Enquanto a esquerda brasileira tenta desesperadamente impedir Bolsonaro de integrar a direita mundial ao lado de Trump e Milei, o cerimonial da posse expõe a tensão: qual regime está de fato em queda livre?
A posse presidencial dos Estados Unidos é um evento que, tradicionalmente, ocorre de maneira cerimonial, com uma ênfase particular nos próprios americanos. Tradicionalmente, chefes de estados estrangeiros não são convidados para essa cerimônia, um sinal da autonomia e foco da nação no momento de transição política interna. No entanto, Donald Trump, o recém-eleito presidente, desafiou esse protocolo. Durante sua posse, Trump tomou a decisão de convidar vários líderes internacionais, rompendo com a norma estabelecida. Trump tem a intenção fortalecer os laços entre líderes da direita mundial, ao convidar os chefes de estado como Nayib Bukele, Giorgia Meloni e Javier Milei. Jair Bolsonaro foi convidado mesmo não ocupando cargo dentro de um governo, um fato que desesperou a esquerda brasileira, temendo uma reeleição de Bolsonaro assim como Trump fez nas eleições de 2024.
O líder da direita brasileira teve seu passaporte suspenso graças às investigações sobre o suposto golpe de 8 de janeiro, que seria realizado por idosos desarmados e com a bandeira do Brasil em suas mãos, e o convite para a posse de Trump coloca o governo brasileiro em um grande dilema. Permitir a ida de Bolsonaro e arriscar um fortalecimento de sua figura ou impedir a sua ida e causar um desconforto com o presidente americano? Lula não está na lista de convidados mesmo sendo chefe de estado, uma situação que gerou constrangimento dentro do governo brasileiro. A ausência do presidente brasileiro no evento foi uma manifestação visível das tensões crescentes entre os dois líderes, e do posicionamento que o governo Trump quer passar sobre a presença de líderes desalinhados com a sua cosmovisão. A decisão se reflete em aspectos da política externa e interna, em especial considerando o cenário político do Brasil, repleto de autoritarismos e exageros por parte de sua Suprema Corte.
O ministro Alexandre de Moraes, testa de ferro do Supremo Tribunal Federal, ordenou que Bolsonaro apresente evidências à Suprema Corte de que foi formalmente convidado para à posse de Donald Trump como presidente americano.
Bolsonaro pediu a Moraes que devolvesse o passaporte e concedesse permissão para deixar o país, a fim de comparecer à posse de Trump em Washington, cidade que é o centro político americano.
Moraes declarou que, antes de prosseguir com a solicitação da defesa de Bolsonaro, é imprescindível uma "complementação", já que a solicitação não veio acompanhada dos "documentos necessários".
"O pedido não veio devidamente instruído com os documentos necessários, uma vez que, a mensagem foi enviada para o e-mail do deputado Eduardo Bolsonaro por um endereço não identificado e sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado", afirmou Moraes.
No documento, Moraes acrescenta que, depois de completar as informações, encaminhará a solicitação à Procuradoria-Geral da República, para que a instituição se pronuncie sobre o pedido do ex-presidente.
A posição do STF brasileiro, demonstrou a sua aparente preocupação com as repercussões desse convite. O STF, em sua análise, teme o fortalecimento da figura de Bolsonaro no cenário internacional. O convite de Trump a Bolsonaro e outros líderes de direita internacional integra uma estratégia explícita de suporte à direita política mundial, uma posição que contraria a atual tendência predominante na esquerda mundial. O governo do Brasil, inclusive, teme que esse suporte possa intensificar uma nova onda conservadora e tornar mais difícil a reeleição de Lula ou de um aliado nas eleições de 2026. A verdade é que a inquietação do governo Lula ultrapassa a mera presença de Bolsonaro nos EUA.
Há uma inquietação palpável acerca do fortalecimento do ex-presidente, que está inelegível, porém, seus aliados seguem aumentando sua popularidade, e a última eleição para prefeitos prova a força da direita. A eventual vitória de alguém associado a Bolsonaro em 2026 é vista pela esquerda como um perigo iminente, e talvez o fim completo do PT. A ascensão de novos líderes, como Michele Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Carla Zambeli, Marcel Van Hattem ou Bia Kicis, pode também colocar a esquerda do Brasil diante de um impasse político. Com o respaldo de Trump, essas personalidades podem ganhar mais destaque no cenário global, potencializando suas possibilidades de vitória nas eleições e consolidando o legado de Bolsonaro.
Dentro dessa conjuntura, o governo Lula precisa, ao mesmo tempo, evitar maiores atritos com o novo presidente da nação mais rica do mundo. O apoio de Trump a Bolsonaro se tornou um ponto crucial, e qualquer movimentação para impedir o ex-presidente brasileiro de viajar para os Estados Unidos pode ser vista como um movimento político arriscado. Isso cria uma situação delicada para o governo atual, que, por um lado, quer evitar fortalecer Bolsonaro, mas, por outro, não pode romper com os Estados Unidos, considerando especialmente o apoio tácito de Trump a figuras políticas brasileiras.
A esquerda tenta desincentivar a ida de Bolsonaro com o discurso de que, caso consiga um passaporte, poderia ser acusado de fugir para os EUA. Para o governo Lula, isso seria uma virada de jogo, validando a tese de que Bolsonaro estava envolvido em um golpe. Porém, a narrativa pífia da esquerda não possui qualquer fundamento, muito menos chances de sucesso, pois eles estão tentando incriminar uma pessoa sem provas robustas. A situação para o governo é muito mais complexa do que se pensa, pois Bolsonaro conta com um amplo respaldo popular e sua narrativa de perseguição tem ecoado entre muitos brasileiros, tornando mais desafiador a elaboração de uma acusação robusta contra ele. Portanto, o convite de Trump não é meramente um ato simbólico; representa uma convergência ideológica entre o mais novo presidente americano e a direita no Brasil.
