LINCE que viveu por SEIS ANOS com FAMÍLIA morre UM MÊS após ser RESGATADO

Sem o estado, quem iria matar o lince que uma família cuidou com amor durante toda sua vida?

Tenho certeza de que esta notícia irá abalar não apenas os pais de pet que sejam nossos espectadores, mas todos vocês. Um lince-do-deserto, um felino presente na África e Ásia Menor, morreu menos de um mês depois que foi retirado de sua criadora pela Guarda Nacional Republicana, equivalente a Polícia Militar do Brasil, na ilha da Madeira. O resgate ocorreu em conjunto com o Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente, que seria como o nosso querido IBAMA. Segundo relatos, depois que o felino foi resgatado, ele definhou até a morte, mesmo depois que foi entregue novamente à sua antiga dona.
O caracal, outro nome para este tipo de felino, pode chegar a 90 centímetros de comprimento, e pesar 18 quilos. Ele possui uma pelagem parecida com a da nossa onça-parda, mas com o rosto, principalmente as orelhas, parecidas com um lince, daí seu nome. Por ser um animal não doméstico, ou seja, silvestre, não pode ser criado em casa devido aos rabiscos em um papel português qualquer.
Por isso, sua dona, uma mulher de 38 anos, além de ter perdido seu animal de estimação, tomou uma multa por manter em cativeiro uma espécie proibida. Segundo o Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente, conhecido em Madeira pela sigla SEPNA, a apreensão do animal teve como objetivo proteger a espécie de vida selvagem com o intuito de prevenir, detectar e reprimir situações de tráfico, exploração, comercialização e cárcere das espécies protegidas. Além disso, a entidade diz ter uma preocupação diária com a proteção dos animais, e pede que a população denuncie, assim como neste caso, eventuais situações de maus tratos ou abandono.
Se a notícia acabasse aqui e não houvesse mais informações, é provável que nossos telespectadores ficassem do lado das autoridades, afinal, sabemos de inúmeros casos de pessoas que abandonam seus animais, deixando-os a mercê do acaso. Aqui no Brasil, existem milhares de relatos de maus tratos aos animais. Se não houvesse, não saberíamos quem é a Luisa Mell. Entretanto, as informações sobre o caso não acabam aqui.
No final do mês passado, a Associação Ajuda a Alimentar Cães iniciou uma petição para que o animal fosse entregue novamente a sua dona. Bores, como era conhecido o lince-do-deserto, foi criado desde bebê pela mulher, e não sobreviveria no ambiente onde estava, longe dela. Segundo a Associação, o animal foi retirado de um ambiente cheio de amor e tranquilo onde viveu os seus seis anos, para ficar em uma jaula pequena e fechada que o deixava triste, estressado e depressivo. O animal vivia em uma fazenda com a família, onde tinha total liberdade e segurança. Além disso, conviva com outros animais, além da família que cuidava dele. Segundo relatos da sua dona, ele tinha uma alimentação adequada a sua espécie, e era acompanhado por veterinários. Isso pode ser constatado pelo fato do lince conviver com seres humanos e outros animais sem problema nenhum. Animais silvestres, principalmente, caçadores tendem a atacar quando estão com fome ou ainda estressados.
Bores foi encontrado ainda filhote, e sua dona não tinha intenções maliciosas ou qualquer objetivo exploratório com ele. Mesmo assim, seu animal foi retirado à força e provavelmente seria levado para o zoológico local, onde viveria sua vida inteira em uma jaula pequena que lhe causaria estresse, tédio e confinamento, aprisionado apenas para o entretenimento das pessoas.
A petição foi um sucesso. Com 21 mil assinaturas e muita repercussão, os entes estatais voltaram atrás e devolveram o animal à sua antiga dona. Inclusive, soltaram uma nota nas redes sociais dizendo que os representantes oficiais emitiram um relatório médico-veterinário, atestando que, para o bem-estar e segurança do animal, os proprietários deveriam ficar como fiéis depositários dele. Apesar de a decisão não ter sido final e definitiva, era uma vitória, pois Bores poderia voltar para sua família e seu antigo lar.
