LULA diz não RECONHECER a eleição VENEZUELANA, mas envia REPRESENTANTE para POSSE

Maduro tentou criar uma guerra e gerar inimizades. Mas nem tudo é o que parece ser.

Alguns atos dizem muito mais do que meras palavras. Não é de hoje que os bastidores da política brasileira revelam interesses que nem sempre correspondem ao discurso oficial. Política é feita de bastidores e interesses ocultos. Então, qual seria o real objetivo do presidente do Brasil ao enviar um representante para a posse de Nicolás Maduro, líder de um governo reconhecidamente ditatorial, que chegou ao poder por meio de uma eleição marcada por denúncias de fraude e manipulação?

Recapitulemos como foram as eleições venezuelanas, a postura de Maduro e como o Brasil continua fazendo papel de trouxa perante a opinião pública internacional ao se aliar, apoiar e parabenizar ditaduras e governos extremistas mundo afora. Para entender o contexto, é preciso revisitar como foi a última eleição na Venezuela: fraudulenta e com muitos episódios de violência. Em julho de 2024, Maduro proclamou vitória, ignorando as denúncias de fraude feitas por observadores internacionais e pela oposição liderada por Edmundo González. As atas eleitorais, que deveriam comprovar os resultados, jamais foram apresentadas, alimentando suspeitas e revoltas. O ambiente eleitoral foi marcado por repressão, censura e prisões de opositores, jornalistas e ativistas. Mais uma vez, o governo venezuelano demonstrou seu desrespeito pela democracia e pelas liberdades individuais, consolidando seu controle através da força.

Esse cenário levou a uma onda de tensões internas e internacionais. A Comissão de Inquérito da ONU alertou sobre a repressão crescente no país e pediu garantias para manifestações pacíficas. No entanto, o regime de Maduro seguiu ignorando esses apelos, mostrando que está mais preocupado em manter o poder do que em atender às demandas de seu povo. Essa estratégia autoritária reflete um padrão perpetuado na história de regimes que buscam silenciar a oposição e sufocar a liberdade. Já não bastassem os absurdos na eleição, que infelizmente não possuem nada de novo em se tratando de ditaduras, temos a situação de Essequibo, que envolveu diretamente o Brasil em uma contenda de nível global. Agora, vejamos como essas práticas autoritárias ressoam no cenário internacional. As relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela já enfrentaram momentos de tensão, como no episódio recente em que Maduro tentou reivindicar a referida região, que inclui uma área próxima ao território brasileiro. Essa ambição territorial gerou preocupação no Itamaraty e acendeu alerta sobre os possíveis impactos na soberania nacional e na estabilidade da América do Sul.

Maduro, em um discurso delirante, afirmou que teria o direito de incorporar o território, o que causou um estremecimento nas relações diplomáticas. O Brasil, ainda que cauteloso, expressou sua contrariedade à tentativa expansionista. Apesar disso, o envio de um representante brasileiro à posse de Maduro levanta dúvidas sobre até que ponto o governo Lula está disposto a manter uma posição firme contra essas provocações. As mensagens enviadas ao mundo ao se alinhar, ainda que simbolicamente, com um governo autoritário, comprometem a credibilidade do Brasil em questões de governança democrática.

Quem faz papel de bobo nessa história de geopolítica mundial? Mais uma vez, o povo brasileiro, que assiste a esse espetáculo do pior lugar: a arquibancada. O circo político se desenrola em frente às câmeras, enquanto os verdadeiros acertos de bastidores permanecem nas sombras. Para o cidadão comum, que lida com uma carga tributária sufocante e serviços públicos precários, a diplomacia brasileira parece estar mais preocupada em agradar a governos questionáveis do que em defender os interesses do Brasil e sua população. No entanto, essa não é apenas uma questão de diplomacia mal conduzida. O alinhamento com regimes autoritários, como o de Maduro, tem implicações diretas para nós. Além de colocar o país em uma posição de vulnerabilidade no cenário internacional, essa escolha compromete os valores que deveriam guiar a política externa: respeito à liberdade, promoção dos direitos humanos e incentivo ao comércio livre e justo entre nações.

