Os comunistas se queixam do embargo a Cuba, mas se esquecem que a única coisa mais sufocante que um embargo é o controle estatal que eles adoram instaurar.
Um colapso no sistema elétrico nacional de Cuba deixou o país inteiro sem energia. Uma falha no processo de recuperação do Sistema Elétrico Nacional (SEN), após um apagão geral causado por uma pane em uma usina termoelétrica, resultou em um dos maiores blecautes da história do país. O máfia governamental cubana informou que cerca de 90% de Havana teve seu fornecimento de eletricidade restabelecido rapidamente, mas várias regiões ficaram muito tempo sem energia.
Esses apagões têm gerado protestos em todo o país a muito tempo. Pra você ter ideia, a falta de energia foi um dos fatores que desencadeou as manifestações históricas que aconteceram por lá em 2021.
A Articulação Continental de Movimentos Sociais (ALBA) culpou o bloqueio dos EUA pelo apagão que deixou Cuba no escuro no último fim de semana. Segundo Roque Lazo, as sanções econômicas e políticas dos EUA impactaram gravemente o sistema elétrico cubano, que já enfrenta dificuldades para comprar combustíveis essenciais.
Lazo também afirmou que a Lei Helms-Burton, de 1996, agravou as restrições comerciais, buscando provocar uma revolta contra o governo. Para ele, a solução seria a remoção dessas sanções, um discurso comum entre os apoiadores do regime cubano.
Mas, o que é a ALBA? Trata-se de uma plataforma que conecta mais de 400 organizações em 25 países, defendendo uma agenda anticapitalista e anti-imperialista, com o objetivo de construir um socialismo indo-afro-latino-americano. Na prática, porém, a ALBA é apenas uma extensão do Foro de São Paulo, usando o embargo como desculpa para os problemas do regime cubano, quando, na verdade, a ineficiência do socialismo é o verdadeiro vilão.
Esse discurso esquerdista anti-imperialista, que já foi refutado inúmeras vezes nos últimos anos, tenta desviar o foco das falhas internas de Cuba, mas como sabemos, o verdadeiro problema vai além das sanções externas.
Cuba enfrenta a décadas uma grave crise econômica que afeta o dia a dia de sua população que é privada de produtos e serviços básicos. O governo altamente socialista e marxista, continua a culpar o embargo dos EUA por todos os problemas, mas a verdade todos nos já estamos carecas de saber. Falta de energia, crises na agricultura e escassez de bens são causados, em grande parte, por políticas internas fracassadas.
O embargo contra Cuba teve início na década de 1960, em um contexto de Guerra Fria, quando o medo do comunismo se espalhava como um vírus. Os Estados Unidos, temendo a influência soviética na região, impuseram uma série de restrições comerciais para sufocar a economia cubana e forçar uma mudança de regime. Contudo, durante a Guerra Fria, Cuba conseguiu mitigar os efeitos do embargo, contando com um robusto apoio da União Soviética. O petróleo, a assistência financeira e a troca de produtos agrícolas faziam parte de um pacto que mantinha o regime à tona, mesmo em meio a dificuldades.
Com o colapso da União Soviética, Cuba enfrentou um naufrágio econômico real. Sema ajuda do irmãozinho mais velho, o regime se viu em grande crise, enquanto vozes contra o embargo ganhavam força na comunidade internacional. Desde 1992, os Globalistas da ONU condenam anualmente as medidas americanas, mas isso não resultou em uma alteração significativa da situação econômica da ilha.
As administrações americanas subsequentes, de Clinton a Obama e, depois, Trump, oscilaram entre tentativas de relaxamento e endurecimento das restrições. Enquanto Obama buscava um caminho diplomático, Trump reverteu várias das flexibilizações, insistindo que o embargo se manteria até que Cuba abandonasse suas práticas repressivas e de violação dos direitos humanos.
Porém, contrariando a narrativa de um embargo absoluto, a realidade mostra que Cuba continua a negociar com diversas nações, inclusive com os próprios Estados Unidos em algumas circunstâncias. Embora o comércio direto entre os dois países seja restrito, existem exceções que permitem transações, como a importação de alimentos e medicamentos. Algo frequentemente ignorado é que Cuba, na prática, mantém uma economia mais integrada ao comércio global do que se poderia imaginar.
Pra você ter ideia, em 2011, exportações cubanas correspondiam a 20% do PIB do país, enquanto as importações representavam 19%. Como comparação, no Brasil, as exportações corresponderam a apenas 13% do PIB, e as importações, a 15%. Produtos cubanos como charutos, rum e insumos médicos, embora afetados pelo embargo, ainda encontram caminhos para os mercados internacionais. No entanto, mesmo com a circulação das mercadorias, a qualidade e a competitividade dos produtos cubanos têm sido questionadas. A aura de proibição que envolve os charutos cubanos pode criar um apelo ao proibido, mas isso não garante a sobrevivência econômica em um mercado global saturado.