A notícia poderia acabar aqui, com um final feliz. O animal retornando a sua antiga casa, após ser sequestrado por pessoas que se acham no direito de removê-lo de seu lar. Infelizmente, meus amigos, a vida não é um morango. No dia 7 deste mês, foi confirmado que Bores havia morrido. A mesma associação que criou a petição, informou que o animal estava entre a vida e a morte, devido ao sedativo utilizado para transportá-lo de volta para casa. Ou seja, não basta o IBAMA de Madeira sequestrar o animal, prendê-lo por dias em um local insalubre, longe dos seus donos. Eles precisaram utilizar tranquilizante no animal já debilitado, causando, então, a sua morte. Segundo sua dona, ele chegou sedado e durante mais de um dia não acordou. Preocupada, ela o levou para uma clínica veterinária de urgência, onde seu estado de saúde só piorou. Por fim, depois de alguns dias, ele veio a falecer.
É impossível não fazer um paralelo com o caso da capivara Filó, do Agenor, episódio que ficou muito conhecido ano passado aqui nas terras Tupiniquins. O acontecimento chocou o Brasil, quando o IBAMA tomou o animal dele, além de aplicá-lo uma multa de 17 mil reais. Agenor, conseguiu arrecadar 70 mil reais com uma vaquinha, para ajudá-lo a pagar pelo processo e multa que estavam no seu nome. Filó também foi presa em uma gaiola insalubre, mas felizmente conseguiu voltar para Agenor, depois que o caso ganhou proporções nacionais, envolvendo influenciadores e deputados. Outro ponto que difere do caso de Bores, é que Agenor não era dono de Filó. Ela simplesmente apareceu no sítio onde morava, vivendo solta na natureza. Entretanto, como gostava do humano, voltava e passava o dia com ele. Se ela tivesse realmente sido vítima de maus tratos, estaria aprisionada assim como o IBAMA fez, e nunca mais voltaria para a casa de Agenor. Isso, no entanto, não se concretizou, provando que o órgão não só estava errado, mas também diminuiu a qualidade de vida do animal enquanto estava sob sua tutela.
Estes dois casos mostram que o estado não está preocupado com a saúde e o bem-estar dos animais que resgatam. O leviatã apenas quer fazer valer o que está escrito em um papel rabiscado qualquer independente das consequências. Se o IBAMA e o SEPNA realmente focassem na qualidade de vida dos animais, eles não iriam sequestrá-los, a fim de mantê-los em cárcere com péssimas condições. Inclusive, no caso brasileiro, foi muito pior, pois a capivara vivia solta em meio a natureza.
Na visão libertária não há o que se falar, assim como qualquer coisa do governo, tanto o IBAMA, quanto o SEPNA não deveriam existir. Além disso, não há o que se discutir: animais são propriedade, e seus donos têm total poder sobre eles. Apesar de muitos serem contra essa visão, é a realidade. Mas não achem que uma pessoa que maltrate os animais, ficaria impune em um ancapistão. Lembre-se de que existiriam regras dentro das cidades, portanto, é plausível acreditar que maus tratos não seria algo que passaria impune de alguma forma, seja com advertência, seja com multa. Mas mesmo assim, se não houvesse, é bem provável que ninguém que maltrate os animais saísse de casa sem ter maculado a sua imagem, podendo ser afastado da sociedade pelas próprias pessoas devido a tal atrocidade. Você seria amigo ou faria negócios com alguém que matou um animal de estimação a tapa por pura maldade? Esse tipo de gente sofreria todo tipo de boicote possível.
Enfim, tanto o caso do Bores quanto o da Filó só nos mostra aquilo que sempre dizemos aqui no canal: o governo e seus asseclas só querem demonstrar poder. Não querem melhorar sua vida, a vida dos animais ou de qualquer pessoa que não seja a deles. Eles se transvestem da lei para poder abusar da autoridade, sequestrar, manter em cárcere imundo seu animal de estimação e, em casos mais graves, matá-lo, mesmo depois que foi definido que ele voltaria aos seus braços.

Referências:

https://www.noticiasaominuto.com/pais/2611882/morreu-bores-lince-tirado-a-familia-na-madeira-o-que-se-passou-num-mes

https://www.noticiasaominuto.com/pais/2609188/lince-apreendido-na-madeira-foi-devolvido-aos-donos-pelo-menos-para-ja

https://www.noticiasaominuto.com/pais/2606978/madeira-10-mil-pessoas-pedem-que-lince-apreendido-seja-devolvido-a-dona

https://www.noticiasaominuto.com/pais/2592554/lince-do-deserto-em-cativeiro-apreendido-na-madeira-mulher-identificada