A reaproximação com a Venezuela faz parte de um esforço mais amplo para consolidar uma frente de governos de esquerda na região. O Brasil, ao manter laços com Maduro, fortalece sua posição, ignorando as questões de democracia e direitos humanos. Essa estratégia garante o alinhamento político regional em um momento em que a oposição interna ao governo Lula e os movimentos de direita ganham força no Brasil e no exterior. Além disso, essa relação pode servir como uma forma de projeção de poder simbólico. Ao apoiar Maduro, a Mula Velha de Nove Cascos reafirma sua narrativa de “resistência ao imperialismo” e tenta apresentar o Brasil como líder de um bloco progressista, mesmo que isso custe sua credibilidade no cenário internacional. Essa escolha, entretanto, ignora o impacto negativo de estar associado a regimes que não respeitam os direitos fundamentais. Como explicar ao povo brasileiro que o governo apoia um regime que reprime manifestações, silencia vozes dissidentes e mantém seu poder por meio da força?

A Venezuela, apesar de sua crise interna, ainda possui vastas reservas de petróleo. O governo brasileiro pode estar de olho em possíveis acordos comerciais ou parcerias estratégicas que justifiquem a manutenção das relações diplomáticas. O petróleo venezuelano, ainda que subaproveitado devido à má gestão do regime de Maduro, continua sendo um atrativo econômico para países que buscam diversificar suas fontes de energia. Por outro lado, a Venezuela também possui riquezas minerais e é um possível mercado para empresas brasileiras em setores como alimentos e infraestrutura. A aproximação diplomática pode estar sendo usada como um trampolim para garantir vantagens comerciais em um futuro cenário de reconstrução econômica do país vizinho. Contudo, é questionável se tais ganhos compensam o alinhamento com um regime autoritário, que é instável e imprevisível.

Outro ponto de destaque é a pressão geopolítica que se intensifica com o realinhamento global. Com a possibilidade do retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, o governo brasileiro pode estar tentando se posicionar em um cenário de realinhamento político global. O fortalecimento da direita no hemisfério norte, combinado com a ascensão de figuras como Elon Musk, que frequentemente defende posições libertárias e anti-estatistas, ameaça isolar ainda mais os governos de esquerda na América Latina. Ao manter um canal de comunicação com Maduro, o Brasil tenta equilibrar suas relações em um mundo onde a direita ganha força, especialmente na América do Norte e Europa. Isso pode ser interpretado como uma tentativa de preservar nossa relevância internacional em um cenário cada vez mais hostil às narrativas progressistas. No entanto, essa estratégia pode acabar deixando o Brasil isolado entre blocos ideológicos em conflito, sem grandes benefícios tangíveis para a população.

De uma perspectiva libertária, o alinhamento com governos autoritários é inaceitável. A diplomacia brasileira deveria priorizar a defesa da liberdade individual, o respeito à soberania e a busca por parcerias baseadas em valores compartilhados, não em interesses ideológicos ou econômicos de curto prazo. A presença do Brasil na posse de Maduro legitima, ainda que indiretamente, um governo que reprime seu povo e ignora princípios democráticos. É mais um exemplo de como o estado usa recursos públicos para promover agendas que beneficiam apenas uma elite política, enquanto o cidadão comum arca com os custos. No fim das contas, o Brasil precisa de uma política externa que coloque a liberdade no centro de suas ações. Sem isso, continuaremos sendo os bobos da história, financiando alianças que nada trazem ao país e ignorando os verdadeiros interesses de nossa população.

Referências:

https://noticias.r7.com/internacional/entenda-as-suspeitas-de-fraude-na-eleicao-da-venezuela-30072024/
https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/jussara-soares/politica/embaixadora-em-caracas-deve-representar-brasil-em-posse-de-maduro-amorim-e-vieira-descartam-ida/