Cuba é um exemplo claro de como as economias sob regimes socialistas tendem a sofrer com a falta de inovação e adaptabilidade. O monopólio estatal bloqueia a entrada de novos players no mercado e limita a liberdade dos indivíduos de empreender e inovar. A ineficiência da agricultura na ilha é drástica, refletindo a incapacidade do sistema de atender às necessidades da população, levando a uma dependência crescente de importações de alimentos.
A crise energética que Cuba enfrenta é uma consequência direta da falta de combustível, e aqui entra a Venezuela, uma nação que deveria ser um parceiro forte devido às suas vastas reservas de petróleo. Contudo, a situação na Venezuela é igualmente caótica, marcada por um colapso social e econômico, resultado de anos de má gestão e socialismo. Com a eleição fraudulenta que provou o caráter autoritário do regime de Nicolás Maduro, a Venezuela se vê em uma situação onde não pode atender às necessidades energéticas de Cuba.
O governo cubano, portanto, está preso em um ciclo vicioso: depende do petróleo venezuelano, mas a Venezuela, por sua vez, afunda em problemas que a impedem de exportar petróleo para o paraíso castrista. A falta de combustível impacta diretamente as usinas de energia em Cuba, gerando apagões e racionamentos. É uma ironia cruel que um regime que se autodenomina socialista, independente e bastião contra o “imperialismo capitalista malvadão”, dependa tanto da ajuda de seus amiguinhos sul-americanos, vide Venezuela e Brasil.
Como libertários, sabemos que, no cerne do problema, está a questão do cálculo econômico., um conceito fundamental que revela a inevitabilidade do colapso do socialismo. A incapacidade de calcular preços de forma eficiente em uma economia planejada, onde o governo controla todos os meios de produção, resulta em uma alocação ineficiente de recursos. Essa ineficiência se traduz em desabastecimento, desperdício e uma qualidade de vida que se deteriora a cada dia. Os cubanos, que vivem sob um regime de racionamento, são testemunhas de como a falta de informações de mercado e incentivos adequados pode levar à ruína econômica.
O que se observa em Cuba é um exemplo clássico do chamamos de “armadilha do cálculo econômico”. O Estado, ao controlar a economia, remove os incentivos necessários para que indivíduos possam se empenhar em inovações e melhorias. O resultado? Uma economia estagnada, dependente de uma estrutura que, por definição, é insustentável.
É inegável que o regime cubano enfrenta desafios significativos, mas a solução não reside na remoção do embargo. A verdade é que o socialismo, como forma de organização econômica, tende a falhar, independentemente das condições externas. Mesmo que o embargo fosse abolido, o colapso do regime ocorreria pelo peso das próprias condições internas. Os socialistas frequentemente se apegam à narrativa de que o sistema capitalista é o responsável por todas as suas mazelas, mas essa afirmação ignora a falência do modelo que eles próprios defendem.
O embargo cubano é, em última análise, uma questão complexa que não pode ser reduzida a um simples dilema entre restrição externa e liberdade interna. É um reflexo da luta contínua entre o governo e o indivíduo, onde a falta de energia e recursos é exacerbada por um regime que falha em entender as necessidades básicas de sua população. Enquanto Cuba depende da Venezuela, a crise energética que se intensifica só revela a fragilidade de um sistema que, longe de promover prosperidade, aprisiona seus cidadãos em uma realidade de miséria.
A pergunta que fica é: até quando Cuba poderá sustentar essa ilusão? O colapso do regime socialista é inevitável, e a história mostra que os países que se prendem a modelos econômicos falidos só conseguem um destino: a ruína. E, por mais que os líderes cubanos insistam em culpabilizar o embargo, a verdade é que a chave para a prosperidade está na liberdade, um conceito que, por enquanto, permanece apenas como uma ideia distante na ilha dos Castros.
Se o regime castrista não puder se adaptar e se transformar, a história nos ensina que o colapso é fatalmente o seu destino. O que vemos hoje é uma ilha que, ao invés de aprender com as lições do passado, continuará a se afundar nas próprias armadilhas que criou. A liberdade econômica, a propriedade privada e a livre concorrência são os únicos caminhos que poderiam trazer prosperidade à população cubana. Todas as medidas necessárias para mudar por completo o cenário da ilha, passariam inevitavelmente pela extinção do socialismo. E o povo cubano já está deixando a sua mensagem, exigindo uma mudança radical de regime. De fato, uma segunda revolução cubana se desenrola diante de nossos olhos. Vamos torcer pelos cubanos, enquanto aguardamos os próximos capítulos dessa história trágica.
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