E se você não precisasse mais da permissão de burocratas estatais para criar seu negócio? O que faria de diferente?
Não é de hoje que a tecnologia vem moldando o mundo por meio de inúmeras disrupções através dos tempos que não só alteram o status quo, como melhoram nosso padrão de vida e quebram normas estabelecidas até então julgadas como imutáveis ao darem espaço para novas ideias, novas concepções e um novo significado em como o ser humano encara seu ambiente. Desde a invenção da roda, que permitiu ao ser humano facilitar seu transporte tornando-o mais rápido e fácil contribuindo para o surgimento posterior das primeiras cidades, as inovações vêm sendo fundamentais para o progresso e desenvolvimento tecnológico humano.
A invenção da prensa de Gutemberg no século XV permitiu a criação, publicação e distribuição de livros e da escrita de uma maneira sem precedentes. A leitura se tornou um hábito acessível para uma maior parte da população, já que na época os livros eram caros e reservados para um seleto grupo. Com a prensa de Gutemberg dando os primeiros passos na descentralização de informações e conhecimento, a distribuição de conhecimento começou a engatinhar. O mesmo vale para as caravanas que possibilitaram as viagens intercontinentais e a descoberta de novos territórios. Além disso, obteve-se grande ganho com a criação da locomotiva, que permitiu viagens e transportes mais rápidos em menores espaços de tempos. O motor a vapor, a energia elétrica, o avião, computadores pessoais até a internet e o Bitcoin. Todo esse progresso disruptivo que quebrou padrões através das eras deu início a um ciclo imparável de progresso e oportunidades e isso se deve à genialidade humana e sua incrível capacidade de inovar e alterar seu ambiente.
E com o mundo dos negócios não seria diferente. Apesar de grandes exemplos como Elon Musk, e empresas como Amazon e Microsoft, é um fato conhecido para todos que o empreendedorismo é um mar quase que interminável de obstáculos. Isso especialmente em terras tupiniquins, onde imposto e permissões são necessários até onde a vista alcança, além de insegurança jurídica e regulamentações dignas da era soviética. De acordo com um relatório do IBGE, 20% das empresas quebram em seu primeiro ano de funcionamento e aproximadamente dois terços das empresas não duram mais do que meia década. E o motivo disso? Altos impostos, burocracias, regulamentações sem fim, inflação, insegurança jurídica, altos custos trabalhistas devido àquela insanidade fascista chamada CLT, além dos altos gastos estatais. Isso limitando-se a alguns dos problemas, já que a lista só aumenta conforme empregamos mais tempo para a análise dos fatores. Esse arranjo não é nada favorável para a criação de riqueza e contribui para a estagnação econômica e tecnológica de uma sociedade. Favorecendo os amigos do rei como políticos, funcionários públicos, empresários amigos do governo e o pessoal da casta que receberam mundos e fundos enquanto o comércio é restringindo, limitando a liberdade e autonomia de indivíduos honestos e pacíficos. Tudo isso para manter os benefícios da alta casta, mesmo que isso sufoque a economia e promova o atraso civilizatório devido à restrição de tecnologia e comércio.
Entretanto, se fosse possível construir negócios globais e levar o conceito de disrupção a outro patamar, permitindo que qualquer pessoa pudesse criar seu próprio empreendimento, sem autorização de burocratas, sem esse rio de burocracia e sem outros riscos que envolvem os negócios tradicionais como custos de terreno, encargos trabalhistas e dependência geográfica? O que será que aconteceria?
É aí que entra o mundo dos SaaS e das tecnologias de no-code e low-code. Mas antes de prosseguirmos, aqui vai uma breve contextualização. No-code e low-code são tecnologias que permitem a criação e desenvolvimento de uma aplicação ou um software sem a necessidade de uma equipe de desenvolvedores, usando estruturas já prontas e pré-formatadas, permitindo que usuários com pouco ou até mesmo nenhum conhecimento em programação possam criar seus próprios softwares e plataformas, com ajuda de inteligência artificial. Isso permite que o desenvolvimento de uma solução seja além de acessível e acelerada, tenha uma implementação rápida e ágil com uma equipe enxuta. Dito isso, o no-code existe a dispensa de qualquer conhecimento técnico de desenvolvimento ou programação, enquanto o low-code é necessário um conhecimento primário, ainda que não chegue ao nível de um programador. Já o SaaS é sigla em inglês para Software as a Service, no português, software como um serviço. Aqui vai um exemplo prático: imagine que um arquiteto irá trabalhar numa obra por três meses e precisa usar um software especializado. Ao invés de comprar tal programa por mil reais, pode fazer uma assinatura do sistema e ter acesso a todos os recursos oferecidos numa assinatura trimestral que irá custar uma porcentagem bem menor do valor. Findado o período necessário para a conclusão do projeto, não havendo mais necessidade de se utilizar o programa, o usuário simplesmente cancela a assinatura do referido programa, ao invés de adquiri-lo por um preço altíssimo, diminuindo assim os custos finais para o arquiteto e, consequentemente, para o seu cliente.
