Vivemos em um momento desafiador, no qual o sistema tradicional de trabalho e aposentadoria já não garante a estabilidade financeira prometida no passado.
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Este artigo foi sugerido por Joe Gardner e Sr Bigodes escrito por Joe Gardner e Sr Bigodes
Vivemos em um mundo onde o sistema tradicional de trabalho é frequentemente visto como o caminho mais seguro para uma vida financeira estável.
A narrativa clássica — escolha uma profissão, trabalhe com dedicação durante 40 anos e aposente-se com segurança — tem sido transmitida de geração para geração como uma certeza. No entanto, essa promessa está se tornando uma ilusão para muitos.
Com o aumento da expectativa de vida, o envelhecimento da população e a diminuição do número de jovens no mercado de trabalho, o modelo de aposentadoria como conhecemos está se tornando insustentável.
A vida humana pode ser dividida em três grandes fases.
Na primeira, conhecida como infância, somos improdutivos por natureza, dependentes de nossos pais para nossa sobrevivência, enquanto adquirimos as habilidades necessárias para nos tornarmos adultos funcionais.
A segunda fase é a idade produtiva, onde, como adultos, geramos valor para a sociedade por meio da produção de bens, serviços e a criação de nossas próprias famílias.
No entanto, a terceira idade apresenta um desafio. Do ponto de vista evolutivo, o ser humano não foi geneticamente programado para uma longa vida depois da fase reprodutiva.
A expectativa de vida humana já foi muito curta, algo como 35 a 40 anos, mas, com o advento da industrialização, e os avanço da medicina, a expectativa de vida vem aumentando consideravelmente, levando a uma população de idosos que não está mais tão dependente, e que desempenha papéis sociais importantes, como no auxílio à criação dos netos.
Mas, nessa fase da vida, a atenção para a saúde aumenta, e exige mais recursos para prevenção e tratamento, naturalmente.
Historicamente, os filhos cuidavam dos pais na velhice, mas isso se tornou difícil nos dias de hoje, com o aumento do custo de vida e a necessidade de todos os membros da família trabalharem.
Para que o idoso não se torne um fardo muito difícil para seus filhos e netos, deve garantir uma aposentadoria.
O problema aqui é a incerteza sobre quanto tempo vamos viver. Como calcular o valor exato que precisamos economizar? E se vivermos além da expectativa de vida média?
Para isso existe a Previdência, que oferece a possibilidade de garantir uma aposentadoria até o fim da vida. No Brasil, todo cidadão que trabalhou ganhou o status de Segurado do INSS, que é o nosso mega plano de previdência, coercitivo e obrigatório.
E, para aqueles que não são empregados, ou para os que querem garantir mais rendas, existem os fundos de previdência privados. Claro que há riscos associados aos fundos, como a falência das empresas de previdência, os golpes, e a má-gestão.
O indivíduo deve procurar boas empresa a quem confiar suas economias, sem entrar nessa de acreditar em promessas de ganhos muito fáceis.
Já o INSS é, na verdade, um esquema de pirâmide financeira, onde as contribuições dos mais jovens sustentam os mais velhos. Os aposentados contam com certas garantias, e o custo disso é transferido para a base da pirâmide, para os novos segurados.
Por isso a base precisa ser maior que o topo para funcionar, tem que manter as proporções de uma pirâmide.
Mas, com a população envelhecendo rapidamente, o sistema está cada vez mais insustentável, pois a pirâmide começa a se inverter.
E para fechar as contas, o Governo tende a imprimir dinheiro, a isso chamamos inflação, que diminui o poder de compra da moeda.
Em outras palavras, com a inflação e seu efeito mais imediato, que é o aumento de preços, o Estado está tirando dinheiro de toda a população, mesmo de quem não é trabalhador ou empresário, para cobrir o déficit da Previdência.
E, além da inflação, os governos fazem, de tempos em tempos, as famosas reformas previdenciárias, que, a cada versão, tornam mais duras as regras para a aposentadoria, obrigando o indivíduo a trabalhar por mais tempo.
Note que, se existem menos indivíduos contribuindo para sustentar a massa de aposentados, que só aumenta, então a participação desses indivíduos da ativa tem que aumentar, ou seja, quem está contribuindo hoje tem que sacrificar mais tempo da sua vida para manter a Previdência.
Por isso ouve-se as pessoas dizerem que não vão se aposentar nunca, pois a cada reforma se acrescentam mais uns anos para a idade mínima, e mais tempo de contribuição, e se, a cada 12 anos, ou menos, há uma nova reforma, ora, faça as contas.
A escolha da sua carreira vai definir se você será um segurado do INSS, ou se você será livre. Mas por que a primeira opção, de segurado, é o oposto de liberdade? Porque não há escolha, se você estabeleceu uma relação de trabalho com alguém, o Estado será o seu dono, seu e do seu patrão.
