O famoso Custo Brasil – Saiba por que você é pobre.

Sempre se ouve falar em custo Brasil e como ele atrapalha nossa vida. Hoje vamos entender do que se trata. E o mais triste é que tudo isso poderia ser evitado.

Todos nós que vivemos num país tropical, ladeado de maravilhas mil, gigante pela própria natureza, cuja fartura e beleza recebemos como dádivas de mãos generosas, sabemos bem a dificuldade de se trabalhar e produzir qualquer coisa de valor por aqui.
A qualquer entrave que encontramos pelo caminho, normalmente o associamos ao Custo Brasil. Então, esse tal de Custo Brasil virou como que um mantra a ser invocado para qualquer pedra que se encontre no caminho do sofrido empreendedor brasileiro.
No intuito de desmistificar esse termo é que se presta nosso vídeo de hoje. Spoiler: não conseguiremos fazer isso sem abrir as entranhas do deep state tupiniquim, encastelado em Brasília. Então prepare-se que a pedrada é doída!
Já começa que a coisa é tão complexa que precisaram criar um instituto para mapear esse tal de Custo Brasil. É o MBC, "Movimento Brasil Competitivo", que é encabeçado por grandes empresários brasileiros que tem usado essa figura jurídica para fazer pressão em políticos de Brasília, onde está sediado, na inócua tentativa de diminuir a burocracia, os entraves e o Custo Brasil.
O instituto "Movimento Brasil Competitivo", em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, fez então uma pesquisa com mais de uma centena de entidades da sociedade civil, para identificar aspectos relacionados ao custo de produção e escoamento de riquezas em território nacional. Sendo que a maior parte são indústrias e empresas de petróleo, energia elétrica, transportes e telecomunicações.
O Custo Brasil foi apresentado numa quarta-feira, dia 17 de maio de 2023, durante a primeira edição do Fórum de Competitividade, em Brasília. Ele representa a despesa adicional que as empresas brasileiras têm de desembolsar para produzir no país, em comparação com a média do custo nos países da OCDE. O cálculo leva em consideração todo o ciclo de vida de uma empresa, com base em indicadores de 12 áreas consideradas vitais para a competitividade do setor empresarial.
O último relatório aponta que 60% dos problemas refere-se a burocracia do setor tributário, ao custo e dificuldade de obter energia elétrica confiável, ao gargalo com os transportes, incluindo infraestrutura e a dificuldades com regulações para importação e exportação.
Nenhuma novidade até aí, não é verdade? Tem alguém perplexo com o que apresentamos até o momento? Nada, né gente?
Mas o ponto alto do estudo do Movimento Brasil Competitivo é um gráfico em pizza com o detalhamento do Custo Brasil, chamado de Mandala do Custo Brasil, que leva a crer numa componente talvez mística ou cabalística da ação depredatória do estado brasileiro. Nessa mandala subdividem-se 12 categorias que analisam desde incidência de impostos, acesso à energia, segurança jurídica, integração com cadeias globais, serviços públicos, competitividade, burocracia para abrir negócios, financiamento, capital humano e infraestrutura.
Segundo dados da pesquisa, o Custo Brasil soma 1,7 trilhões de reais, ou seja, praticamente 20% do PIB na ocasião. Mas calma que o PIB envolve gastos do governo, então essa conta deveria ser refeita desconsiderando esses gastos, para assim, termos uma ideia do que foi verdadeiramente criado pela sociedade produtiva. Como não é o objetivo deste vídeo dissecar o cálculo do PIB, seguiremos em frente, mas fica o aviso.
Vejamos então os 5 piores itens da lista, cada um deles um verdadeiro manicômio:
Segundo o estudo do Movimento Brasil Competitivo, a maior fatia do Custo Brasil encontra-se no emprego de capital humano, que considera, além de salários e treinamento - o que é justo -, também encargos trabalhistas e judicialização de contratos de trabalho. É justo aí que está o problema. Todos sabemos que o Brasil tem a pior lei trabalhista do mundo, herança de nosso querido Getúlio Vargas, que conseguiu ser mais fascista que Benito Mussolini. No Brasil há tribunais especializados em garantir vantagens aos trabalhadores, além de salário mínimo que é uma barreira de entrada ao trabalho e uma série de outros penduricalhos, cujo resultado é um manicômio trabalhista que pune empreendedores e premia picaretas, como esses de nove dedos.
Se o maior encargo do Custo Brasil deve-se única e exclusivamente à ação do estado, o segundo maior é o estado em si! Agora vamos falar dos impostos, que compõem o manicômio tributário no Brasil. Empresários são multados, por sequer conseguir compreender quais impostos devem pagar e, quando descobrem, chega a surpresa! As taxas são as maiores do mundo! Sempre vem aquele pessoal dizer quantas horas a empresa gasta para calcular os impostos. Do nosso ponto de vista, qualquer tempo acima de zero já é desperdício!
O terceiro problema relaciona-se a infraestrutura. Se você já transitou por qualquer estrada brasileira, já deve ter percebido que ou ela é esburacada, cheia de mato do lado e sem sinalização, ou tem uma praça de pedágio atrás da outra. É o que chamamos de estrada de segunda. Você não consegue passar a terceira marcha, seja pelos buracos, seja pelos pedágios. Mas não só as rodovias estão péssimas, como trens são raríssimos e hidrovias inexistentes. Então imaginem a eficiência de um sistema que necessita transportar grandes massas e volumes de produtos como soja, milho e minério de ferro e tem que fazer isso em caminhões. Por que não aparecem empresas de transporte que usem os modais ferroviários e hidroviários? Oras, é porque o governo não deixa. Ninguém pode construir ferrovias ou navegar pelos rios do Brasil sem antes preencher toneladas de papelada e convencer milhares de burocratas com seus cafezinhos, para então conseguir o direito de beijar a mão de um político em Brasília. Esse é o manicômio logístico brasileiro.
O quarto problema trata do acesso a financiamento. Nesse item, impactam a oferta de financiamento e o custo dos juros, que, no final das contas, corresponde à precificação do risco de se investir no país. Como, no manicômio financeiro do Brasil, sempre estamos a seis meses de virar uma Venezuela e a quatro anos de virar um Zimbábue, o governo não honra seus compromissos e imprime dinheiro para pagar dívidas. Assim, os juros têm que ser altíssimos para rolar mais dívida à frente. Isso inviabiliza negócios futuros, além de dificultar os negócios presentes.
O quinto maior problema encontra-se no ambiente jurídico. O excesso de burocracia e regulamentação, que inclusive muda toda hora de maneira indiscriminada por agências reguladoras, a morosidade e a parcialidade das decisões da justiça estatal, configuram mais um manicômio, este, o jurídico no Brasil. Infelizmente, por aqui, os contratos não valem nada, contrato de trabalho menos ainda. Chegamos ao nível de que não há propriedade privada no Brasil, pois a qualquer momento e por qualquer motivo, algum burocrata do governo pode chegar e tomar qualquer coisa que você tenha: seu carro, sua casa, seu telefone, seu dinheiro.
Esses cinco itens representam de 60% a 80% de todo o Custo Brasil. A triste constatação é que eles só existem pela natureza da ação estatal na sociedade, seja diretamente na forma de impostos e regulamentações absurdas, seja indiretamente na forma de insegurança jurídica ou insegurança financeira.
