O evento flopado Janjapalooza recebeu a bagatela de R$ 15 milhões em patrocínios, por parte da Usina de Itaipu. E você sabe muito bem quem vai pagar essa conta!
Qual é a sua opinião sobre a qualidade artística do Janjapalooza? O quê, você não faz ideia do que rolou por lá? Pois deveria saber! Afinal de contas, foi você quem pagou por esse showzinho da Janja. O evento, ocorrido entre os dias 14 e 16 de novembro, no Rio de Janeiro, foi idealizado para aproveitar o hype da Cúpula do G20. Na verdade, o nome oficial - e extremamente pomposo, diga-se de passagem - do evento é: Festival Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Isso demonstra bem tanto a megalomania quanto a hipocrisia da primeira-dama brasileira.
Por sinal, a Janja deu logo um piti quando o nome “Janjapalooza” acabou pegando. Mas, convenhamos: esse nome é mais do que merecido! Em resumo, contudo, podemos dizer que esse evento foi uma reunião de 29 artistas esquerdistas que receberam cachês “simbólicos” de R$ 30 mil cada, para fazer seu pocket show no evento. Além de contar, é claro, com a presença de inúmeros políticos papagaios-de-pirata. E se você quer saber como essa reuniãozinha da elite esquerdista brasileira vai ajudar a combater a fome no Brasil e no Mundo: problema seu, a Janja não lhe deve explicação!
Infelizmente, porém, os problemas com o festival da Janja não se restringem ao mau gosto do evento. É claro que, dado o porte do festival, muita grana foi gasta para viabilizar toda aquela estrutura. E é aí que vem a pergunta de muitos milhões de reais: de onde veio a grana que bancou a festinha da primeira-dama? Agora a coisa começa a ficar realmente interessante!
Na verdade, o Janjapalooza contou com uma generosa lista de patrocinadores, da qual participaram empresas e instituições com interesses nada suspeitos, como: Banco do Brasil, BNDES, Serpro, Caixa Econômica Federal, Petrobras, Prefeitura do Rio de Janeiro e, é claro, o centro das atenções deste vídeo, Itaipu.
Obviamente, ninguém é trouxa de acreditar que esses patrocínios são voluntários, ou algo do tipo. É difícil afirmar, por exemplo, que a decisão da Petrobras de doar R$ 18 milhões ao evento não teve um caráter político. O mesmo se aplica aos demais patrocinadores - todos eles direta ou indiretamente relacionados com indicações políticas. E, talvez, a Itaipu Binacional seja a empresa com o pior histórico nesse sentido.
Como bem sabemos, a Usina de Itaipu, responsável por gerar cerca de 9% da energia consumida no Brasil, é um complicado sistema administrado por 2 países - o outro sendo o Paraguai, cujo consumo energético é quase totalmente atendido por essa usina. Só pela proporção do fornecimento de energia, dá pra perceber que o Paraguai se beneficia muito mais com esse arranjo que o Brasil. O fato, contudo, é que as regras de funcionamento e administração de Itaipu foram definidas em 1973, com a assinatura do chamado Tratado Brasil-Paraguai, ou Tratado de Itaipu.
Um dos itens mais importantes definidos por esse tratado é a tarifa aplicada pela hidrelétrica, calculada com base no Custo Unitário do Serviço de Eletricidade (o CUSE). A maior parte desse custo, algo entre 28% e 40%, sempre esteve relacionada ao custo de financiamento da construção da usina. Acontece que, no começo do ano passado, essa dívida, que totalizou US$ 60 bilhões, entre valor principal e juros, foi finalmente quitada. Só esse tema valeria um vídeo, porque o Brasil sempre levou ferro nessa história, praticamente financiando o Paraguai o tempo todo. Mas, vamos seguir em frente com o tópico principal desta análise.
Já que o principal componente do custo tarifário de Itaipu deixou de existir, era de se esperar que a tarifa fosse reduzida, certo? Bem, a essa altura do campeonato, você já sabe que a coisa não funciona bem assim. Por pressões políticas, interesses paraguaios e erros do próprio governo Lula, o brasileiro vai continuar pagando uma tarifa excessivamente cara até 2026, pelo menos. Itaipu, por sinal, é a hidrelétrica mais cara do Brasil, e suas tarifas chegam a ser 3 vezes maiores que a média cobrada por usinas brasileiras com funcionamento semelhante.
Acontece que, uma vez que um dos componentes do CUSE deixou de existir, outros custos assumiram seu lugar. Fora o pagamento da dívida, o principal componente da tarifa de Itaipu é o custo operacional da usina. Só que a definição do que seria esse “custo operacional” é pra lá de genérica. Nesta rubrica, entram coisas como, por exemplo, "custos socioambientais". E, acredite ou não, esses custos foram os grandes responsáveis pelas altas das tarifas nos últimos anos, especialmente após a quitação da dívida da usina.
