A elite aristocrática lucra com o socialismo econômico, e os brasileiros de famílias abastadas que estão estudando medicina na Argentina peronista são uma prova disso.
Todo brasileiro sabe que, em geral, os médicos fazem parte da elite. Há muita reserva de mercado para eles, com diversas barreiras de entrada - os custos para se formar em medicina são altíssimos, e abrir um consultório ou clínica privada nem se fala. Por isso, eles formam uma casta poderosa. Claro, há exceções: são aqueles poucos médicos que conseguem ascender socialmente, vencendo inúmeros desafios. Porém, de forma geral, os médicos no Brasil mantêm boa parte de seu "status quo" com a ajuda do Papai-Estado, ou de suas famílias abastadas. E todos sabemos: o Estado nada produz, apenas martela leis e ceifa direitos. Tudo o que ele dá a um, tira de vários outros. Se o Estado beneficia os médicos, pode ter certeza de que isso encarece a medicina para todos, prejudicando toda a população em benefício desse grupo.
No entanto, essa ajuda tem limites. A grande intervenção estatal tornou o custo da graduação em medicina extremamente elevado, especialmente para a elite do "baixo clero" econômico. Em um país pobre como o nosso, até mesmo a elite enfrenta dificuldades em certas camadas. Por essa razão, muitos membros dessa alta sociedade começaram a buscar uma alternativa: estudar medicina a preços mais acessíveis no país vizinho, igualmente socialista, a Argentina.
Pois, convenhamos, estudar e acessar a medicina no Brasil é caríssimo.
Já o tão defendido SUS é um buraco sem fundo de gastos, e os impostos sobre medicamentos e insumos hospitalares são extorsivos. Tudo é dispendioso, complicado e escorchante. Isso acontece porque o Brasil é governado por elites oligárquicas e altamente intervencionistas na economia. Nossa sociedade é dominada por castas ricas, compostas principalmente por funcionários públicos e empresários clientelistas de políticos, que inevitavelmente sugam dinheiro da classe média produtiva.
Depois dessas duas castas principais e suas subdivisões, temos a casta dos profissionais liberais, onde estão incluídos os médicos. Observa-se que muitos médicos abraçaram as medidas autoritárias da "ditadura sanitária", as quais o STF considera "crime contra o Estado" se forem criticadas. Médicos no setor público acumulam cargos em trabalhos particulares, negligenciando, por vezes, o atendimento público. Muitos desaparecem durante o plantão, não atendem a população e exibem comportamentos autoritários. Talvez o excesso de esquerdismo na veia, aliado a uma visão cientificista e tecnocrática, amplifique esses sintomas. Não é à toa que regimes tirânicos, como o bigodismo alemão da década de 30 e 40, além do comunismo soviético, apelavam à "ciência" para justificar suas ações – da eugenia ao materialismo científico. Assim, a classe médica brasileira também tende ao intervencionismo estatal, que é autoritário por natureza.
Tanto intervencionismo, ao criar barreiras regulatórias que garantem a continuidade da casta médica, também tornou a formação em medicina inacessível até mesmo para padrões mais elevados da elite. Ainda mais porque a moeda brasileira, o Real, tem desvalorizado rapidamente, devido a massiva impressão de dinheiro pelo nosso maior inimigo: o Estado.
É nesse contexto que entra a Argentina. Mas não qualquer Argentina – a Argentina peronista. Tcharáááámmm!
A Argentina peronista foi expert em socialismo econômico. O país imprimiu dinheiro como se não houvesse amanhã. Quando o "amanhã" amanheceu, a moeda já não valia nada. O Real tornou-se mais forte que o peso argentino, e os brasileiros passaram a aproveitar desas situação indo nadar de braçada no país vizinho, como os americanos fazem no Brasil usando dólares. A "aristocracia socialista" brasileira se beneficiou demais dessa situação.
No peronismo, para minimizar os efeitos da inflação, o governo impôs controles de preços. Consequência? Escassez de produtos. Por exemplo, controles nos preços de aluguéis levaram proprietários a venderem imóveis em vez de alugá-los por valores que não cobriam a inflação. Mesmo assim, a elite brasileira conseguiu se dar bem, pagando aluguéis um pouco mais caros, mas ainda baratos em comparação com os absurdos preços encontrados aqui no Brasil. Além disso, os cursos de medicina na Argentina eram mais baratos.