Explicações dadas, agora vamos falar do estudo de caso da ferramenta Filtrify. Tal software foi criado para ajudar os afiliados a venderem mais pela internet e os fazerem economizar tempo ao escolherem produtos para vender. Vale lembrar que afiliados são pessoas que vendem produtos de terceiros em troca de uma comissão sobre o valor da venda. Ao escolherem um produto para vender tendo vários critérios que devem ser considerados, os afiliados gastavam muito tempo escolhendo um produto, algo que agora pode ser feito em poucos minutos. Vale destacar que o sistema é brasileiro, sendo feito sem uma única linha de código. Outros exemplos são a loja de roupas californiana chamada Volcom, que usou ferramentas no-code para um melhor gerenciamento de seus dados e automação de processos, feito antes de maneira manual. Há ainda o Bloom Institute of Technology, instituição de ensino à distância que oferece cursos da área de tecnologia sem cobrar o exorbitante preço típico das universidades americanas. Além de inovar com no-code, seu modelo de negócio é diferente: em vez de cobrar dos estudantes de antemão, assim que graduados e empregados, seus alunos pagam pelo conhecimento dando parte do seu salário à instituição. Isso atende a uma demanda do mercado por educação a preços justos. Tudo feito de comum acordo entre as partes. Pois é, e ainda tem aquele seu amiguinho socialista que acha que o papai estado irá resolver os problemas sendo que os burocratas estatais mal provêm serviços básicos como saúde e ruas asfaltadas.
A Uber descentralizou o mercado de transporte por aplicativos, o Airbnb o mercado de acomodações, a Netflix o mercado de filmes e séries. A Apple revolucionou os celulares e a telefonia móvel com o iPhone, a Tesla está fazendo o mesmo com o mercado de veículos elétricos, o iFood e Rappi mudaram o mercado de delivery de comida, a Spotify mudou como consumimos música. A internet descentralizou o acesso à informação e as tecnologias no-code e low-code estão fazendo a mesma coisa com a criação de empresas e softwares, diminuindo a dependência de organizações altamente hierarquizadas e centralizadas como as grandes corporações e o estado, empoderando indivíduos destruindo as fronteiras das nações, regulamentações e leis esdrúxulas de quase cem anos atrás, devolvendo às pessoas o controle de seus projetos.
Todas essas disrupções são frutos da genialidade humana e da nossa incrível capacidade de inovar em escala e alterar nosso ambiente, gerando assim um ciclo de prosperidade e riqueza. Tal criação de riqueza e a genialidade humana só podem florescer em um ambiente de livre mercado. Esse espaço no qual cada indivíduo é livre para inovar e trazer seus dons ao mundo, pois empreender nada mais é do que resolver os problemas de terceiros sendo recompensado por isso. E o mais lindo de tudo isso: sem nenhum burocrata tirânico lhe dizendo o que deve fazer com sua vida, negócios e dinheiro.
O estado não é nada mais do que uma organização maléfica que promove o atraso civilizatório a fim de manter os benefícios para si e para a alta sociedade que o compõe, usando para isso o protecionismo econômico, leis de restrição de comércio de produtos e tecnologias emergentes para proteger a “indústria nacional”. A tecnologia é descentralizadora e disruptiva por si só. Ela permite que cada indivíduo recupere o controle de sua vida, dinheiro e negócios diminuindo o chamado custo de transação. Na tendência que estamos veremos organizações altamente centralizadas e hierárquicas, um vestígio jurássico dos tempos passados, darem lugar a uma nova forma de colaboração entre novas formas de organizações possibilitadas pela tecnologia. Essas empresas permitirão driblar fronteiras e imposições estatais, empoderando o indivíduo frente ao leviatã, tornando-o indiferente às ações estatais, como pequenas formigas escapando pelas mãos de um gigante.
https://blog.academiadosaas.com.br/no-code-saas/
https://bluecore.com.br/blog/poder-do-low-code-e-no-code/
https://www.infomoney.com.br/patrocinados/senior-sistemas/plataformas-no-code-o-que-sao-e-por-que-80-das-empresas-ja-as-consideram-essenciais/
https://youtu.be/iP1FkO4YLCY
https://g1.globo.com/empreendedorismo/noticia/2024/12/05/demografia-empresas-estatisticas-empreendedorismo-ibge.ghtml
https://www.nocode.tech/article/how-no-code-impacts-companies
https://www.huggystudio.com/blog-article/the-10-most-impressive-startups-built-with-no-code
https://www.bloomtech.com/
https://www.volcom.com/