Ao convidar Jair Bolsonaro e outros líderes de direita, Donald Trump reitera seu compromisso com um movimento global que visa enfraquecer a esquerda, especialmente em momentos críticos de transição política. A decisão do novo presidente dos Estados Unidos de convidar Bolsonaro e ignorar Lula é uma tentativa de afirmar sua posição em um cenário onde a polarização política está em seu auge, e as relações internacionais são cada vez mais moldadas por lealdades ideológicas.
A maior inquietação da esquerda brasileira é a comparação entre Bolsonaro e Trump. Embora tenham diferenças notáveis, ambos possuem algumas semelhanças relevantes. Trump, que foi eleito em 2016, não logrou êxito em 2020, e Bolsonaro, que foi eleito em 2018, também não obteve êxito em 2022. Ambos foram acusados de golpismo, com a invasão ao Capitólio nos Estados Unidos em janeiro de 2021 e as depredações no Congresso brasileiro em janeiro de 2023, que foram utilizados como narrativas pela esquerda política para desacreditar suas respectivas personalidades. As duas figuras de direita foram sucedidas por políticos esquerdistas incapazes, com idade muito avançada para governar um país. Contudo, com a reeleição de Trump em 2024, a analogia adquire uma tonalidade ainda mais alarmante para a esquerda, que teme que o mesmo ocorra no Brasil, com Lula desistindo das próxima eleição e com seu indicado derrotado por Bolsonaro.
Apesar da comparação frequente entre Bolsonaro e Trump, é crucial notar as diferenças entre ambos, particularmente no que diz respeito ao papel desempenhado pela suprema corte. Nos Estados Unidos, a Suprema Corte tem demonstrado maior imparcialidade, ao passo que no Brasil, o STF tem sido frequentemente acusado de influenciar a política, particularmente contra líderes de direita, chegando a prender um deputado por fazer críticas ácidas a um certo ministro. Apesar de imperfeita, a divisão de poderes nos Estados Unidos proporciona maior autonomia para os líderes políticos gerenciarem suas agendas sem uma intervenção judicial tão incisiva. No Brasil, a circunstância é distinta, com consequências significativas para o funcionamento do sistema político e judicial.
Em ambos os países, os acontecimentos políticos seguiram um padrão parecido, com um atraso de dois anos, como evidenciado nas eleições e nos ataques aos respectivos Congressos. Em ambas as situações, a direita tem ganhado força enquanto a esquerda vem perdendo influência, uma tendência que não se limita ao Brasil ou aos Estados Unidos, mas que se manifesta em diversos países do globo.
O declínio mundial da esquerda, em grande medida por causa da descentralização da informação, tem proporcionado um impulso considerável à direita, que agora dispõe de um alicerce mais robusto para se expandir. Vejamos o que ocorreu na Argentina, onde a dita direita liderada por Mauricio Macri foi derrotada nas urnas pelo esquerdista Alberto Fernandes. Fernandes, além de não concorrer à reeleição, teve o seu sucessor derrotado em 2023 pelo direitista Javier Milei. O padrão que a esquerda tupiniquim tanto teme é claro, mesmo com todos os seus esforços para retomar o poder, a esquerda foi rapidamente derrotada, com a direita retomando as rédeas da política.
A condição de Bolsonaro, que ainda enfrenta uma série de acusações, pode, de forma paradoxal, reforçar sua reputação e potencializar suas possibilidades de voltar ao poder, seja diretamente, seja por meio de um sucessor que continue sua agenda política. Isso espelha uma dinâmica mais abrangente de como a direita mundial está ganhando força, ao passo que a esquerda aparenta estar passando por uma fase de declínio de influência.
O governo Lula, em seu alinhamento com países como China, Irã, Rússia e Venezuela, tem isolado o Brasil do mundo livre, perdendo oportunidades de construir alianças estratégicas com líderes de direita como Trump. Este movimento político não só compromete a reputação do Brasil no cenário global, como também coloca o país em uma situação desconfortável, onde se depara com governos autoritários como amigos, ao invés de líderes democráticos e alinhados com os princípios ocidentais. Esse distanciamento de líderes como Donald Trump também alimenta uma narrativa de aumento do autoritarismo no Brasil, particularmente com a crescente participação do STF em decisões políticas cada vez mais polêmicas. Ações como a proibição do X, além de prisões arbitrárias de moradores de rua, deficientes e idosos, apenas por estarem numa manifestação, intensificam a percepção de um Brasil despótico e pra lá de socialista.
Em suma, fica claro que a perseguição judicial ao Bolsonaro e a direita como um todo e a colaboração do Brasil com regimes autoritários destroem a reputação do país no cenário internacional. O governo Lula e seus aliados de esquerda podem até tentar frear esse progresso, mas a realidade é que a disseminação de informações descentralizadas e o aumento da insatisfação com a esquerda mundial apontam que, nas próximas décadas, a direita assumirá o controle político. Isso se dará não apenas no Brasil, mas em grande parte do planeta. Estamos na era da informação rápida, e cada vez mais, a verdade vêm à tona com as diversas revelações das políticas fracassadas da esquerda, seja na Alemanha, França, Reino Unido, Canadá ou no Brasil.
A esquerda, enquanto uma entidade política unificada, está à beira da perda de relevância, e isso é algo que, neste estágio, não pode ser mais revertido, uma vez que o processo de deterioração da esquerda está muito avançado, e a crise na Venezuela prova isso. Apenas precisamos saber até quando o establishment político socialista irá se manter no poder.
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