mais próximo dos interesses ocidentais, o que sugere que a Argentina procurará fortalecer laços com economias de mercado e democracias liberais. Isso é uma forma de reforçar uma posição firme contra regimes que suprimem direitos civis.
Essa escolha de Milei, de alinhar a Argentina mais estreitamente com democracias liberais e afastá-la de regimes autoritários, gera um impacto imediato e coloca o país em uma posição distinta no cenário internacional. Depois de ver seu país sendo cúmplice de comunistas durante anos, Milei agora sinaliza que não pretende comprometer os valores que defende em troca de acordos diplomáticos que envolvam governos que violam direitos e liberdades fundamentais.
Assim, com Werthein à frente das Relações Exteriores, a Argentina deve intensificar sua aproximação com economias mais livres e isso é particularmente atraente para investidores estrangeiros. Eles passarão a ver com bons olhos um ambiente econômico alinhado com o liberalismo econômico. Werthein, com seu perfil favorável às liberdades e direito humano é visto como uma escolha que reforça essa nova direção, tornando potencialmente a Argentina um destino mais atrativo para investimentos e fortalecendo sua economia ao se alinhar com países como os Estados Unidos.
Resumidamente, a estratégia de Milei é clara. Ele quer reconstruir a economia argentina, sim, mas ele também quer reformular o país e repensar seu lugar em uma rede de nações que respeitam os direitos individuais acima de qualquer coisa. Milei sabe da guerra ideológica, cultural e política que assola os países ocidentais e não vê outra posição que a Argentina possa tomar em relação à Cuba, que representa uma ameaça direta aos demais países do continente americano.
Em sua rede social, o presidente argentino publicou um post da deputada Sabrina Ajmechet, no qual afirmou estar orgulhosa de um governo que não é cúmplice de ditadores. Ela escreveu em seu post o seguinte: “A pobreza da população cubana é responsabilidade do regime ditatorial comunista. De ninguém mais”.
Aqui no Brasil e em outros países, o presidente libertário da Argentina tem inúmeros amigos e parceiros que são conservadores e liberais e também esperam que a postura anticomunista seja tomada. Sabemos que Cuba pode, sim, fazer comércio com praticamente todos os países do mundo se quiser, sejam eles do oriente asiático, da grande África, da Europa ou América do Sul, e não é o embargo americano que torna aquele povo pobre. O que destruiu a pequena ilha foi somente o socialismo, inaugurado com o golpe de Fidel Castro e seus guerrilheiros comunistas, entre eles Che Guevara e Camilo Cienfuegos, na década de 50. Desde então, o pequeno país não tem segurança jurídica para atrair investimentos e nem traz nenhum tipo de confiança mínima a investidores sérios, por isso sua economia não consegue crescer. O governo de Cuba está há décadas minando qualquer possibilidade de livre iniciativa ou de acúmulo de poupança. A hiperinflação que assola a moeda cubana não permite que as pessoas consigam melhorar de vida e enriquecer, algo que nunca é dito pelos esquerdistas que amam defender aquele sistema político, mas nunca ousam viajar para conhecer a ilha, e ficar um tempo por lá. Por isso, a ditadura inaugurada por Fidel sempre precisou de financiamento de outros países autoritários e comunistas, entre eles a União Soviética, Venezuela, China e o Brasil durante as gestões petistas. Enquanto isso, a elite política cubana faz suas riquezas em dólar, enquanto o pobre povo daquela ilha revira lixo para encontrar algum alimento.
A grande verdade é que a esquerda política precisa de pobres e miseráveis, pois sabe que essas pessoas são mais dependentes do estado e estão muito ocupadas buscando sobreviver. Essas pessoas raramente representam uma resistência à tirania e são compradas com políticas assistencialistas, se tornando o curral eleitoral de políticos populistas e demagogos - daí vem a popularidade de Lula aqui no Brasil. Por isso, os esquerdistas odeiam a classe média e seu principal plano é sempre o empobrecimento geral da sociedade, a eliminação de empresas e do pequeno empreendedor e a completa eliminação da classe média. Assim, com a doutrinação nas escolas, o controle da mente dos jovens nas universidades, o empobrecimento das famílias com impostos e inflação e a destruição da estrutura familiar com políticas públicas, a esquerda anda rumo a um modelo de estado onipotente e totalitário que não é ameaçado por uma considerável resistência política.
Enfim, ao escolher Werthein, Milei visa fortalecer os laços com países que compartilham essas crenças — isto é, os Estados Unidos, além de trazer uma nova linha ideológica para os representantes da Argentina. Essa medida e essa escolha mostram que Milei deseja colocar seu país como o membro mais confiável das nações de mercado livre democrático. Isso não só mostra que o libertário argentino vê a política externa como uma extensão de sua visão interna para o país, uma nação argentina próspera e saudável, cujo governo joga o menor papel na economia, e os povos são livres. Javier Milei acredita que esta política também atrairá investidores e promoverá o crescimento econômico sólido, mostrando que está compromissado com a liberdade política. A nova postura comunica muito, pois ela mostra que o governo argentino agora deseja fazer negócios com valores fortes e comuns: individualidade, liberdade e responsabilidade. Vemos agora um presidente forte, que segue uma linha de defesa da dignidade humana e das demais liberdades e está com coragem e disposição para lutar contra as tiranias que tornaram a America Latina uma região tão pobre.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/10/30/javier-milei-demite-chanceler-da-argentina.ghtml