Você e seu patrão não podem fazer acordos, sua relação está estabelecida na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), escolha uma opção no cardápio do Estado, porque o que contrariar a CLT é ilegal e criminoso.
Já a via da liberdade é o empreendedorismo, mas não é para qualquer um, naturalmente, porque exige alguma tolerância a riscos e muita disposição. Por outro lado, essa liberdade aumenta a possibilidade de melhores recompensas, é claro.
Os empresários e os profissionais liberais têm a oportunidade de negociar diretamente com seus clientes, determinar seus próprios horários de trabalho, bem como suas férias, e local de trabalho. Por outro lado, ao contrário do empregado, o patrão não pode ir embora porque deu a hora, em geral, ele é o primeiro a chegar e o último a sair.
Mas, e se quiser trabalhar de noite? Pode! Quer trabalhar, domingo? Sem problemas! Quer folgar na terça? Vai fundo! Nada de patrulha sindical e acordos coletivos de trabalho! Nada de operadores da máfia estatal procurando irregularidades para meter a mão no seu bolso.
Mesmo com as incertezas do empreendedorismo, nos últimos anos, tem havido um aumento significativo no número de registro de pessoas jurídicas no Brasil. O crescimento desse modelo de trabalho, denominado pejotização, traz à tona discussões acaloradas sobre seus benefícios e desafios.
Atualmente, muitas empresas estão optando por contratar serviços de outras pessoas jurídicas, ao invés de contratar trabalhadores pelas regras da CLT.
Isso seria mais um incentivo para o crescimento dos registros de pessoas jurídicas. Os críticos denunciam que a pejotização provoca uma precarização das relações de trabalho, pois os contratados como Pessoa Jurídica não possuem direitos como férias remuneradas, 13º salário, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e seguro-desemprego.
Mas, veja bem, não se trata de direitos, ninguém dá aos trabalhadores celetistas as férias ou o 13º, é ele mesmo quem paga por tudo isso. O valor do salário já leva em conta tudo isso, o empregador coloca todos os custos na conta e divide por 13, simples assim.
Mas o empregador, ao contrário do governo, não tem uma máquina de fazer dinheiro. Então o dinheiro para bancar todos esses “direitos” sai do seu bolso, trabalhador, e do bolso do consumidor, que é você também.
Do ponto de vista libertário, todos os indivíduos são livres para empreender ou, se preferirem, podem trabalhar para os empreendedores, e são livres para negociar os termos dessa troca.
Além disso, no Ancapistão, os indivíduos são livres para criar sua estratégia de Previdência, para terem como se sustentar quando não puderem ou não quiserem mais trabalhar.
Pode ser o INSS, por que não? Mas isso não pode ser uma imposição, o Governo deve concorrer com a iniciativa privada, e o indivíduo, no Ancapistão, é livre para escolher.
O governo pode continuar oferecendo a proteção da CLT, mas no mundo livre isso deve ser mais uma opção à disposição do indivíduo. O indivíduo escolherá entre a CLT e outras propostas, ou por proteção nenhuma, pois pode preferir negociar seu preço sem limitações impostas por outras pessoas ou grupos.
O desafio maior, no entanto, reside na mentalidade com a qual as pessoas cresceram, especialmente no Brasil, onde impera uma cultura de dependência e medo em relação ao futuro, o que joga os indivíduos nos braços do Estado.
Felizmente, o acesso à informação descentralizada e distribuída, por meio de plataformas como o YouTube, e de canais informativos como o Visão Libertária, aliado à inspiração de empreendedores de sucesso, têm ajudado muitos a superar essa barreira mental.
Um exemplo é o Flávio Augusto da Silva, influente escritor e palestrante, muito presente nas mídias sociais, e mais conhecido como o fundador da Wise Up, uma rede de escolas de línguas que trouxe para o Brasil um método inovador para o ensino de inglês para adultos.
Arrojado, como são os vencedores, Flavio não vê fronteiras, e comprou o Orlando City Soccer Club, um time de futebol dos Estados Unidos, que se tornou um dos principais clubes da Major League Soccer (MLS).
Em uma de suas palestras mais recentes, o empresário destacou um ponto crucial para quem busca liberdade financeira: o que ele chama de mentalidade de vendas, isso significa adotar uma postura proativa, e entender que tudo na vida envolve a capacidade de vender algo, seja uma ideia, um produto ou até a si próprio.
Isso vai ao encontro da retórica libertária, segundo a qual os indivíduos são livres para negociar tudo o que tem valor. No livre mercado os indivíduos negociam preços e acordos, sem a interferência da mão pesada do Estado.
Esse processo de transformação é essencial para que as pessoas se libertem da dependência estatal, e que uma nova mentalidade de autonomia financeira e independência cresça, expandindo-se a cada dia, aproximando-nos de uma realidade mais próxima do Ancapistão.
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