A Itaipu Binacional - empresa que gerencia o interesse de 2 países, mas que não é fiscalizada plenamente por nenhum dos dois - se responsabiliza pelo financiamento de inúmeros projetos sociais no mínimo questionáveis, tanto do lado de cá quanto de lá da fronteira. A usina, por exemplo, destinou, em maio deste ano, R$ 1,3 bilhão para obras de infraestrutura em Belém do Pará. Não é preciso ser um especialista em Geografia para saber que essa cidade não é atendida pela usina, nem nunca sofreu com as consequências de sua instalação.
Então, por que Itaipu destinou essa grana preta para a capital paraense? Será que tem a ver com o fato de que a cidade é atualmente governada por um psolista, tendo um petista como vice? Será que o fato de 2024 ter sido ano de eleições municipais pesou nessa decisão? Não, acho que estamos apenas sendo maldosos demais!
Além disso, Itaipu também desembolsou, em outubro deste ano, R$ 81 milhões para projetos tocados pelo MST - desta vez, atendendo a um pedido do próprio Lula. E a mais recente traquinagem da estatal foi, de fato, o financiamento do Janjapalooza - uma modesta quantia de R$ 15 milhões, gastos para satisfazer os desejos pomposos da primeira-dama.
E você quer saber o que é mais curioso nisso tudo? A Janja é, ela própria, ex-funcionária de Itaipu, tendo saído da empresa em 2019, para se casar com o recém liberto da cadeia: Lula. E sabe quanto ela ganhava mensalmente por lá? A mixaria de R$ 20 mil, para ocupar um cargo na área de "responsabilidade social" da empresa. Vai vendo! A grande mídia tratou a saída de Janja da empresa como uma “aposentadoria”. Porém, certamente ela viu a oportunidade de lucrar muito mais como mulher do ex-condenado. Por sinal, a Itaipu também investiu num abrigo para filhotes de emas no Palácio da Alvorada, depois que Lula voltou ao poder.
Fala sério: será que o consumidor brasileiro faz ideia de que está custeando esse tipo de coisa em sua conta de energia? Será que os brasileiros atendidos por Itaipu sabem que estão sendo assaltados para bancar a boa vida do Lula e de sua dispendiosa esposa?
O problema é que, além de ser um absurdo moral, esse tipo de financiamento também é um descalabro orçamentário. Afinal de contas, se as estatais que financiam eventos políticos como o Janjapalooza parassem de desperdiçar dinheiro com isso e focassem em suas atividades, só restaria ao governo financiar esses eventos com grana do próprio orçamento. Nesse caso, a fiscalização orçamentária seria mais rígida e, talvez, sequer houvesse recursos disponíveis para essas brincadeiras. Melhor, portanto, é dissimular esses gastos, colocando empresas supostamente independentes do poder central para dar grana para artistas famosos!
De forma geral, contudo, é exatamente assim que o estado funciona: dissimulando e desperdiçando. E, talvez, a Itaipu Binacional seja o mais perfeito exemplo desse fenômeno. Embora a empresa seja, para todos os efeitos, uma estatal, nosso amado STF entendeu que a companhia é um “organismo internacional de direito privado” e que, portanto, não pode ser fiscalizada, a não ser por seus próprios acionistas que, no caso, são o governo brasileiro e o governo paraguaio.
O resultado disso é que a empresa se tornou um cabide de empregos políticos, e também um pretexto para engordar salários de ministros. Atualmente, os senhores Fernando Haddad, Rui Costa, Alexandre Silveira e Esther Dweck compõem a parte brasileira do conselho da empresa, recebendo o modesto salário mensal de R$ 27 mil pelos serviços prestados. E adivinha quem paga essa conta? Pois é.
Itaipu não foi criada para atender às necessidades brasileiras, nem para suprir a demanda crescente da sociedade. Itaipu foi criada para ser um objeto de exploração estatal - no caso, de um conluio de dois estados, Brasil e Paraguai. Essa usina, uma obra faraônica que poderia ter sido concebida de diversas outras formas pela iniciativa privada, é uma ode à ineficiência estatal e à politicagem. Afinal de contas, o brasileiro que é atendido por Itaipu poderia ter uma conta de energia mais barata, se não fosse o desejo dos políticos de satisfazer seus próprios interesses, às custas dos clientes da estatal.
O financiamento do Janjapalooza por estatais talvez não seja o exemplo mais custoso, nesse sentido, mas, provavelmente, é um dos mais imorais. É simplesmente absurdo imaginar que brasileiros vão pagar uma conta de energia mais salgada, ou um combustível mais caro, ou tarifas bancárias mais elevadas, para bancar os devaneios da cuidadora do Lula. E tudo isso, é claro, sem que um único prato de comida fosse fornecido para a população mais pobre. Se havia alguém que, até agora, ainda defendia de forma honesta a existência de Itaipu, ou de medidas socioambientais realizadas por empresas estatais, ou mesmo a existência do próprio estado - bem, talvez esta seja a hora de rever seus conceitos.
https://revistaoeste.com/politica/janjapalooza-vai-ter-cache-de-r-870-mil-para-29-artistas/
https://www.janjometro.com/
https://www.itaipu.gov.br/energia/geracao
https://www.metropoles.com/chapelaria/namorada-de-lula-deixa-itaipu-e-abre-mao-de-r-20-mil-por-mes