O que equivale a dizer que o Risco Brasil só existe devido ao estado. O Risco Brasil só existe por causa de Brasília, ou seja, da enorme concentração de poder no Congresso, no STF e no Governo Federal, eis aí o Leviatã estatal que suga tudo o que produzimos. O Risco Brasil só existe por causa de políticos e burocratas que roubam e massacram a sociedade produtiva com seus impostos e regulamentações sem sentido.
E é por isso, caro ouvinte, que nós que trabalhamos muito, recebemos pouco de salário e tudo que vamos comprar custa caro. No Brasil, entre produtores e consumidores, há um intermediário que acabou se tornando maior do que os produtores e os consumidores juntos. Ele se arroga toda a importância e se diz detentor de toda a ética, colocando-se entre nós como garantidor da lisura e da segurança, mas tudo que faz é impor violência e destruir a confiança. O mal da nossa época é a divinização do estado intervencionista e secular, e da democracia, como se essas instituições da política moderna fossem importantes, benéficas e pudessem melhorar nossa vida.
Já é hora de tirar esse carrapato, que acabou ficando maior que a vaca. Já se faz necessário acabar com essa praga que grassa no nosso pasto.
É estarrecedor imaginar que mais de 20% de tudo o que é produzido no país se trata de desperdício, somado aos já quase 50% de impostos, acabam sobrando só 30%, o suficiente pra gente não morrer de fome. Depois o pessoal se espanta de como o Brasil é tão rico em recursos naturais, mas pobre e subdesenvolvido. É como aquele funcionário que chega atrasado, enrola no café, passa horas no WC, papeia com os amigos, fica jogando tetris escondido e, das 8 horas de trabalho, ele trabalhou mesmo duas e meia. Ai não dá né!
Mas não é essa a comparação, a realidade é muito pior. O funcionário chegou cedo e alinhado, café tomado, mãos lavadas. Foi subir a escada, lhe puxaram o tapete, com o tornozelo torcido ele levanta e mesmo mancando continua em frente. O elevador não funciona, ele sobe de escada sem corrimão e com um monte de gente se sufocando. Chega esbaforido, atrasado e machucado, o trabalho começa, fofoca e intrigas, sua cadeira está quebrada. No computador inicia o sistema operacional, mas está super lento, já ia começar a digitar e cortam a luz. Desesperado ele vai ao prédio vizinho onde um amigo trabalha, mas a situação é análoga. Gatos e cachorros da empresa pet friendly se debruçam pelo setor, o cheiro é insuportável. No fim da manhã consegue enviar um e-mail.
Bem, acho que deu pra entender. Não vamos nos alongar mais nessa história, mesmo porque ela é real e cotidiana do brasileiro médio.
O pessoal do Movimento Brasil Competitivo enxerga que levantar esses estudos e levar o Alckmin para discursar no evento vai lhes ajudar. Mas eles são ricos, muito ricos.
Essa solução não sei se é para eles, mas tenho certeza de que não é para nós, do chão de fábrica, a ralé, os bucha-de-canhão. Nós estamos fora de círculo, não temos lobistas, nem dinheiro, nem influência. A solução para nós é agorista no curto prazo e preparar organizações autônomas no futuro para buscar a verdadeira liberdade, removendo o poder do governo sobre nosso dinheiro e sobre nossa vida. Mas se algo deve acontecer no futuro, então temos que começar a fazer agora!
Para conhecer uma alternativa real de organização descentralizada e não coercitiva, veja o vídeo: "Primeiro CONDOMÍNIO BRASILEIRO baseado em BITCOIN é criado!”, o link segue na descrição.

Referências:

Primeiro CONDOMÍNIO BRASILEIRO baseado em BITCOIN é criado!
https://www.youtube.com/watch?v=hyVH5B72Pk0

https://www.mbc.org.br/
https://www.gov.br/mdic/pt-br/assuntos/noticias/2023/maio/custo-brasil-atinge-o-patamar-de-r-1-7-trilhao-e-mdic-prepara-plano-para-reducao
https://www.gov.br/mdic/pt-br/assuntos/noticias/2023/setembro/mdic-define-oito-eixos-de-atuacao-para-reduzir-custo-brasil/resultados_cp_custo-brasil.pdf