Até 2023, a Argentina era um dos principais destinos para brasileiros cursarem medicina no exterior, com mais de 20 mil estudantes brasileiros em 2022, segundo o Ministério do Capital Humano argentino. No entanto, as políticas econômicas do presidente Javier Milei, que resultaram em aumentos de preços em setores como aluguéis e educação, têm levado dezenas de brasileiros a retornar ao Brasil ou buscar alternativas em outros países, como o Paraguai. Além disso, a grande desvalorização do Real desde que o governo do amor chegou ao poder, têm dificuldade a vida dos brasileiros.
E quais são essas políticas econômicas de Milei? Primeiro, ele interrompeu a impressão de dinheiro. Segundo, eliminou o controle de preços em setores como aluguéis e universidades, permitindo que os valores refletissem a verdadeira defasagem da economia peronista, antes artificialmente maquiada. Terceiro, incentivou a dolarização da economia, para que os argentinos não ficassem presos ao peso, uma moeda cujo valor evaporou.
Contudo, essas mudanças prejudicaram a elite brasileira que estudava quase de graça na Argentina para depois de formados cobrar R$ 600 por consulta no Brasil... Ou então para ingressar no funcionalismo público e viver às custas do povo.
Segundo o portal de notícias G1, um estudante brasileiro, Danilo, revelou que até 2023 seus gastos mensais na Argentina, convertidos em Reais, eram de cerca de R$ 3.500, incluindo a mensalidade da faculdade. Em setembro deste ano, ele já estava gastando quase o triplo. Assim, Danilo decidiu voltar ao Brasil. Camarada, R$ 3.500 é praticamente o custo de aluguel e supermercado aqui no Bostil!
Muitos brasileiros que estudavam na Argentina confiavam na desvalorização do peso e na estabilidade dos preços, já que recebiam auxílio financeiro de suas famílias no Brasil ou mantinham vínculos empregatícios aqui. Mesmo com o aumento de preços no início do governo Milei, os custos totais ainda eram competitivos em comparação com cursos privados de medicina no Brasil, que variam de R$ 6 a 10 mil reais por mês.
Um dos alunos de medicina disse ao G1: "Quero tentar me transferir para alguma universidade daqui, fazer um financiamento se for preciso, e terminar. Porque hoje, lá, quem faz uma [universidade] particular gasta, ao todo, cerca de R$ 7 mil, R$ 8 mil, e a esse preço, a gente faz um esforço e estuda no nosso país". Outra estudante narrou: "O custo aqui está um absurdo. Quando cheguei na Argentina, eu gastava R$ 2 mil em média e conseguia ‘luxar’ pagando aluguel, pagando convênio, conseguia sair e fazer bastante coisa; hoje em dia, só com aluguel, pago R$ 4 mil, sem falar em internet, gás, luz e outras necessidades."
As políticas econômicas de Milei para conter a inflação, eliminar o controle de preços e dolarizar a economia causaram uma instabilidade temporária, mas representam um remédio amargo e necessário para a sustentabilidade do país. As universidades começaram a reajustar mensalidades de maneira imprevisível, enquanto aluguéis dispararam, muitos sendo cobrados em dólar, com contratos curtos e aumentos frequentes. Isso levou dezenas de brasileiros a deixar a Argentina, especialmente em direção ao Paraguai. (A propósito, por que será que preferem o Paraguai, hein? Será que é porque lá tem menos impostos e uma economia mais livre?)
Curiosamente, o G1 mencionou um aumento nos casos de "xenofobia". E o que eles consideram "xenofobia"? Frases como: "Se está achando que aqui está ruim, então volte para o Brasil" ou "Se a faculdade aqui está cara, vá estudar em uma particular no Brasil". Ora, se você vai à casa de alguém, reclama das condições e ouve: "Se não gosta da minha casa, volte para a sua casa!", isso é xenofobia? Mas estamos na era das "palavras que machucam", não é mesmo?
Porém, só agora, no governo Milei, é que surgem acusações de xenofobia? Durante o "governo do amor" peronista, os colegas argentinos dos estudantes brasileiros eram "beautiful people", por acaso? É óbvio que o G1 direciona sua narrativa para militância, tentando ligar Milei à pecha de "fachiste" ou "bigodiste". Enfim, nada de novo sob o sol.
No final das contas, a elite brasileira, que lucrava com o socialismo argentino às custas do empobrecimento geral daquele país, agora está indignada. Muitos desses estudantes provavelmente irão abraçar o discurso socialista de que "a esquerda cuida dos pobres". Cuida tanto dos pobres que os multiplica em grande número. Agora, finalmente, Javier Milei está realizando a devida faxina econômica, recuperando aos poucos a economia argentina e devolvendo dignidade a milhões de pessoas que vinham sendo exploradas pelos peronistas. Em breve, serão os argentinos que virão ao Brasil fazer turismo, aproveitando a desvalorização do Real.
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